Morte Um

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Genevieve tinha acabado de chegar em casa. A porta da frente encontrava-se aberta. A garota entrou com cautela dentro de casa e jogou as chaves do carro em cima do pequeno móvel do lado da porta de entrada e indo com cuidado até a cozinha. Ela encontrou o seu cachorrinho - um Husky siberiano - esquartejado em cima da bancada e aquilo fez ela colocar a mão na boca e os seus olhos cinzentos, se encheram de lágrimas. Seu amado cachorrinho que ela havia dado o nome de Flawless, que tinha cuidado desde que era pequenino, estava morto. Genevieve pegou uma faca de cozinha enorme, e em seguida, o seu smartphone e discou rapidamente o número de seus pais.

Silêncio. A menina começou a andar pela casa até parar de frente a escadaria ao ouvir um barulho vindo do segundo andar. Genevieve subiu a escada lentamente com o celular na mão, e na outra, a faca, que ela segurava com força. Ela se dirigiu aos longos corredores da casa passando pelos quartos de hóspedes e até mesmo seu próprio quarto.

A casa tinha sido toda revirada. E enquanto olhava para a bagunça que fizeram, o barulho ficou mais alto assim que passou pela porta do quarto dos pais. Ela abriu a porta devagar e caiu de joelhos no chão frio deixando o celular e a faca caírem também. Ela não acreditava no que estava acontecendo. Tomou coragem para ficar de pé e adentrou ao quarto. Aquilo era um filme de terror.

O seu pai tinha a cabeça decapitada e o resto do corpo estava em pedaços espalhados pelo chão. A sua mãe estava pendurada no lustre do quarto com sangue escorrendo dos olhos que foram rasgados, a barriga cortada e os braços e pernas arranhados. O cabelo loiro da mãe estava vermelho e havia uma marca estranha em sua bochecha. A menina encarou o rosto da mãe e viu um pentagrama desenhado com tinta preta e o seu pai também tinha o mesmo desenho no lado direito do rosto. Genevieve pegou o colar da mãe, que se encontrava no chão, a frente do corpo da mesma, que estava pendurada. O colar era um frasquinho com um pozinho azul, e uma lua desenhada tanto na tapa, como no frasco. Olhou para o rosto da mãe por alguns segundos, e de repente o corpo se mexeu.

- Fuja! - Genevieve deu um pulo quando viu o cadáver falar. - Não fique aqui, eles querem você filha. – A voz era exatamente igual à da mãe da menina. - Você é muito valiosa, e eles vão te caçar. Gostaria de ter mais tempo para te explicar, mas esse feitiço não vai durar muito tempo. Lembre-se que a gente te ama. - Saiu lágrimas de sangue. - Agora, corra.

Genevieve correu para a porta. Agachou-se perto da mesma, apenas para pegar o celular digitar uma mensagem rápida. Em seguida, pegou a faca e se levantou do chão às pressas e correu pelos corredores. Quase caiu ao descer a escada trotando, mas se manteve firme. Abriu a porta da frente e correu para a casa mais próxima. A casa dos Toslei. Apenas seis quarteirões. No meio do caminho se desfez da faca jogando nos arbustos de uma casa qualquer da vizinhança. O coração da menina estava disparado e apertado. Aquilo era um filme de terror. Ninguém deveria viver um filme de terror. Ninguém. Ninguém. Ninguém, repetia Genevieve a si mesma.

- Mamãe, as coisas estão começando a ficarem perigosas no mundo mortal

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- Mamãe, as coisas estão começando a ficarem perigosas no mundo mortal. Devemos ir embora. - Dona Doveva mantinha os seus olhos fechados enquanto mexia a colher de pau no pequeno caldeirão e recitava o feitiço em latim. - Temos que voltar para Aliança. É mais seguro que ficar aqui. - Doveva parou de recitar e olhou para a filha.

- Isso está fora de cogitação. - Doveva repetiu mais uma vez o ritual de localização e nada.

- E o Edom? - Prudy cruzou os braços como se tivesse sentido frio.

- Nenhum Toslei vai colocar os pés . - Nenhum ser do submundo, que tenha amor pela sua vida iria ao Edom. Nem mesmo os fugitivos e os seres das trevas. Entre o Edom e a morte, muitos preferiam à morte.

- Então para onde iremos? Aqui não é um lugar seguro para a gente. - Doveva se levantou e encarou a filha derrotada.

- Não consigo acha Annabel. - Doveva ignorava a preocupação da filha. - Quem quer que esteja escondendo ela é forte o suficiente para acabar com a gente sem nem piscar. O feitiço é muito forte. É como se Annabel nunca tivesse existido. - Prudy estava preocupada, e isso já não era algo novo de se acontecer.

- E o que faremos? – Indagou Prudy. Em seguida, houve um som de passos rápidos vindo da escada. America. - Como ela conseguiu abrir a porta? Pensei que tivesse enfeitiçado. - Prudy tinha olhos arregalados, ninguém nunca havia conseguido desfazer um feitiço de sua mãe, nem mesmo Otto.

A menina abriu a porta e uma garota loira correu para os seus braços chorando. America estava preocupada demais com amiga, que havia mandado uma mensagem desesperadora.

- Ela é poderosa. - America não ouviu o que a tia e a avó falavam.

- O que aconteceu? - America perguntou a Genevieve que estava em prantos.

- Meus pais... - Genevieve gaguejava. - Eles estão... mortos! - Havia começado uma chuva intensa e com ela os trovões e relâmpagos.

- O quê? - Os olhos de America estavam arregalados.

- Me fale o que viu? - Doveva levou a garota até o sofá, enquanto America fechava a porta.

- Eu... eu tinha acabado de deixar Via em casa... então, fui para minha casa... A porta da frente estava aberta, então entrei com cuidado e fui até a cozinha e vi Flawless esquartejado. - Genevieve choramingou.

- Quem é Flawless? – Indagou Prudy.

- Meu cachorro siberiano. – Respondeu sentindo as palavras arderem ao sair da boca.

- Continuei, meu anjo? - Doveva não parecia tão má quanto à mãe de America dizia.

- Peguei uma faca enorme de cozinha para me defender... E disquei o número do celular da minha mãe. - Genevieve não conseguia falar sobre aquilo. Era assustador e muito perturbador falar sobre como encontrou os pais mortos e como aquilo parecia um filme de terror.

- Eu vou pegar uma água com açúcar. - Prudy foi para cozinha, deixando Doveva, America e Genevieve na sala. Isso não era para acontecer assim, pensou Prudy. Ela sabia o que estava acontecendo.

- Eu andei a casa toda até ouvir o som do celular da minha mãe vir do quarto deles. Quando abri a porta... eu caí de joelhos.... Meu pai estava em pedaços espalhados pelo chão... E minha mãe... - Lágrimas desciam pelo rosto de Genevieve e a menina não parava de gaguejar e tremer. Prudy apareceu com um copo de água com açúcar e deu para menina recuperar os ânimos e ficar mais calma. - Ela estava pendurada no lustre. Havia buracos em seus olhos que escorria sangue, um pentagrama desenhado no rosto dela e depois ela falou comigo... – foi interrompida.

- FALOU COM VOCÊ? - America estava assustada.

- Calma, Meri. - Disse Prudy segurando o ombro da sobrinha para passar segurança. - Continue.

- Ela falou de um feitiço. E que eu era valiosa demais e por isso iriam me caçar. Ela pediu para que corresse e eu mandei mensagem para America e corri para cá. - Prudy olhou para a mãe preocupada. - Por favor, posso ficar? Eu não tenho para onde ir. - America abraçou a amiga bem forte

- Você pode ficar o quanto quiser. - Doveva sorriu gentilmente para Genevieve. A família Toslei não era à única família de bruxos e bruxas a se mudarem para o mundo mortal.

As Cinco Bruxas de AliançaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora