Capítulo 26

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[N/A]: Muito obrigada por todos os comentários, indicações, parceria e carinho! Sou muito grata pelos nossos 100 K. Que venham mais, uhuuuul! (~^__^)~ 


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"Siberia acordou com o barulho de choro.

Admirou os adesivos de ursinho nas paredes, que faziam parte da decoração do quarto, e se virou para o outro lado da cama. Esperou seus olhos se acostumarem com a escuridão do aposento, antes de focalizar seus irmãos.

Eles estavam sentados no colchão de Ben e o pequenino chorava, abraçado com Suze.

- Shhhh, shhh. Calma. – a mais velha pediu.

- O que foi? – perguntou Sibs.

- Ben está com medo do escuro.

Siberia olhou para o irmãozinho e se levantou. Caminhou até ele e aconchegou-se em sua cama, para se unir ao abraço.

- Não precisa ter medo do escuro, Ben. Nós estamos aqui com você"

Um vórtice de cores tomou a mocinha. Ela se sentiu sugada por um furacão violento, grandioso, que a esticava como se arrancasse seus membros. Lindell gritou de pânico, apunhalada pela dor.

Quando os ventos pararam de soprar, e as cores sumiram, tudo tinha se tornado preto. Suas canelas, de um momento para o outro, apareceram imersas em um lodo escuro, espesso, e a paisagem não parecia ter início nem fim. Sibs não enxergava formas, não ouvia barulhos ou sentia cheiros. A menina via-se presa em um imenso nada, até que alguém segurou sua mão.

Pulou, em um sobressalto, e abaixou o rosto para encontrar os olhos de Ben. Os dedos do seu irmão estavam entrelaçados nos seus, e ele sorria lindo, inocente, como ela se lembrava de tê-lo visto pela última vez.

- Não precisa ter medo do escuro, Sibs. Nós estamos aqui com você.

Novamente, o furacão desceu sobre ela. Lindell se sentiu tonta, desorientada, até que, ao invés de preto, visse apenas branco.

Oh, merda.

Sua cabeça doía. Seus braços, suas pernas... Onde, diabos, ela estava?

- Três costelas quebradas e cotovelo trincado, fora a concussão. – opa! De quem era aquela voz? – A senhorita Lindell teve muita sorte de ter caído no telhado do vizinho. Ela ter sobrevivido foi praticamente um milagre.

- E a cabeça, doutor? Vai ficar alguma sequela? – o tom aflito, preocupado... Oh. Siberia sabia de quem era. Conhecia aquele timbre... Strauss.

- Os primeiros exames foram inconclusivos...

Mais dor. Mais escuridão.

- Sei que você não gosta de ouvir isso quando está acordada. – disse Logan. Siberia sentiu o detetive entrelaçar seus dedos e beijar a sua mão. – Sei que você sente nojo, repulsa... Mas eu te amo. Muito. E quero ver seu sorriso de novo. Por favor, lindinha, acorda e sorri pra mim. Me mostra que você está bem.

Tudo ficou escuro mais uma vez. Siberia, agora, não sentia um músculo. Era como se ela não tivesse mais corpo, mais massa. Ela era apenas uma consciência flutuante que pescava lampejos da realidade.

Caçadora de CorposWhere stories live. Discover now