Capitulo 30

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Ian narrando

Então vocês estão juntos ?
– Ainda não rotulamos, quero ir com calma, sem atropelar a coisas, fazer direito pra não perder e nem magoar ela. -disse olhando para minha mãe-
– Eu sabiia. Quero que traga ela aqui como sua namorada logo -falou animada-
– Mãe, eu acabei de falar que não quero atropelar as coisas.
– Ah, eu sei, mas é que já estou ansiosa.
– Falando em Cherry, sabe a Lúcia ?
– Aquela minha amiga que você sempre fugia pra casa dela ? -concordei com a cabeça- É claro que sei, não tem como esquecer.
– É a tia da mo.. Cherry -sorri meio sem graça, ja ia a chamando de morena e minha mãe ia ficar no pé do meu ouvido me torrando a paciência-
– Aaah, mentira ? -sorriu- Ta brincando ? E ela mora aqui também ?
– Não mãe, ela não mora aqui mas veio pra ca ontem, vai passar um tempo ai com Cherry.
– Meu Deus, eu preciso vê-la, eu e seu pai. Tínhamos uma grande amizade -sorriu boba-
– Eu sei, falei pra ela vir aqui qualquer dia.
– Fez bem. Depois vou dar um jeito de conseguir contato com ela e vou marcar para ela e Cherry virem aqui
– Mãe -a repreendi-
– Que é ? Uma hora minha norinha vai ter que vir aqui se apresentar como a namorada do meu filho.
– Só que a gente não namora, da pra parar de atropelar as coisas dentro da minha vida.
– Tá tá, enjoado. Já contou pro seu pai ? Ele vai adorar, já elogiou muito o trabalho dela pra mim -sorriu-
– Não tivemos tempo para conversar sobre isso ainda. Mas logo falarei com ele. EU FALAREI, ouviu bem ?
– Ta, eu ouvi -fez um gesto com as mãos como quem estivesse se rendendo-
– Tenho que ir. -levantei-me e sorri para minha mãe que levantou logo em seguida- Boa noite -beijei sua testa- Nos falamos depois.

Fui acompanhado até a porta, entrei no meu carro e sumi.

********
Naquela noite ainda mandei uma mensagem pra morena mas não obtive resposta. Liguei para Garcia.
– Alô patrão -ouvi Garcia dizer do outro lado da linha-
– Fala, você está ai ?
– Claro, você mandou a gente obedeceu.
– Ótimo. Está tudo bem ?
– Tudo tranquilo senhor, nada fora dos padrões.
– E como ela está ?
– Parece estar se divertindo bastante com a Tia. Estamos de olho, não se preocupe, qualquer ação fora dos parâmetros nós avisaremos.
– Estou confiando em você Garcia. Não pisque e perca algo -eu disse firme e sério só de imaginar que algo poderia acontecer com minha morena-
– Sim senhor.
– Até mais -desliguei a chamada-

Sim, eu tinha colocado uma equipe atrás de Cherry, não para vigia-lá mas para protegê-la. Qual é ? Eu era um criminalista, eu sabia bem dos perigos que eu poderia vir a correr com a morena, não ia bobear em sua escolta de maneira alguma. Ela era esperta o suficiente pra perceber um bando de marmanjos atrás dela, mesmo que disfarçados, por isso, pedi para que ficassem distantes mas não mais que o necessário. Se Cherry descobrisse o que eu estava fazendo, mesmo que para seu bem, ela iria fazer minha caveira e preparar meu funeral. Eu devia contar para ela, conversar e fazê-la entender que ela precisa de uma escolta e mais ainda, quero que ela treine comigo. Assim, se por um segundo alguém bobear, ela será capaz de se proteger, mesmo que eu vá fazer de tudo para que ela não chegue a ter um arranhão, nada é garantia de verdade. A princípio quero pensar em como ter essa conversa com ela, mas vou esperar um pouco. A tia dela está ai, ela está feliz, eu também, é um bom momento, não vou estragar isso.

Ainda esperei um tempo pra ver se obtinha resposta de Cherry mas, nada. Cansado de esperar fui tomar um banho e dormir.

*********

Acordei com o barulho estridente do meu celular tocando, levantei-me arrastado e peguei o mesmo, sem me dar o trabalho de olhar o identificador, atendi.
– Fala -disse me espreguiçando enquanto jurava que era alguém da equipe do outro lado da linha-
– Bom dia moreno
Nunca pensei que pudesse ser tão bom ouvir essa voz logo depois de acordar. Um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios. Eu estava ferrado. Tinha resolvido deixar meu medo de lado pra segurar na mão de Cherry e ajuda-la com os seus medos, apesar de que ela parecia lidar muito bem com isso, mas é claro que a assustava. Todo mundo tem medos, sim MEDOS. Eu não falo de um só, falo de vários, desde medo de algum animal até medo de perder alguém e se duvidar ainda vai além. Cherry também tinha os medos dela, e eu queria ajuda-la a superar, a cicatrizar suas feridas para arrancar dela todas as dores. Eu amava aquela mulher, eu amo.
– Bom dia morena
– Me desculpe por não responder ontem, eu estava entretida com minha tia
– Tudo bem. Como estão?
– Muito bem e você ?
– Melhor impossível -sorri-
– Isso é ótimo, conseguiu descansar um pouco ? Sei que a semana é corrida pra você.
– Claro, -sorri mais ainda com sua preocupação- Eu to bem não se preocupe. Falei com minha mãe ontem sobre a Lúcia e ela quase surtou de tanta animação. Quer marcar alguma coisa para vocês irem lá.
– Como é que é ? Nós irmos ?
– É claro morena. Mas se achar que estou atropelando as coisas a gente pode deixar pra mais tarde, eu não vejo problema.
– Eu não sei bem se to preparada pra encarar isso. -gargalhou- Posso pensar no assunto moço ?
– Claro, como quiser.
– Tudo bem. A Lay está reclamando minha atenção, a gente conversa mais tarde certo ?
– Certo. Beijo -sorri-
– Queria ele pessoalmente. -riu-
E sem me dar chance pra responder desligou a chamada. Ela sempre ia me surpreender.
Ri pensando na expressão arteira que ela devia ta nesse momento.
Fui pro banheiro afim de tomar um banho gelado, escovei os dentes e sai vestindo uma calça esportiva juntamente com uma camiseta e um tênis, passei na cozinha peguei uma pera e sai comendo a mesma.
Passei boa parte da manhã correndo, quando voltei pra casa retornei ao banheiro, tomei outro banho gelado, dessa vez, mais demorado. Sai de lá e vesti uma calça jeans, uma camisa branca onde dobrei as mangas até os cotovelos e calcei um sapato. Penteei o cabelo, passei perfume peguei a carteira e as chaves do carro e deixei a casa.

Se não fosse por você...Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu