Escolhida || Livro 2 da Trilogia Sinistra

Capítulo Vinte e Oito

*Gente, não sei o que aconteceu, mas o capítulo 25 foi prata na frente de todos os capítulos e eu não tinha percebido, já arrumei o erro :)*

Não sei se eu desmaiei por dois segundos ou se eu apenas fechei os olhos para descansar um pouco. Mas sei que estou deitada com a cabeça no chão e com todas as partes do meu corpo doendo muito.

Ontem, Tomás me contou que eu sou imune ao vírus e que eu tenho esses poderes por causa de um teste que fizerem em bebês. Será que sou imortal por conta disso? Afinal, o objetivo da LPB, já foi encontrar algo que dê as pessoas a imortalidade. Será que usaram essas substâncias em mim? Será que se cortarem minha cabeça nascerá outra? Será que meu corpo continua envelhecendo?

Será que eu vou me curar das dores enormes que estou sentindo neste exato momento?

Não sei. Não sei de nada na verdade. Não sei se os outros Buscadores estão vivos. Não sei como está a situação do edifício já que eu quase derrubei um andar inteiro. Não sei se há Infernus por perto.

A única coisa que eu sei é que encontrei o sobrevivente que estávamos procurando e que o chão parou de cair para o andar debaixo. Não existe mais aquele corredor que eu estava correndo segundos antes de pular para cá.

— Você está bem? — pergunta o sobrevivente.

Apenas ele está aqui. Os Buscadores se arriscam tanto para salvar apenas uma vida. Para salvar uma pessoa de no máximo dezesseis anos. O condomínio nem se importava em trazer mais sobreviventes. Ah, é porque o condomínio era da LPB para observar os bebês que fizeram parte do Projeto Escolhido.

— Estou — respondo, me sentando no chão. Respiro fundo, tentando recuperar minhas forças.

— Você é uma Buscadora? — ele pergunta de novo.

— Sou — respondo. — Viemos te salvar.

— Gostei do plano de destruir tudo — ele fala.

Sorrio para ele e ele retribui. A luz do sol bate contra seu rosto e vejo seus olhos castanhos que combinam com sua pele e seu cabelo. Apesar de estar todo sujo e machucado, ele é bonito.

Me levanto e bato contra minha roupa que está preta. Vejo um pouco de pó caindo no chão, mas minha roupa continua preta.

— Claire? — ouço a voz de Mike gritar de algum lugar um pouco longe daqui.

Vou até a beirada do chão destruído e tento olhar para o imenso buraco que um dia já foi um corredor.

— Mike? — pergunto. — Você está bem? Estão todos bem?

— Se estamos bem? — engulo o seco e me preparo para a bronca que irei tomar. — ESTAMOS ÓTIMOS! Isso foi demais! Você arrebentou!

Literalmente, eu arrebentei. Destruí o chão e as paredes de um corredor. Não esperava que ele fosse falar isso. Estava esperando algo como "VOCÊ PODERIA TER MATADO TODO MUNDO".

Percebo que sua voz está vindo do andar debaixo. Chamo o sobrevivente para vir até a beirada e nós pulamos em cima dos destroços que restaram do corredor. Pisamos em milhares de pedaços de concreto. A poeira continua flutuando no ar por aqui.