Kami Veythan

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...

Passou quase uma hora desde que Kami ligou para Luke e nada dele chegar. Depois da ligação ela tentou mais três vezes e o celular dele só dava ocupado. Um garotinho estava deitado no corredor do segundo andar da casa escondo atrás do corrimão olhando para a mãe que andava de um lado para o outro com o celular na mão. O menino pensou em descer as escadas e consolar a mãe, mas a porta se abriu quando o menino decidiu levantar. Nicolas deitou no chão com pressa e viu o pai adentrar a casa. Ele sempre usava um terno preto com uma gravata vinho extremamente escura, nunca viu o seu pai usar terno na vida antes.

- O que você quer, Kami? – O menino ouviu o barulho das chave do carro sendo jogadas em cima da mesa de centro da sala quando o pai se sentou no sofá.

- Conversar, Luke! – Kami olhou para o terno como se ele fosse algo inacreditável de se ver o marido usando.

- Eu não quero conversar. – Disse secamente para esposa.

- Lucian, a gente não pode continuar nessa situação. Você vive saindo e não fala nada. Você passa horas fora de casa, e eu fico aqui cuidando do nosso filho sozinha. Eu tenho medo de algo acontecer com você. Eu vi algo sombrio no nosso futuro, mas não consigo vê-lo completamente e... - Ele tinha um olhar feroz para a esposa.

Lucian nunca olhara assim para a esposa.

- Você está perdendo tempo demais com aquela criança inútil. – Ele se levantou e Nicolas colocou a mão na boca para abafar o choro.

- Não fale assim do nosso filho. – Ela olhou o marido de maneira feroz. – Você não tem o direito de agir e muito menos falar assim dele. – Kami tinha o dedo apontado para o rosto de Lucian.

- Posso falar o que eu quiser. – Lucian puxou o dedo da mulher. – E se você não quiser acabar como o inútil do seu irmão é melhor para de exigir algo. – Kami olhava a escuridão, que cada dia tomava conta de um pedacinho do marido, domina-lo por inteiro.

Kami se soltou do marido e correu em direção a escada e o garotinho se arrastou para o banheiro e trancou a porta. Aquilo doía muito. Doía mais do que o dia que ele caiu da escada e machucou o joelho. O menino conseguia ouvir o pai gritar com a mãe do outro lado da porta.

- Onde você pensa que vai? – Algo estilhaçou em mil pedaços.

- Para bem longe de você. – Um silencio tomou conta do local até a mulher começar a gritar loucamente.

- Você não vai embora! – As lágrimas rolaram pelo rosto do garoto.

- FOGE! – E depois um silencio tomou conta de tudo. - NICOLAS!

...

O suor pingava dos cabelos pretos do rapaz. Aquilo tinha sido mais uma das lembranças do garoto. Nicolas se lembrava como a mãe ficou depois que ele abriu a porta do banheiro. Ela tinha um olhar vazio como se não fosse ela, como se fosse outra pessoa.

A porta do quarto de Nicolas se abriu, dando um susto nele. Era seu tio Zac. Depois do que aconteceu com sua mãe, ele não poderia ficar mais naquela casa cheia de desconhecidos. Zac, o levou para um passeio no parque e contou tudo para o tio. E a primeira atitude, que tomou foi levar o menino para o mais longe dos pais e desaparecer no mundo com ele.

- O que ele queria com você, Nick? – Zac era Palimpsesto.

- Ele me quer, porque sou um vidente. E ele disse que tem grandes planos para nós dois, eu querendo ou não. – Nick se levantou e colocou o pé no chão, estava frio.

- E você acredita nele? – Zac estava com os braços cruzados para na porta do garoto.

- Nunca vou acreditar em nenhuma palavra, que aquele tirano fale. Ele matou tio Frederick e tirou minha mãe de mim. - O seu corpo gritava por um banho.

- A morte nunca é o fim, e sim, apenas o começo. – O tio tinha um olhar pedido.

- Não acredito nisso. – Retrucou o garoto.

- Bem... nunca duvide do destino, ele tem surpresas inesperadas para aqueles que duvidam dela. – Zac ainda está distraindo. – Talvez sua mãe nunca tenha ido embora. – Nick pegou uma blusa jogada no chão e a vestiu mesmo querendo muito tomar um banho.

- Talvez, você esteja se iludindo. – O garoto foi ao banheiro e bateu a porta com força. - Minha mãe morreu! - Zac suspirou ao ver a reação do sobrinho, e tudo a sua volta se desfez em um borrão.

As Cinco Bruxas de AliançaWhere stories live. Discover now