Dia Quase Normal Dois

920 108 7
                                    

America acordava com os olhos inchados de tanto chorar. Genevieve tinha dormido de mau jeito e estava toda dolorida.

- Acordem meninas. - Gritou Doveva do pé da escada. - Hoje tem aula como qualquer outro dia normal. - America desejou tanto que os dizeres da avó fosse real - 'outro dia normal'-, mas não era.

Elas se arrumaram e desceram as escadas silenciosamente. Não se falavam desde o que havia acontecido no casarão. Logan agia normal como sempre. Talvez já tivesse superado tudo isso e já se imagina sendo o novo Harry Potter ou algo assim, pensou America. A menina nunca tinha visto uma mesa de café da manhã tão silenciosa como aquele. Lembrava-se de quando Genevieve ia para lá e não parava de falar um minuto sequer. Assim que terminaram o café, elas pegaram as suas coisas e foram para o Chevy Camaro Convertible 1969 estacionado na porta da casa dos Tosleis. Genevieve havia passado mensagens para todas as amigas dizendo que não poderia ir pega-las como de costume.

Foram direto para a escola. Ao chegarem lá, se despediram com um leve aceno e foram para suas salas de aula. America teria biologia no primeiro horário, Química no segundo, o terceiro e o quarto seriam vagos, e o ultimo seria Arte. Esse era o único dia da semana que ela não tinha aula com nenhuma das amigas. Ao chegar a sala, America se sentou na fila do meio. Biologia normalmente se fazia de duplas, ou seja, só havia três filas. A sala foi se enchendo aos poucos e não tinha ninguém sentado ao lado da garota. Quando a professora entrou,um garoto de uma compleição magra e esguia, mas com boa forma física, e que tinha cabelos muito negros que terminam em sua mandíbula impressionantes olhos azuis entrou em tropeços atrás dela e lhe entregou um papel. 'Aff, aluno novo', pessoa America o fitando sem perceber. Ele olhou para sala inteira e encontrou os olhos da garota nele, deu um leve sorriso e se dirigiu até a mesa que America tinha sentado.

- Tem alguém aqui? - Ele tinha uma voz rouca, e apontava para cadeira vazia.

- Não. - Respondeu olhando para o garoto, que jogara a mochila em cima da mesa e se sentara ao seu lado.

A professora deu origem à sua matéria no quadro. Hoje não teria algo na prática para fazer, só escrever mesmo.

- Nome? - Disse o garoto novo.

- Hm? - Murmurou a garota.

- Seu nome? - Ele tinha um sorriso encantador.

- America. - Suspirou e olhou para frente.

Ela não se importava se ele queria ou não que ela o perguntasse o seu nome. Ela tinha problemas maiores para lidar.

- Nome bonito... - Fez uma breve pausa, e depois prosseguiu. - Meu nome é Nicolas, mas pode me chamar de Nick. - Ele tinha uma covinha só na bochecha direita, e America considerou aquilo como o grande charme dele. - Posso te chamar de Meri? - A menina olhou para ele espantada.

- A gente mal se conhece. - Afirmou.

- Meri é só para os íntimos, saquei. - Ele balançou a cabeça. - Tipo namorado?

- Não tenho namorado. - Aquilo fez o sorriso do novato se alargar. - Que foi? - Perguntou.

- Uma menina bonita não pode estar sem ninguém. - Aquilo fez America rir.

- Eu não sou bonita. - Ele arqueou a sobrancelha para ela.

- Tenho que discordar disso. - America sentiu as bochechas queimarem, então decidiu focar na professora e não no aluno novo.

Assim que o sinal tocou para o segundo horário, America se levantou em pulo e saiu mais rápido que pode da sala. Não queria ter que mostrar escola para o novato ou ser seguida por alguém.

- Hei! - Tarde demais. America se virou e viu Nicolas atrás dela andando de maneira preguiçosa. - Sabe onde fica a sala de aula de.... - Ele tirou um papel do bolso e se olhou para America. - Química. - America suspirou fundo já sabendo que o dia não seria fácil.

As Cinco Bruxas de AliançaWhere stories live. Discover now