Os pássaros cantavam no jardim enquanto Logan, sentado à mesa de café da manhã, analisava cuidadosamente os dados sobre a investigação que tinha recebido no seu e-mail.
Durante a semana que passou no Rye, nenhum avanço tinha sido feito. Embora tivessem analisado o corpo de Keira Sparks diversas vezes, os legistas sempre chegavam a conclusão de que ela havia sido assassinada horas antes do namorado.
Aliás, havia um detalhe importante que o departamento policial havia descoberto: a enxanda, usada para atingir Kevin Dots, também continha respingos do sangue da garota. Talvez, através daquela prova, a teoria maluca de que Kevin matou a namorada se confirmasse.
- Bom dia, meu detetive. – Siberia falou com a voz rouca e aveludada, arrastando suas mãos vagarosamente pelas costas do rapaz até estar a sua frente.
Logan sentiu todos os seus pelos se eriçarem e seu coração bombear mais acelerado, mas tentou não desviar seu olhar da tela do notebook. Afinal de contas, eles tinham travado uma batalha na noite anterior, não tinham? Ela o seduziria e ele tentaria resistir.
Maldita apostazinha de merda. Ele não queria resistir!
- Como passou a noite? – ela falou mais uma vez, caminhando até a geladeira e abrindo a porta para olhar o que tinha lá dentro. Assim que ela se inclinou para conferir os mantimentos, Strauss levantou os olhos para admirá-la sem ser flagrado.
Quando o fez, quase engasgou. Ela usava uma camisola mínima e marrom que tinha as mangas compridas. Suas coxas estavam quase totalmente expostas e, na posição que a mocinha estava, o detetive conseguia ver perfeitamente o início do contorno da sua bunda.
- A minha foi um tanto solitária, obrigada por perguntar. – Siberia falou mais uma vez, tirando a caixa de leite da geladeira e se virando para o policial. No segundo em que a viu se virar, ele abaixou os olhos. – Estava frio e eu queria um corpo quente para me aquecer. Como o senhor não veio, eu tive que me virar sozinha.
- Espero que tenha encontrado os edredons na segunda gaveta. – ele respondeu sem tirar os olhos dos documentos, meio sarcástico e meio inexpressivo.
Ela gargalhou, depois deu de ombros e abriu a caixa de leite.
- Encontrei, mas não funcionou. Eu passei a noite inteira me tocando e pensando no senhor. – ela falou cheia de sensualidade na voz. Strauss sentiu uma corrente elétrica passar por todo o corpo.
A pequena, sorrindo ao vê-lo estremecer, levou a caixa de leite aos lábios e deu várias goladas.
- Nova regra. – Logan disse, ainda sem tirar os olhos do notebook. – É proibido beber qualquer coisa no bico. Leite, suco, qualquer coisa. Vetado.
Ela afastou a caixinha branca da boca e deu um sorriso.
- Nossa, como o senhor é chatão. – então ela soltou o leite na bancada e, perigosamente, começou a se aproximar do policial. No instante em que estava de frente para ele, sentou-se na mesa e cruzou suas pernas lisas e gostosas. – E eu não sabia que o senhor usava óculos. – Ela comentou. Os óculos eram quadrados e discretos. – Você fica gostoso para caramba, sabia? Parece até o Clark Kent.
Logan levou sua caneca entupida de café aos lábios. Expirou no copo, afastando a fumaça da bebida, e tomou-a a grandes goladas, por mais quente que estivesse.
Contou de "um" a "dez" enquanto mirava um ponto fixo no seu computador.
Seu estômago estava embrulhado e seus pelos, mais uma vez, estavam em pé, como se eles fossem atraídos pela presença de Siberia. Perto da menina, ele se sentia um robô recarregando a bateria. Era como se ele precisasse dela assim como o super-homem precisa do sol: para recuperar sua força vital.
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Caçadora de Corpos
RomanceUma série peculiar de assassinatos fará o melhor detetive da Scotland Yard procurar a ajuda de uma médium. Mas o que fazer quando Madame Viviette, a reconhecida paranormal a quem ele pede ajuda, não é nada do que ele esperava? ------- "Caçadora de...