Sono Compilado

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...

A mão dele envolvia minha cintura. O seu peito definido nu descia e subia. Era tão bom saber que ele estava deita-lo ali comigo. Ele era quente. Os cabelos loiros sempre em uma bagunça charmosa. Passei a mão de leve neles e vi um sorriso malicioso se formar no seu rosto. Ele pressionou o seu corpo contra o meu. Aquilo me fez ficar sem graça, pois senti seu volume. Me senti menos constrangida por está escuro, assim ele não poderia ver que estou vermelha como pimentão.

- Amor? – A voz rouca soou em meus ouvidos causando arrepios.

- Diga, meu anjo. – Ele passou a ficar por cima de mim.

Os lábios dele foram de encontro a minha clavícula. Ele começou a distribuir uma trilha de beijos e isso me deixou cada vez mais arrepiada. De repente senti uma dor forte no meu pescoço. Os seus dentes estavam cravados ali. Ele estava roubando a minha vida para si.

– Quem é você? – Berrei e ele largou meu pescoço.

- Dailus, meu amor. – Ele depositou um beijo nos meus lábios.

Dava para sentir o gosto metálico do meu sangue em seus lábios. Tentei ver o rosto do desgraçado, mas tudo ficou escuro.

- Dailus. – Chamou uma voz feminina, mas grossa. – Vocês, vampiros, são uns desgraçados. – Xingou.

...

O garoto abriu os olhos lentamente. Tentou lembrar onde está e quem poderia estar o xingando. O menino estava deitado no sofá com o corpo todo grudento.

- O que foi Normelia? – Indagou olhando a negra de cabelos trançados.

- Olho para o chão, seu idiota. – O tom de voz da mulher era amargo e raivoso.

O menino olhou para o chão e viu a moça, que havia abrindo a porta para ele, no chão ensanguentada e sem vida. Dailus olhou para si mesmo. Ele estava grudento de sangue e não de suor.

- Agora vou ter de procurar outra empregada. – Normelia se serviu de whisky. – Melhor dizendo, você vai procurar outra empregada para mim. – Sentou-se em uma poltrona, na pequena sala do seu apartamento. - Olho só essa bagunça. Quem vai limpar? – Ela estava indignada.

- Eu limpo, Noni. – O garoto se sentou no sofá.

- Não me chama de Noni, pois não somos tão íntimos assim não, moleque. – Ela deu um gole da bebida. – Você vai ter que procurar outra bruxa para fazer o feitiço do sono compilado.

- Quem, por exemplo? – Perguntou o garoto.

- Não sei. Isso é problema seu. – Ela deu outro gole. – Já chega de ficar contratando empregada nova para toda vez que você vir aqui transformar a coitada de almoço.

- Olha, eu te pago o quanto for preciso. – Dailus levou as mãos na cabeça e tentou ajeitar o cabelo ensanguentado.

- Não me importo com o seu dinheiro. – Noni colocou os pés em cima da mesa de centro, que separava ela de Dailus. - Eu tenho outros clientes.

- Mas não um que paga tão bem quanto eu. – Retrucou.

- Pode não me pagarem melhor do que você, mas dá para sobreviver. E ainda tem o bônus de não transformar minha empregada em comida. – Bebeu o último gole do whisky. - Qual é a sua fixação com essa garota? – Indagou.

- Não é da sua conta. – Respondeu de maneira rude enquanto acendia um cigarro, que ele tinha pego na mesa de centro.

- Ei. – Normelia se levantou do sofá. – Eu só estou tentando entender o porquê de você matar os meus empregados enquanto está no sonho compilado com essa Olivia Ossory. – O som da voz dela era terrivelmente calma.

- Ela é fascinante. – Ele ficou distante.

Noni foi até a cozinha e pegou outro copo. Voltou a sala. Dailus ainda estava distante. Tragava o cigarro de maneira automática. Ela encheu o seu copo e o outro que tinha pego de whisky.

- Deixa eu adivinhar. – Ela entregou o copo com o whisky para ele, que aceitou. – Você não consegue ler a mente dela? – Dailus revirou os olhos e soltou a fumaça do cigarro par

Normelia riu. Vampiros não conseguem ler mentes de bruxos, magos ou feiticeiros – Não. Eles não são tudo a mesma coisa. A mulher se sentou na poltrona novamente.

- Qual é? – A mulher deu um gole da bebida. – Por que vocês, homens, sempre vão atrás daquilo que não podem ter?

- Quem disse que não posso tê-la? – Respondeu, em seguida, deu um gole no whisky.

- Não me faça rir, garoto. – Noni tinha um sorriso no rosto. – Eu sei que você não recém-criado. – Fez uma pausa para beber outro gole da bebida. - Você sabe muito bem o que pode acontecer com a garota naquele Círculo.

- Posso fazê-la desistir. – Respondeu rápido.

- Não tem como desistir. E mesmo que tivesse como você faria isso? – Indagou a mulher.

- Poderia falar a verdade sobre o círculo. – Sugeriu bebendo o resto de whisky, que tinha no copo.

- E por que ela acreditaria em você? – Normelia sabia que ela não acreditaria nele.

- Por que não? – Perguntou.

- Só recapitulando. Você é um vampiro. A sua raça não é muito confiável. E esse seu fetiche estranho de matar os empregados, não ajuda muito. – A mulher deixou o copo pela metade em cima da mesa de centro. Ela não queria ficar bêbada tão cedo, ainda era cinco horas da tarde. – Além do mais, Eudorick e HunterTown desmentiriam tudo o que você disse. E há a possibilidade de você ser incendiado vivo pelas Ordens Supremas.

- O que eu faço, então? – Questiono-a.

- Desiste dela.

- Fora de cogitação. – Respondeu rápido.

- Então, você está ferrado. – Noni cruzou as pernas de uma maneira elegante. – Espera o processo de treinamento terminar – sugeriu -, vai que você tem a sorte de que sua amada Olivia não seja a "rainha", ou uma HunterTown. – A mulher fez careta, o cheiro de sangue estava se espalhando pelo ambiente. – Agora, leva esse corpo daqui.

- Claro – Fez uma breve pausa. -, assim que você falar se vai continuar me ajudando ou não.

- Sou paga para isso. – Ele encarou o menino como se fosse algo obvio.

- Onde me desfaço do corpo? – Dailus se levantou do sofá.

- Em qualquer lugar longe daqui. – Normelia acompanhava com os olhos o garoto pegar o corpo do chão e abriu a janela para saída de incêndio.

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As Cinco Bruxas de AliançaWhere stories live. Discover now