Morte Dois

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...

A noite era uma criança. Adolescentes riam e andavam na rua, normalmente a altas horas da noite. Tudo era tão motivo de graça. Já estavam todos embriagados e cheirando a álcool. O grupo foi diminuindo até sobrar apenas um garoto de cabelos compridos castanhos e uma ruiva com roupas minúsculas.

- Você poderia me levar para casa hoje. – A voz está um pouco alterada pelo álcool.

- Para sua casa? – Ele viu ela morder os lábios de maneira sugestiva.

- Tanto faz. – Sussurrou em seu ouvido, e aquilo o fez estremecer.

O garoto puxou a menina para um beco escuro. Começou a sentir o desejo maior ao passar a mão por debaixo das roupas minúsculas da menina. Eles se beijavam loucamente. O menino prensou a garota contra a parede e aprofundou o beijo.

- Isaac, vai com calma. – A ruiva recuperava o fôlego e vê alguém parado atrás do garoto.

- Também acho que você deveria ir com calma, Isaac. – As presas do desconhecido apareceram e os olhos do mesmo ficaram negros.

O garoto gritava enquanto a sua juventude e vida se esvaia do seu corpo. A ruiva berrava por ajuda, mas não sai do lugar. Enquanto isso, o monstro tirava a vida do amante da ruiva arrancando a cabeça dele fora. Ela tremia de medo e o rosto estava molhado pelas lágrimas, generosamente grandes, que descia pelo seu rosto. O monstro de olhos pretos chegou mais perto da ruiva e a fez olhar no fundo dos seus olhos.

- Avisa a Zacherie, que Marvil voltou. O filho dele. – Ela assentiu. – E se esqueça do que viu, foi um homem com uma cicatriz no rosto e um cachorro muito grande que atacou vocês. E lhes disse: La descente aux enfers est toujours plus facile. Lembre bem dessas palavras. – O homem se desfez em cinzas e a ruiva correu vários quarteirões, até que tudo não passou de um borrão.

...

Quando Nicolas saiu do banheiro descalço com um moletom cinza e um blusa branca. Zac estava sentado na cama do garoto com as mãos na cabeça. O garoto andou até o tio e viu o medo estampado na cara do mesmo. Dava para ver Zac suar frio e bater o queixo.

- O que aconteceu, Zac? – Perguntou vendo o tio empalidecer.

- HunterTown. – Apenas disse isso.

- Viu alguma cena sexy de uma HunterTown? – Nick tinha um sorriso maroto nos lábios, mas Zac fez cara feia para o sobrinho.

- Meu filho. – Ele engoliu seco. – Marvil Coz HunterTown.

- Você tem um filho? – O sobrinho estava surpreso. – Com uma HunterTown? – Acrescentou.

- Sim - fez uma breve pausa - , e nós nos arrependemos muito em ter criado um aberração da natureza. – Ele tinha uma certa frieza ao falar do filho, que fazia Nick lembra do seu pai.

- Aberração da natureza? – Zac olhou para o sobrinho, que tinha uma expressão de medo e raiva.

- HunterTowns não podem ter filhos. Quando tem um, é apenas um corpo vazio sem a alma. Os demônios aproveitam usando os como hospedeiros. Meu filho é um demônio, que acabou de matar um adolescente a poucos quilómetros daqui. E ele vai vir atrás de mim. – Zacherie nunca sentiu tanto medo como agora.

- Tem certeza? - Nicolas começou a ficar preocupado.

- Sim, ele mandou um recado claro. - Zac tremia.

- Por que o deixaram vivo? – Indagou o menino. – Não tinha como prendê-lo ou algo assim?

- As Ordens Supremas matam pessoas que se envolvem com HunterTown. Eles iriam me matar junto com o feto. Eu estava disposto a morrer, mas Kriss não quis. Pensamos que seria diferente. – Zac escondeu o rosto nas mãos.

- E por isso vocês terminaram? – Indagou o menino.

- Não. – O homem sorriu fraco para o sobrinho

Nicolas colocou a mão no ombro do tio e fechou os olhos. Flashes tomaram conta da mente do menino. Um campo de guerra. America com um capuz e conjurando. Zac tomando uma facada. Uma mulher sobre ele. Hospital... caixão. Nicolas tirou a mão do ombro do tio com certa brutalidade.

- O que viu? - Zac olhava para a parede azul do quarto do menino.

- Nada. Só estou um pouco cansando. Preciso dormir. - Nick sentiu uma grande angústia no coração.

- Vou preparar algo para comer. – Zac se levantou da cama do menino e se dirigiu para fora do quarto, mas parou na porta. Mas sem se virar disse. – Nós terminamos – suspirou -, porque começamos a amar outras pessoas. – Ele fechou a porta.

As Cinco Bruxas de AliançaWhere stories live. Discover now