Capítulo Trinta e Nove

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Olhe para o rastro de morte que você deixou para trás, Claire.

Não me culpe por você ser uma assassina. A culpa é sua. É sempre sua. Você matou milhares de pessoas.

Você não vai ganhar isso. Não vai ter o que quer. Eu sou a Claire. Você é apenas algo que a LPB implantou em mim.

Você está errada. Você irá perder e assistirá todos os seus amigos morrerem. Um. Por. Um. Isso se eles já não estiverem mortos.

Piso na grama. Estou em um parque. Não é o Ibirapuera. É outro. Eu costumava vir aqui com a minha irmã. E lá está ela. Correndo atrás das borboletas.

Bia, por favor, fique viva. Eu não sei se vou conseguir sem você.

— Sua prioridade número um — diz uma voz atrás de mim. Eu me assusto e quando olho para trás, me vejo com os olhos cor de sangue. — Ela é uma adolescente. Era uma jovem criança quando tudo começou. Mas em um mundo como esse, não existem crianças. Não existe... Inocência...

O sol está forte. Feixes de luz passam pelos galhos e pelas folhas.

— Quando eu acabar com a LPB, ela vai estar segura. Todos nós vamos. — Falo.

— Está se esquecendo de mim. O que pretende fazer? Acabar com tudo isso e depois continuar com alguém tentando dominar seu corpo para o resto da vida? Se não fosse por mim, você estaria morta.

— Então eu deveria te agradecer?

Ela suspira. É um milagre estarmos lado a lado e não estarmos nos batendo. Não estou com forças para isso.

Bia para de caçar borboletas e quando eu olho para trás, não vejo mais a outra de mim. Olho para frente novamente e vejo minha irmã se aproximar.

— Você sabe que eu estou sofrendo, Claire — ela diz. — Me ajude.

Ela começa a chorar. Percebo que a luz do sol não passa mais pelas árvores, já que o céu está tampado por uma enorme nuvem cinza. Vejo as roupas de Bia começarem a rasgar. Seu rosto começa a ficar cheio de sujeira e fuligem. Percebo que alguns cortes são se formando na bochecha, os rasgos nas roupas vão se tornando maiores e seu nariz começa a sangrar. Sangue e lágrimas misturados em um rosto cheio de fuligem.

— Eu estou tentando — falo. — Estou fazendo o máximo que eu consigo, Bia...

— Não é o suficiente.

Ela encosta a sua mão em mim e desaparece junto com o parque.

Estou em cima de um carro na chuva horrível de uma noite fria. A água me atinge com força e os raios caem em sequência. Olho ao redor e vejo Demi, Harry, Dylan, Niall, Ariana e Louis em cima dos carros a minha volta.

— Mate-nos — fala Demi. — É o que você faz de melhor.

— Você é a destruição, Claire — Harry fala. — Olhe ao redor. Veja quantas mortes causou.

— Ninguém deve confiar em você — fala Dylan. — Tantas pessoas que morreram por sua causa...

— Você acha que está fazendo o melhor atacando a LPB, mas sabe que só está piorando as coisas. — Niall. Por favor, não quero ver mais nada disso...

— Você me odeia, mas deveria odiar a si mesma. — diz Louis. — Olha para você, com todo esse sangue nas mãos. Talvez tivesse sido melhor para todos se você tivesse caído do prédio no dia que eu te empurrei.

Quando eu olho para as minhas mãos, percebo que elas estão cheias de sangue.

— Meu irmão pode estar morto e é tudo culpa sua — fala Ariana. — Tudo isso é culpa sua. Desista. Você só vai causar mais mortes.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraМесто, где живут истории. Откройте их для себя