Olhos Amarelos

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Annabel sentiu a brisa fria passar pelo seu corpo. Ela estava deitada em um altar feito de pedras e usava um vestido medieval bem elaborado vermelho. A noite toda foram palavras estranhas, coisas falando como se fossem pessoas, muita luz e no final uma risada medonha. Quando Annabel abriu os olhos, eles estavam amarelos. Jonathan estendeu a mão para que ela descesse da pedra e ela aceitou. Todos usavam vestias vermelhas. Vermelho para invocar.

- Bem Vinda ao mundo dos bruxos, Annabel. - Lucian tinha um sorriso enorme no rosto. A notícia fez com que a mulher tivesse leves pontadas no estômago. - Tenho que ir. Preciso fazer uma visita ao meu filho. Jonathan cuide da sua esposa. - E ele se desfez no ar.

- Vamos? - Perguntou o homem.

- Eu não acredito que você está do lado dos bandidos e me fez virar um deles também. - Ela começou a bater nele, mas era falho, pois Jonathan era mil vezes mais forte que ela.

- Lucian não é um bandido. Nós estamos do lado certo, Annabel. - Ele segurou as mãos da esposa junto ao peito. - Ele tem que governar Aliança, e não um monte de bruxas escolhidas por um Destino idiota. O sistema tem que mudar. Lucian saberá governar e proteger o nosso povo, juro. - A mulher se desfez em lágrimas.

- Não será seguro para os meus filhos ficar em Aliança com um Veythan no poder. - Ela olhou no fundo do olho do marido e viu a sua indiferença ao falar dos filhos.

- America e Loganland também são meus filhos, Annabel. - Retrucou.

- Duvido que eles queiram ser filhos de um monstro como você. - Berrou.

- Eu tive paciência até agora. Mas chega. - Ele pegou a mulher pelo pescoço. - Eu só não te deixo ir, porque Lucian precisa de você, cadela. - Ela cuspiu na cara de Jonathan, que a jogou no chão em seguida. - DESGRAÇADA!

- Você nunca será o meu Otto Toslei. - Annabel riu da cara do homem à sua frente.

- Ele morreu. Assim como todos que cruzaram o nosso caminho. - O arrepio daquilo percorreu a espinha de Annabel. - Ego vires vitaque morsque manu. Ego te condemnabo vade et ut serviant mihi. Et ego ero vobis domino. - Os olhos da mulher brilharam em um amarelo vivo.

- E o que teremos que fazer para Lucian assumir Aliança de vez? - Indagou a mulher com um sorriso perverso.

- Destruir o novo Círculo de Aliança. - Jonathan limpou o rosto e estendeu o braço para Annabel e a levou de volta para o esconderijo.

Lucian usava roupas pretas e um sobretudo da mesma cor quando entrou no hospital e se dirigiu até a recepção

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Lucian usava roupas pretas e um sobretudo da mesma cor quando entrou no hospital e se dirigiu até a recepção. A recepção estava praticamente vazia, quando o homem entrou e se dirigiu a recepcionista.

- Boa noite, senhorita. - A mulher de cabelos vermelhos mal pintados sorriu para o homem atraente a sua frente.

- Boa noite. No que posso ajudá-lo? - Perguntou.

- Vi buscar meu filho. - Respondeu e mulher deixou os ombros caírem e desmanchou o seu sorriso mais charmoso.

- Qual é o nome dele? - Indagou secamente.

- Nicolas Veythan. - Ela olhou para o monitor e Lucian revirou os olhos.

- Nicolas Larson Veythan? - Ela olhou para o homem com indiferença.

- Sim. Às vezes me esqueço que ele tem o nome da minha ex-mulher. - Assim que ele falou a recepcionista aprumou os ombros e deu o seu melhor sorriso.

- Então você é divorciado? - Lucian olhou bem no fundo dos olhos da mulher.

- Não exatamente. - Ele sorriu sarcasticamente e a recepcionista sentiu um leve tremor. - Agora, qual é o quarto do meu filho? - A mulher olhou rápido para tela do computador.

- 3° andar, quarto 28. - Ele saiu andando para o elevador.

Um casal veio na direção da recepcionista. Ela estava distante.

- Boa noite. - Cumprimentou.

- Boa noite. No que posso ajudar? - Ela voltou a sua atenção para a mulher de vestido floral e uma jaqueta preta.

- Viemos buscar nosso sobrinho. - Respondeu o homem que estava atrás da mulher.

- Qual é o nome dele, senhores? - Perguntou.

- Nicolas Larson Veythan. - A recepcionista olhou para o casal de cima a baixo.

- O pai dele veio busca-lo. - O corpo de Zac gelou na hora.

- Como assim? - Huntertown tinha os olhos arregalados.

- Ele passou aqui agora. Disse que veio busca-lo e eu dei as informações de que quarto ele estava. - A recepcionista pegou uma lixa e começou a lixar as unhas.

- E onde ele está? - Questionou Zac.

- 3° andar, quarto 28. - A mulher falou sem nem olhar para eles.

Então Kriss estalou os dedos e eles estavam em um quarto branco vazio. A cama estava perfeitamente arrumando como se ninguém tivesse dormindo ali.

- Acho que chegamos tarde demais. - Sussurrou Kriss.

- Talvez não seja o quarto certo. - Zac correu para abrir a porta e conferir o número. 28. Estava correto. - MERDA! - Ele colocou as mãos na cabeça.

- Calma. - Hunter foi até ele e o abraçou de lado. - Vamos acha-lo.

- Eu sou muito idiota mesmo. Como pude deixar ele vir sozinho para o hospital? - Lamentou.

- Você não sabia. - Kriss tentou conforta-lo.

- Eu tinha que saber. Eu vejo tudo. - Zac começou a chorar.

Kriss nunca o tinha visto chorar. Nem quando ela virou uma HunterTown. Ou quando ela o deixou. Aquilo fez Kriss ficar mais perto da humanidade, que não voltaria mais. Eles ficaram ali em silêncio até Kriss estalar os dedos e eles irem pararem em Aliança.

As Cinco Bruxas de AliançaWhere stories live. Discover now