Capítulo Dezenove

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*desculpem os capítulos curtos, estava tentando enrolar um pouco para chegar nesse...*

Harry me salvou.

Ele me salvou. Por mais que tenhamos terminado, sei que o que nós sentimos um pelo outro continua aqui. Continua vivo. Continua pulsando em meu coração e espero que continue pulsando no dele.

Minha mente se perde por alguns instantes em seu rosto. Fico pensando que quando tudo isso acabar, nós voltaremos ao normal. Voltaremos ao que éramos antes. Só estamos transtornados com tudo que está acontecendo. Estamos passando por dificuldades. Estamos enfrentando o que nunca quisemos enfrentar.

Isso vai passar. E eu espero que logo.

Após não ter mais nenhum soldado vindo em nossa direção, Harry me ajuda a levantar. Ficamos parados um na frente do outro, sem falar nada.

— Olha quem apareceu — ouço a voz de Max sair de um auto-falante. — Agora podemos assistir o casal mais querido do Brasil inteiro.

Como eu queria que esse parque não tivesse auto-falantes.

Eu e Harry começamos a nossa corrida para encontrar os outros. Passamos por uma árvore que eu consigo ver outro auto-falante bem preso em um de seus galhos.

— Realmente, Harry — Max diz. — Não sei como você tem tanta paciência. Claire entra em apuros toda vez e você sempre precisa salvá-la. Deve ser um saco ficar correndo atrás de alguém o tempo todo.

Meu coração aperta. Por mais que eu odeie Max e quero que ele cale a boca, eu sei que ele tem razão. Eu me arrisco muito. Harry sempre me salva. Será que ele já cansou? Será esse o verdadeiro motivo do término?

É como se eu me jogasse para o perigo e depois pedisse ajuda para Harry me tirar dele. Talvez Harry até tenha tido razão em terminar comigo...

Agora não é hora de pensar nisso!

Max finalmente está conseguindo o que queria: nos distrair. Ele encontrou meu ponto fraco é vai usá-lo contra mim. Preciso me manter atenta. Preciso manter o foco.

Analiso as árvores ao redor, a procura de qualquer tipo de movimento. Nada. Preciso me concentrar. A qualquer momento pode aparecer alguém entre essas árvores.

— Você não tem medo, Harry? — Max insiste em nos distrair. — Você assistiu todos morrerem quando ficam ao lado de Claire. Posso listar nomes? Vamos começar por Adam.

Ah não. Sinto uma enorme vontade de ir até o Centro e matá-lo.

— Vejamos... Adam conheceu Claire e duas horas depois estava morto. Já pararam para pensar, que se Adam não tivesse conhecido Claire, ele estaria vivo? Lembram daquele dia que ocorreu o tiroteio naquela rua? Lembram que foi Claire quem iniciou o tiroteio? Os meus soldados não iam fazer nada se vissem vocês andando na rua. Foi Claire quem mandou atacar. Foi Claire quem matou Adam.

Isso me atinge fortemente. Como um tiro no peito. Meus olhos se enchem de lágrimas. Ele tem razão.

Eu paro de correr e Harry para logo em seguida. Ele se vira para mim rapidamente e segura minha mão. Sinto uma energia percorrer meu corpo ao seu toque. Sinto sua mão me acalmar um pouco.

— Não escute ele — Harry fala. — Precisamos continuar.

Balanço a cabeça, afirmando.

Voltamos nossa corrida. Entramos no meio das árvores. Essa parte do parque é como um campo com poucas árvores. Vejo algumas cestas de piquenique jogadas na grama. Há poucas árvores aqui, mas vejo que em algumas delas ainda há presença de câmeras e auto-falantes.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraWhere stories live. Discover now