Capítulo 58

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Cherry narrando

Não deu tempo de pensar muito com uma boca engolindo a minha e duas mãos apertando firmemente minha cintura. Ian havia me deixado falar, no entanto quando eu terminei e pensei em recuperar o fôlego, o moreno atacou minha boca.

- Eu estava com tanto medo -ele disse baixinho no pé do meu ouvido enquanto me ebraçava- Não tem coisa melhor nessa vida do que ouvir você dizer que vai ficar comigo morena. Você não faz ideia.

Eu sorri involuntariamente e separei nossos corpos para poder olhar em seus olhos. Levemente marejados, eles refletiam sua alma. Eu podia ver e explorar cada canto daquele homem, tanto por dentro quanto por fora. Ele era meu moreno. E sempre seria assim.

- Vem, deixa eu cuidar desses ferimentos -disse pegando em sua mão e o guiando para a cama-

Logo em seguida procurei pelo armário do banheiro um kit de socorro. Achei rapidamente e fui olhar os cortes e sangramentos de Ian.

Ouvi leves batidas na porta e aproveitei que já estava em pé e fui até ela e a abri.

-Lara -eu disse revirando os olhos com pesar na voz-
- Mas que incrível, pensei que depois de tudo você meteria o pé na bunda de Ian -disse provocadora me olhando-
- E aí você veio buscar seu prêmio- eu concluí rindo da cara dela- Deixa eu só te falar uma coisa. Você aparecer pro moreno depois de tantos anos após abondona-lo no altar abalaria ele, de fato. Não porque há qualquer resquício de sentimento bom dentro dele por você, mas porque você é o tipo de pessoa que a gente só merece ver uma vez na vida, de tão detestável que é. Faça o que quiser fazer pra tentar me separar de Ian, não vai conseguir.

Lara me olhava sem expressão e eu gostava disso. O fato de ter deixado ela sem reação me alegrava sim, e eu não negaria isso de modo algum. Seus olhos cinicos foram de encontro aos de Ian que deu um sorriso debochado e a mandou sair dali e de nossas vidas.

- Eu fiz tudo por amor Ian, ele me obrigou a ficar com ele e quando ele viu que você estava com essazinha -me lançou um olhar de nojo- Ele se deu conta de que amava ela e me deixou livre, eu vim direto pra você meu amor.

Sem pensar muito, algo que eu tinha começado a fazer gradativamente depois de conhecer o moreno, colei a palma da minha mão na pele clara do rosto de Lara, a mesma me olhou surpresa como se buscasse por resposta a minha ação.

- Quando for se dirigir á mim, ou falar de mim, diga meu nome. Essazinha é classificação de uma qualquer, e nesse cômodo só existe uma pessoa a qual esse termo cabe direitinho, e não sou eu. Saia daqui Lara, você não vai conseguir nada com esse papinho de boa moça. Vitimização comigo não cola. Some -eu disse séria a encarando-
- Vocês se merecem -ela cuspiu as palavras e se virou nos deixando a sós-

Fechei a porta e a tranquei, antes de me virar respirei fundo recuperando a paciência que havia se esvaiado de mim precocemente. Senti a respiração de Ian bater na minha nuca e um arrepio correu pela minha espinha.
Não importava quanto tempo eu passasse do lado dele, sua presença sempre me deixaria abalada. Seu toque, sua voz, sua respiração tão próxima a mim sempre faria um arrepio correr por todo meu corpo. E aquela sensação de ter uma corrente elétrica circulando dentro de mim iria prevalecer até o fim de nossas vidas.

Ian afastou meu cabelo do pescoço e depositou um beijo ali, logo em seguida colou seu corpo ao meu e sussurrou no pé do meu ouvido: Não tem porque se estressar com gente desnecessária morena. Nós estamos aqui e é isso que importa.

Suas mãos estagnaram na minha cintura, firmes como sempre. Com um gesto rápido ele me virou e olhou no fundo dos meus olhos.
Sem dizer uma única palavra colou seus lábios nos meus.

De início o beijo estava calmo, uma de suas mãos migrou para minha nuca me segurando firmemente e com passos lentos e cuidadosos, Ian me levava rumo a cama.

Seu corpo parou por instinto assim que ele me deitou na cama e ouviu batidas na porta. Ian bufou com cara de poucos amigos me fazendo rir e foi atender a porta.

- Ta brincando -expressou indignado balançando a cabeça negativamente-
- O que é ? Vim ver se a menina veio cuidar dos seus ferimentos florzinha.
- Não veio, no entanto não preciso mais.
- To vendo que não precisa mesmo- disse Davi depois de abrir a porta e me ver sentada na beira da cama rindo- Oi Cher -acenou sorrindo- Tchau Cher - eu apenas acenei e ri-

Sem falar mais nada Davi deu o fora dali e Ian se virou pra mim indignado, depois de trancar novamente a porta.

- Não tem porque se estressar com coisa desnecessária moreno. Nós estamos aqui e é isso que importa -eu repeti suas palavras mudando apenas uma e ele me lançou um sorriso de canto de boca-
- Não é válido usar as minhas palvras contra mim -sorriu vindo até mim-
- Eu não ligo
- Você anda muito rebelde, preciso te colocar nos eixos
- E como pretende fazer isso ?
- Ah -deu um sorriso sacana- Eu tenho várias ideias pra isso.
Suas mãos retornaram a pousar em minha cintura só que dessa vez para me levar para o meio da cama. Ian posicionou seu corpo em cima do meu, de forma que ele ficou perfeitamente encaixado entre minhas pernas.
Seus dedos percorriam meu corpo como se estivessem participando de uma corrida e sua boca depositava beijos pelo meu pescoço e colo. Ele desceu uma das alcinhas da minha blusa deixando meu ombro totalmente nu e fez com o outro a mesma coisa. Seus beijos foram descendo conforme a excitação ia tomando conta de nossos corpos.
Quando dei por mim, nossas roupas já estavam jogadas no chão e nós estávamos proporcionando prazer um para o outro. Eu sempre acharia incrível nossa sintonia. Não só na cama, mas em todos os aspectos.

Se não fosse por você...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora