Capítulo 24 (Parte II)

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Logan Strauss

Avicii tinha acabado de tocar e eu e Missandei encerramos nossa dança. Ainda estávamos abraçados, permitindo que nossas pernas se entrelaçassem de modo sensual. Era a terceira música seguida que dançávamos juntos, e ela deixava claro que queria muito mais que aquilo.

Missy acariciava os cabelos da minha nuca quando, por fim, ficou na ponta dos pés. Seu nariz fez carinho no meu e seus olhos estavam colados nos meus lábios. Eu a teria puxado para um beijo, se meu coração não tivesse estremecido de angústia.

Puta merda. O que estava acontecendo?

- Eu... – comecei. – Vou pegar uma bebida. Minha garganta está seca. Você aceita?

- Hm... Claro. – respondeu envergonhada, largando meu pescoço.

Segui para o balcão onde meus amigos estavam sentados. Quase toda a equipe tinha comparecido, e até Christiansen estava em um dos cantos, tendo um momento descontraído para variar.

Missandei caminhou em direção a alguns colegas, que a chamavam, e eu parei ao lado de Savannah Millers. Me escorei na mesa vermelho-cereja e sorri para ela.

- Ei.

- Oi. – cumprimentou. Ela tomava uma bebida cor de rosa pelo canudinho. – Ai, Logan. – Fez bico, cheia de manha. – Eu entendo seu lado, entendo mesmo, mas não tinha outra hora para a Missy aparecer, não?

- Como assim?

- Eu estou tensa, precisando do meu amigo colorido... Agora que ela voltou e vocês vão reatar, acho que vou ter que me virar sozinha, não é mesmo?

Dei uma gargalhada calorosa.

- Que pressa é essa, ruivinha? Nós ainda não decidimos nada. – belisquei sua cintura. - Além do mais, que me conste, há meses que o Jenkins da perícia está tentando se aproximar de você. – então olhei para o rapaz, que nos observava a alguns metros de distância. – Na verdade, ele está olhando para cá agora mesmo.

- Sério? – Savie espiou por cima dos ombros. Assim que confirmou o que eu dizia, voltou-se para mim com as bochechas vermelhas. – Ele é bom. Digo... Decente, bonito. Mas não sei, Strauss... Acho que ainda vou sentir falta da sua pegada.

- Claro que vai! – protestei, indignado. - Ninguém é melhor do que eu... Mas o Jenkins pode tentar. Não vai conseguir, lógico, mas talvez não seja uma catástrofe apocalíptica. Por que não vai lá falar com ele?

Ela mordeu o lábio, incerta. Depois sorriu, me deu uma piscadela e se desviou das outras pessoas até chegar ao perito. Vi os dois engatarem em uma conversa, antes que Charlie e Clinton entrassem na minha frente.

- Clinton é o pior filho da puta que já andou por essa Terra! – Harrison disse, gargalhando. – Você não vai acreditar na piada que ele acabou de me contar.

- Qual foi?

- É assim: dois bêbados estavam conversando na rua, quando...

E então, os olhos de Charles se fixaram em um ponto atrás de mim. O copo de whisky escorregou da sua mão e explodiu ao atingir o piso. Clinton, parecendo avistar a mesma coisa, levou seu drink aos lábios e o virou todo de uma vez.

Uni as sobrancelhas, estranhando a atitude dos dois, quando resolvi olhar na mesma direção.

E meu coração parou no peito.

Siberia se aproximava aos poucos. Arrumava os cabelos atrás da orelha e olhava para os lados com insegurança.

E, caralho, ela não tinha motivo algum para estar insegura.

Caçadora de CorposWhere stories live. Discover now