Capítulo 59

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Cherry narrando

Estávamos em casa novamente. E aqui eu podia pensar com clareza em tudo que aconteceu. Em partes eu estava aliviada por todo aquele pesadelo ter acabado. Por outro lado estava apreensiva com todos os acontecimentos trágicos até, enfim, chegarmos ao ponto final. Tantas pessoas mortas, tantas vidas desperdiçadas sem necessidade, sem dó nem piedade. Tantas oportunidades que poderiam ser tomadas e não foram. Eu devo tanto a tanta gente, por ter entrado nessa história sem pé nem cabeça. Devo tanto ao Ian por apesar de tudo, sempre estar do meu lado. A Lay por estar sempre querendo ajudar mesmo não podendo fazer muita coisa. Ao Davi, ao Thomas, à todos da equipe que mesmo sendo da equipe poderiam negar passar por tudo que passaram. Eu parei pra pensar em quantas coisas me aconteceram, e percebi que o ser humano é mais engraçado e complexo do que eu já cheguei a pensar. Eu estava viva, bem e com o moreno, depois de tudo que aconteceu. Eu estava aqui, na minha casa jogada no sofá como costumeiramente, com a Tv ligada em algum noticiário ao qual eu não dava a mínima atenção. Isso até Pietro aparecer na tela avantajada na minha frente. Eu estagnei e sem piscar li o título da reportagem.

Pietro Fitzz, o filho do grande e renomado empresário Jared Fitzz assume ter matado o próprio irmão.

Minha primeira reação foi aumentar o volume, eu precisava ouvir aquilo. Não era possível que ele tinha assumido. Não que ele não tivesse o feito, mas ele não era bobo, ele era treinado, ele sabia como escapar dessa sem nunca ser um suspeito da morte de Caio.

Morte de Caio. Era tão estranho voltar a repetir essas palavras depois de tantos anos. Ser enganada não é a pior coisa do mundo, mas chega bem perto. Amar um cara que você julgava super consciente de seus atos e ficar prestes a estar noiva dele depois saber que ele morreu no acidente em que você sobreviveu, é mais do que pesado. É uma onda de acontecimentos de novela mexicana. É com certeza, aquele tipo de coisa que a gente pensa não ser real, e se for, nunca aconteceria com a gente. Eu fazia parte desse grupo, que não acreditava que na vida pudéssemos ser tão azarentos. Mas depois de passar por tudo que passei nesses últimos meses, eu não duvido de mais nada que venha dessa sociedade onde as pessoas que se importam verdadeiramente umas com as outras estão se tornando extintas.

A reportagem não durou muito. Pietro ignorou todos os microfones e câmeras que soltavam seus flashs curiosos e ardentes. Ele era acompanhado de polícias enquanto nos seus pulsos continha uma algema da qual ele se livraria facilmente. Suas habilidades eram chocantes e eu não poderia negar isso.

Desliguei a Tv não me importando muito com o que estava acontecendo no mundo. Eu precisava de um tempo pra mim, mesmo que fosse apenas algumas horas. Me levantei e fui pro meu quarto. Fechei tudo que expunha claridade lá dentro e me joguei na cama. Dormir, era tudo que eu precisava. Ficar em paz, sozinha, queta. O meu dia estava guardado exatamente para essas coisas e eu não abriria mão disso por nada.

- Nãoo, me solta -eu me debatia com o intuito de me desvencilhar dos braços fortes que me seguravam. Caio tapava minha boca com uma de suas mãos, com a outra ele segurava meus pulsos unidos acima do corpo o qual ele prendia entre ele e a parede- Caio por favor, você não quer fazer isso -eu disse em meio as lágrimas-
- Pelo contrário Cherry, fazer amor com você é o que eu mais quero. -sorriu e se esfregou em mim-
- Isso não é amor, é estupro, seu covarde -cuspi as palavras em sua cara e o mesmo proferiu um tapa ardente em meu rosto- Aiii -gritei sem conseguir conter a dor-

- Cherry -senti meu corpo saculejar- Morena, acorda. -ouvi uma voz conhecida mas não consegui identificar com tamanho pânico- Hey -me chamou enquanto me pegava no colo e me levava pra algum lugar-

Quando dei por mim estava tomando um banho gelado de roupa. Soltei um gritinho agudo com o pequeno susto e pude ver Ian me segurando pela cintura, totalmente molhado como eu.
Respirei fundo e senti o alívio me tomar por dentro ao perceber que tudo não havia passado de um pesadelo. Os olhos do moreno pousavam preocupados sobre mim e logo percorreram todo meu corpo como se procurasse algum resquício de ferimento. Não achou e eu pude ver sua expressão se aliviar por segundos. Ele voltou a me encarar e sem dizer nada me puxou para um abraço caloroso. Mesmo com a água gelada caindo sobre nós, seu corpo rente ao meu parecia me aquecer, me trazia paz e aconchego. Segurança, era o que eu sentia perto de Ian.

- Está tudo bem morena -ele afirmou sereno perto do meu ouvido- Você está bem.

Sem que eu conseguisse segurar as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu sabia que toda aquela procura tinha acabado, no entanto eu sabia que nem todo o tormento tinha ficado pra trás junto com a morte de Caio. Eu estava ciente que ainda teria de enfrentar muitos pesadelos até me recuperar totalmente de tudo.

Depois de alguns minutos, Ian desligou o chuveiro e se desvencilhou de mim, olhando no fundo dos meus olhos, era sua vez de poder enxergar minha alma. Eu estava tão frágil, tão impotente. Ele colou seus lábios nos meus por segundos e quando se distanciou foi para pegar a toalha e me enrolar nela como se eu fosse a criança mais indefesa do mundo.

O moreno me guiou até a beira da cama onde eu me sentei e fiquei a observar seus movimentos. Ele começou abrir meus armários e ao achar as toalhas pegou uma e levou até mim passando pelos meus cabelos.
Sua camisa foi parar na pia do banheiro, encharcada. Seu corpo semi nu demostrava pequenas gotículas de água e seu cabelo bagunçado e molhado o deixava mais sexy do que o normal. Eu amava vê-lo apenas de calça, era algo que parecia me atrair cada vez mais. E esse extremo cuidado que ele estava tomando comigo, fazia com que meu coração já descompassado, palpitasse fortemente me fazendo respirar fundo. Ian sorriu sexy e me olhou.

- Tire a roupa -ordenou e eu o olhei surpresa e com certeza com as bochechas rosadas-

Como eu pude ser tão distraída ao ponto de desejá-lo tanto e ainda por cima deixa-lo perceber meus pensamentos. Eu queria um buraco para enfiar a cara. Ele sempre seria esperto o suficiente para me desmascarar. Ele era muito bom nisso, digo, desvendar pensamentos.

- Vamos Cherry, tire a roupa. Vai acabar pegando um resfriado -disse me observando e eu arqueei a sobrancelha- Certo, eu tiro. -suas mãos vieram parar na barra da minha blusa que com uma agilidade incrível foi parar no chão. Logo seus dedos estavam nos botões do meu short jeans. O mesmo desabotoou e abriu o zíper, colocou meu corpo deitado na cama e puxou o short o retirando do meu corpo. Eu estava só de calcinha.

- Mil vezes inferno -Ian praguejou baixo ao me observar na cama e eu ri com seu descontrole-
- Que foi moreno ? -perguntei o provocando-
- Cherry, Cherry... -deixou meu nome no ar-

Em um movimento rápido, algo que aprendi com Ian, eu me levantei na cama e fiquei frente a frente com ele.
Passei meus braços pelo seu pescoço e me inclinei pra falar ao pé do seu ouvido.

- Fica tão sexy com esses cabelos bagunçados e essa calça preta que mesmo tapando lugares que eu gostaria de ver, te deixa ainda mais sedutor.

Senti as mãos firmes de Ian se apossarem da minha cintura e sem que eu pudesse falar mais nada o moreno me pegou pelo colo fazendo com que eu enrolasse as pernas em seu quadril.
Suas mãos percorriam todo o meu corpo me causando sensações magníficas. Logo eu meu encontrava em baixo de Ian na cama.
Seus movimentos eram uniformes e intensos. Era difícil me controlar com seus toques. Ele tinha habilidades incríveis na cama eu devo confessar.
Depois de nos saciarmos, caímos exaustos um do lado do outro. Não demorou muito para que eu adormecesse no peito nu de Ian.

Se não fosse por você...Where stories live. Discover now