Capítulo Quarenta e Cinco

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*gente, eu não sei o porquê, mas eu estou confundindo muito "Max" com "Tomás", revisei várias vezes esse capitulo para não errar, mas se tiver passado algo e em algum lugar estar escrito "Tomás" ao invés de "Max" me avisem*

Ouço um rato se movimentar pela minha cela. Normalmente, eu me preocuparia com isso. Mas já enfrentei coisas mil vezes piores do que ratos.

Vejo baratas voarem também. Sorte minha que nenhuma se atreveu a vir para a minha cama. Não quero sujar minha primeira roupa completamente limpa com sangue de barata.

Eles não fazem uma limpeza nessa área faz séculos. Parece que nunca foi limpa.

Enquanto me remexo na minha cama, fico vendo as imagens dos meus amigos em suas celas completamente brancas. Me pergunto por que eu não estou em uma cela parecida. As celas deles nem ficam perto da minha.

Como será que está o condomínio nesse exato momento? Será que minha irmã ainda pensa que eu estou viva? Será que ela ainda acredita em mim? Nem eu estou mais acreditando em mim.

Eu me entreguei para a LPB. Lutei tanto... resisti tanto... foi tudo em vão?

Sim, Claire, você lutou em vão. Você poderia ter apenas se entregado no começo, teria evitado um enorme rastro de morte que causou.

Levo um susto quando algo bate contra as grades da cela. Vejo Brenda batendo uma seringa contra as grades. Um soldado abre a cela e ela entra.

— Sei que não passou muito tempo desde que te colocamos aqui de novo, mas precisamos fazer mais alguns testes. Me mandaram vir preparar você.

Ela anda até a minha direção e um rato passa por ela. Percebo que ela se assustou e tentou disfarçar. Não acredito que ela tem coragem de destruir o mundo mas tem medo de um rato.

Ela se senta na cama e eu me ajeito, puxando meus joelhos para perto, para ela não sentar em cima das minhas pernas.

Ela analisa a substância na seringa.

— Depois de eu te dar isso, vamos ter que esperar até Max dizer que está tudo pronto. Então, temos algum tempo para conversar. — Ela diz enquanto bate levemente na seringa com seu dedo.

Solto uma risada.

— Como se eu quisesse conversar com você — digo.

Ela parece nem ter ouvido o que eu disse. Continua mexendo na seringa. Queria saber o porquê dela analisar tanto essa seringa.

— Vamos, faça uma pergunta. "Por que estão fazendo isso?" ou "por que vocês querem tanto a cura?"

Essas perguntas estavam me atormentando tanto antes deles terem me capturado. Mas não sinto mais tanta curiosidade como sentia antes. Na verdade, nem sei se quero saber os motivos das coisas. Eu só sei que eu deveria ter impedido isso de acontecer, mas aconteceu. O que significa que eu falhei e que mereço viver sem as respostas.

Ela pega meu braço e enfia a agulha nele. Sinto uma pequena dor, mas para quem já sentiu a dor de um tiro no pulmão, é como se estivessem me dando um pequeno belisco. Mesmo quando ela passa a substância para o meu corpo, não sinto nada.

— Sério? Nenhuma pergunta? — ela fala. — É sua única chance para descobrir o que está acontecendo.

Cruzo os braços após ela aplicar a substância em mim. Já me sinto um pouco mais cansada. Pergunto-me se isso não mudaria o resultado dos meus testes.

Escolhida || Livro 2 da Trilogia SinistraΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα