A Linhagem Duncan

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As portas do casarão se abriram revelando a figura de dois homens e uma jovem moça morena, todos estavam vestidos de preto. Logo apareceu uma longa mesa na sala de madeira com mais de dez lugares e louça muito valiosa. Kriss descia a escada principal do casarão com um vestido azul escura solene acompanhada de um gato preto – Eudorick. Os olhos da jovem brilhavam ao ver extrema elegância. Logo atrás havia apenas as sombras de três mulheres.

- Família Duncan, a que devo a honra de recebê-los? – Huntertown chegou ao final da escada junto ao gato e as três sombras, que usavam capas pretas para esconder o rosto, e andou em direção aos visitantes.

- A honra é toda nossa de estar em sua presença, Huntertown. – Falou um dos viajantes. – Mas viemos em busca de proteção para minha filha. – A jovem olhou para o pai sem entender.

- Pai... – Interrompeu.

- Cassidy, fique quieta. – Ele limpou a garganta e continuou. – Sinto que minha filha Cassidy Elena Duncan está em perigo no mundo mortal. – As sombras atrás de Hunter conversavam entre si. - Receio que sabia das mortes de famílias de seres como nós? – Cassidy olhou para o tio Crow.

Ele tinha uma expressão séria no rosto assim como o irmão.

- Sim, eu sei Marcun. – Suspirou Kriss. – Mas isso não é de hoje. Lembra da espírita em Edimburgo, na . Que alegou ter recebido a visita do espírito de um marinheiro inglês em 1941, anunciando que ele havia morrido durante a Segunda Guerra Mundial, após o naufrágio de um navio chamado HMS Barham? – Marcun não disse nada, então Kriss continuou. – O navio, que estava desaparecido, foi oficialmente declarado perdido vários meses depois. Por esta razão, ela foi presa em 1944 sob a acusação de bruxaria. Seu julgamento foi muito divulgado pela mídia e amplamente coberto pelos jornais. Ela foi condenada a nove meses de prisão pelas acusações sobre a Lei de Bruxaria. Em novembro de , foi novamente presa por acusações de bruxaria e morta em 6 de dezembro do mesmo ano com 59 anos. – Cassidy não entendia o que tinha haver com as mortes de famílias. – Sabe, ainda acho incrível essa linhagem de Helen Duncan ainda estar viva, mas não irei proteger ninguém. Vocês escolheram viver no mundo mortal. Minha missão é ensinar tudo que sei as cinco bruxas do Círculo e até agora não temos nenhuma. Se vieram pedir proteção, estão no lugar errado. Deveriam voltar a Aliança e parar de tentar se misturar com mortais. – Cassidy estava com os olhos arregalados e muito assustada.

Um sangue do seu sangue ter morrido assim lhe causava arrepios. Cassidy sabia sobre a Caça às Bruxas, que havia acontecido no mundo mortal. E que foi uma perseguição religiosa e social que teve o seu auge nos séculos XVI a XVIII em vários lugares do mundo, mas não sabia sobre sua família ter sido afetada por ela. Agora, ela sentia muito frio e medo por estar naquele casarão enorme e na frente de uma mulher que parecia ser tão elegante e ao mesmo tem era o ser mais cruel.

Huntertown se sentou em uma das cadeiras da mesa longa sendo acompanhada pelo gato preto e as mulheres de capa preta

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Huntertown se sentou em uma das cadeiras da mesa longa sendo acompanhada pelo gato preto e as mulheres de capa preta. O sangue de Cassidy fervia de raiva, a íris dos seus olhos alternava entre castanho e cinza, os cabelos começaram a balançar mesmo sem vento. O gato preto a encarava e o seu tio Crow também. Crow colocou a mão no ombro da sobrinha fazendo ela se acalmar. A comida pareceu posta na mesa.

- Qual é o seu nome, minha adorável bruxa? – O gato a questionou fazendo com que a atenção de todos na mesa se voltasse para a menina.

- Cassidy Duncan. – O olhar da menina sobre o gato era de extrema admiração.

- Seus olhos mudam de cor sempre? – Marcun enrijeceu ao ouvir a pergunta feita pelo gato.

- Não sei... – Cassidy olhou para o pai como a procura de alguma resposta.

- Sentisse conosco, minha cara. – O gato indicou com a cabeça para uma cadeira próxima a ele. – E me desculpe pelos maus hábitos, meu nome é Eudorick. – A menina se dirigiu graciosamente até o assento que lhe indicava sendo acompanhada pelo tio e seu pai. – Já pensou em ser uma das bruxas do Círculo? – Os olhos da menina brilhavam.

- Nunca imagine. – Respondeu.

- Meninas. – O gato olhou para as meninas que tiraram os capuzes do rosto.

Cass tomou um susto ao ver Genevieve e America sentadas naquela mesa.

- Vocês são as bruxas do Círculo. – Kriss tinha um olhar empolgante.

- Como assim a minha filha é uma bruxa do Círculo? A menos de um minuto vocês negaram proteção a ela. – Vociferou Marcun.

- Circunstâncias diferentes, Senhor Duncan. – Pronunciou o gato.

- Mantenho a minha palavra. Não daremos proteção á bruxos que vivem no mundo mortal. – Kriss se serviu de casa toda comida, que o casarão havia feito, em pequenas porções. – Apenas vamos treinar sua filha e leva-la até o seu próprio casarão.

- Todo mundo tem uma casa assim por aqui? – Indagou Genevieve.

- Só as cinco bruxas do Círculos e as nobres famílias. – Respondeu Camila se servindo de tudo em grandes porções.

- Minha filha não vai ficar em Aliança! – Marcun bateu a mão na mesa com força.

- E muito menos minha neta. – Todos ficaram mais assustados com Doveva e Prudy aparecerem no casarão do que o Senhor Duncan ter batido na mesa.

As Cinco Bruxas de AliançaWhere stories live. Discover now