Escolhida || Livro 2 da Trilogia Sinistra

Capítulo Nove

*fiz um outro trailer para o livro, acho que ficou muito bom e espero que vocês também achem isso :D. Desculpa a demora. Ah, e feliz feriado santo!*

O som das explosões cessam. Em segundos, saio da minha posição protegida no chão e me viro para a rua.

Chamas cobrem quase a avenida inteira. Várias nuvens de fumaça preta sobem ao alto. Nenhum sinal de vida abaixo de nós.

Eu começo a tremer. Olho para todos os lados, procurando qualquer coisas.

Sinto uma mão puxar meu ombro e me viro. Harry mexe sua boca, mas o som produzido pela sua boca é abafado por um zumbido em meu ouvido. Uma explosão acontece na rua e eu me encolho com o susto.

Me sinto meio zonza e muito enjoada. Então eu começo a ouvir a voz de Harry.

— O QUE VOCÊ FEZ? — ele grita. — ISSO PASSOU DOS LIMITES!

Minha cabeça dói. Cometi um erro. Um enorme erro. Posso ter matado meus amigos.

Olho para a pistola em minha mão. Eu sou horrível. Não pensei nas consequências. Eu poderia pelo menos tê-los avisados que iria fazer isso para eles se esconderem.

Mas não avisei.

Os xingamentos de Harry ardem em meu peito. Ele tem todo o direito de estar bravo comigo. Eu estou brava comigo.

Com lágrimas nos olhos, fraca e dolorida, eu corro para as escadas do edifício. As desço até chegar no térreo sair em uma loja de roupas. Passo pelos manequins no chão, os cabides quebrados e pelos cacos de vidro. A fumaça do fogo que causei entra na loja com o vento.

Pulo a vitrine quebrada e vou para na calçada. Vejo a rua em chamas, a fumaça subindo e os carros destruídos. Sinto a fumaça entrar em meus pulmões. Coloco minhas mãos na frente do nariz e da boca e começo a andar pelos carros. Olho para trás, bem a tempo de ver que Harry está me seguindo.

O calor das chamas esquentam meu corpo trêmulo. Ando olhando para o chão, procurando algum corpo ou alguém caído. Sinto medo. Sinto tristeza.

Eu não pensei.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto tusso pela fumaça que entra nos meus pulmões. O vento bate fortemente é uma das chamas vem para bem perto de mim, fazendo com que eu sinta o seu calor imenso de perto. Uma enorme nuvem de fumaça quente me atinge.

Assim que a chama volta para sua posição inicial e a fumaça vai embora, vejo, no começo da rua, perto de uma loja, Louis.

Meu coração se alivia. Ele parece tentar olhar para cá, mas não conseguir ver nada por causa das chamas. Eu me emociono em vê-lo. Nunca me senti tão feliz em ver uma pessoa que eu odeio.

Se ele está vivo, quer dizer que os outros também podem estar.

Corro em sua direção, saindo do meio da fumaça e das chamas. Uma nuvem de fumaça me acompanha em minha corrida. Tiro as mãos da boca. Agora, sem o fogo e as nuvens de fumaça me atrapalhando, consigo ver os outros. Todos os outros. Eles estão bem.

Sinto um enorme alívio. Meu corpo fica mais leve. Meus olhos brilham e se enchem de lágrimas. Eles estão vivos. Eu não os matei.