Capítulo 6

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O dia parecia ter amanhecido mais quente, mais claro, mais vivo. Tudo ao redor de Logan, desde os feixes de luz que passavam pelos buracos da persiana até a água morna do chuveiro da pousada – que, antes de esquentar, o banhava em gotas geladas -, parecia estranhamente mais bonito e mais real.

Seu corpo estava relaxado como se ele tivesse passado uma eternidade dormindo, e um sorriso bobo insistia em preencher a sua face.

O detetive não conseguia pensar em mais nada que não fossem os olhos cinzas. O cheiro de Lindell, seu corpo, sua expressão sensual e obstinada enquanto o envolvia com a boca e o sugava com perfeição. Aquela menina era fantástica, uma deusa que ele não se importaria, nem um pouco, de ter na sua cama várias e várias vezes.

Ele sabia que iria embora do Rye em poucos dias. Sabia que, provavelmente, nunca mais veria Siberia Lindell e que seu objetivo com ela era única e exclusivamente voltado ao sexo... Mas eles não tinham feito o ato propriamente dito, não era mesmo? Ele sequer a tinha visto nua, e isso o matava por dentro.

Logan se mordia de vontade de vê-la e, mais uma vez, culpava sua libido por esse ímpeto. Afinal de contas, o que mais poderia haver? Por que outro motivo ele se sentiria tão atraído pela garçonete, se não fosse por seu corpo extraordinário e suas habilidades eróticas inquestionáveis?

Santa Mãe! Só de se lembrar da noite anterior seus pelos já se arrepiavam e ele já se excitava. Precisava urgentemente beijá-la, conhecer o seu gosto. Ele queria que ela precisasse dele de alguma forma... Qualquer forma.

Pensando nisso, Logan fez sua higiene matinal, colocou seus jeans largos e blusa colada – que contornava seus músculos definidos – e desceu em um rompante as escadas da Pousada. Parou quando deu de cara com o senhor Norton, e, feliz da vida, cumprimentou-o com um abraço comparsa.

- De bom humor já a essa hora, senhor Strauss?

- Nunca é cedo para começar a ser feliz, senhor Norton. – ele respondeu radiante.

- Eu posso saber qual é o motivo da felicidade? – o velhinho perguntou, consertando seus óculos no rosto.

O detetive deu um sorriso tímido e sentiu suas bochechas corarem. Era quase como se ele estivesse de volta a sua puberdade, anunciando para os pais a sua primeira namoradinha. O que era uma completa idiotice, ele tinha que admitir, porque Logan Strauss já esteve com tantas mulheres que mal conseguia contar... E não tinha motivo absolutamente nenhum para se envergonhar do dono da Pousada.

O senhorzinho balançou a cabeça, em compreensão.

- Ah, sim. Que pergunta mais tola a minha! – ele se repreendeu. – O que mais poderia colocar uma expressão tão boba em um homem, senão uma mulher? – Logan colocou as mãos nos bolsos e abriu ainda mais o seu sorriso. – Me diga, rapaz, ela tem belos olhos?

- Belíssimos. – Strauss respondeu sem pestanejar. – Acho que nunca vi olhos tão lindos.

- E o sorriso da moça? Como é?

- Encantador. – o policial respondeu abobado, lembrando-se do rosto de Lindell, aquele anjo, aquela deusa.

- Talvez ela o faça até prolongar sua estadia no Rye...? – Norton estreitou seus olhos e sugeriu, e então o semblante de Logan se quebrou como se fosse um espelho estilhaçando.

Não, ele não poderia prolongar sua estadia. Tinha que estar de volta a Winchester em quatro dias se quisesse preservar o seu emprego, e ele queria, mais do que tudo.

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