Capitulo 25

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Cherry narrando

Cheguei em casa e fui tomar um banho, vesti um vestidinho branco e fui pra cozinha, peguei um pedaço de torta e sai comendo. Mais ou menos uma hora depois ouvi batidas na minha porta.
– Você tem que parar de usar essas roupas -Ian disse me olhando e sorriu-
– E porque ? -perguntei levantando uma sobrancelha-
– Porque assim fica difícil não te agarrar -disse me puxando pela cintura pra um abraço- Porque foi embora e não falou comigo ?
– Estava ocupado -disse nos desvencilhando do abraço-
– E quem te contou ?
– Levi -respondi sorrindo-
– Levi ? -perguntou desconfiado- E vocês se conhecem desde quando ?
– Faz uns dias, ele é um cara legal.
– Legal ? Ta brincando ne -Ian disse bufando-
– Falei algo demais ? -perguntei estreitando os olhos pra ele-
– Não, só que o Levi é um grande malandro, não um cara legal. -disse enquanto fechava a porta- Está ocupada ?
– Não -disse me virando e indo pra sala-
Eu tinha acabado de me sentar no sofá quando escuto de longe meu celular tocar, me levantei em um pulo.
– Espera só um minuto Ian -disse e subi os degraus da escada correndo-
O celular estava no meu quarto mas quando fui rodear a cama pra pega-lo bati meu pé na mesma, soltei um grito involuntário e peguei o celular antes que parasse de tocar.
– Oi tia, como você está ? -perguntei contendo a vontade de xingar pela dor que eu sentia-
– Cherry o que houve ? -olhei pra porta e vi Ian com a expressão preocupada- Está tudo bem ?
O mesmo veio em minha direção me analisando até achar o problema, ele se abaixou e pegou no meu pé com cuidado, olhei para o mesmo e percebi que agora ele tinha um cortado e estava sangrando.
– Fica quietinha, vou olhar isso aqui -eu apenas concordei com a cabeça-

– Cherryyyyyy -ouvi minha tia gritar do  outro lado da linha-
– Oi, oi. Desculpe -pedi olhando Ian se levantar e sair a procura de algo-
– Tem alguém com você ? -ouvi ela rir- Ouvi uma voz masculina.
– Não. Quer dizer, tem. Outra hora Tia -disse atrapalhada e ela caiu na gargalhada-
– Não acredito que não me contou que está de rolo com alguém -se fez de surpresa-
– Não estou de ro... -olhei para Ian de novo- Eu não estou de nada.
Agora o moreno se encontrava limpando o sangue do meu pé com cuidado.
– Sei -disse desconfiada- Bom, então depois a gente conversa sobre meu novo sobrinho -riu- Te liguei pra saber se você anda muito ocupada ultimamente pra poder receber sua tia em casa ?
– Como é ? -perguntei animada- Você vai vir mesmo pra cá?
Ian me olhou tirando com pressa a mão dele de perto do meu pé pela minha agitação, com medo de bater no machucado, cochichei um "desculpa" pra ele que sorriu e voltou a cuidar do meu pé.
– Se não te atrapalhar em nada
– É claro que.. Aiii Ian -exclamei sentindo o álcool entrar no meu corte e logo fiquei vermelha por saber que minha tia acabou de ouvir isso-
– Desculpa -Ian riu da minha vermelhidão-
Minha tia ria descontroladamente do outro lado da linha e eu estava procurando um buraco pra me enfiar.
– Ta bom, já deu ne ? -falei contra o celular-
– Ta falando comigo ou com o Ian ? -perguntou gozadora-
– Não da pra falar com vocês dois assim.
– Ok, parei -disse cessando o riso- Então posso ir ?
– Claro que pode, e quando vem ?
– No sábado, certo?
– Sim, me avise quando chegar.
– Da um oi pra ele -riu baixo- Beijos Cher.
E desligou na minha cara.
– Como está ? -Ian me perguntou agora juntando as coisas que ele utilizou-
– Bem -disse olhando pro meu pé- Obrigada.
Ele apenas concordou com a cabeça e se levantou levando consigo o kit de socorro e o que ele iria jogar no lixo.
– Então sua tia vai vir pra cá? -perguntou voltando pro quarto de novo-
– Sim -sorri animada-
– Isso é ótimo -ele sorriu se sentando do meu lado-
– Fantástico.
– Posso conhecê-la?
– Como é?
– Conhecê-la Cherry, sua tia. Você está em que mundo hein ?
– Claro -sorri- Porque quer a conhecer ?
– Quero poder ficar o mais próximo de você que consigo. -disse me olhando e mais uma vez passando a mão pela minha bochecha como ele sempre fazia quando ia me beijar ou queria isso-
Mas ele não me beijou, ao invés disso se levantou da cama e parou na minha frente colocando as mãos no bolso.
– Acho que eu já vou então
– Porque ? -perguntei estreitando os olhos pra ele-
– Você tem que descansar, amanhã você acorda cedo enfim.. -disse já se virando e saindo do quarto- Me acompanha até a porta ? -falou mais alto ja fora do quarto-
– Claro -eu disse, porém baixo demais pra ele escutar-
Segui Ian até a porta onde o mesmo abriu me deu um beijo na testa, proferiu um boa noite e se virou.
– Ian -chamei da minha porta-
O mesmo me olhou como se perguntasse "O que?". Soltei a porta e fui em sua direção, nos meus vinte segundos de coragem puxei o moreno na minha frente pela camisa e o beijei, sem mais. Não tinha elevador, não tinha porta aberta, não tinha um celular que acabara de começar a tocar, não existia nada além de nós, além daquele beijo.
Ian me segurou firmemente pela cintura com uma das mãos enquanto ele levou a outra pro meu pescoço para que eu não me afastasse.
O beijo foi interrompido apenas pela nossa falta de ar.
Estávamos nos encarando, um sorriso bobo surgiu nos meus lábios sem que eu pudesse conter e logo recebi em troca um sorriso maravilhoso de Ian.
– Eu estava com saudade dos seus lábios nos meus -Ian inclinou um pouco o corpo alcançando minha orelha e cochichando-
Não preciso falar que esse pequeno ato dele arrepiou até minha alma.
Ian colou nossas lábios novamente e me soltou entrando no elevador.
– Boa noite morena -disse e sorriu antes que as portas do elevador se fechassem.
Eu fiquei ali por alguns minutos sorrindo pro elevador fechado como uma grande idiota. Mas não era idiotice, sorrir para o elevador, para as paredes ou qualquer outra coisa que estivesse a nossa volta, se claro, a gente percebesse algo a nossa volta. Isso tudo tinha um nome, eu sabia muito bem do que se tratava. Já havia sentindo antes, e aquele papo de borboletas no estômago, frio na barriga, coração acelerado e nó na garganta não é papo furado não.

Se não fosse por você...Where stories live. Discover now