Expose II: Armário de Segurança Máxima

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  Após aquela decepção com o segurança, decidi que iria chegar até ele e colocá-lo contra a parede, afinal, aqueles olhares não me enganavam, ele tava a fim...

No dia seguinte, fui pra facul e no caminho fiquei imaginando minha abordagem:

"Oi, Miller ... Então... sei que você gosta de caras... pode falar. É por causa da minha preferência na cama? Pô, nem só de sexo se faz uma relação."

Muito direta...

"Oi, Miller... Que horas você sai do serviço? Poderíamos almoçar juntos e conversar, que tal?"

Tá, eu não teria coragem pra essa abordagem também. Acabou que cheguei na entrada e passei pelo estacionamento, ele não estava. Na hora de ir embora, desci as escadas de lá também. O cumprimentei com a mão, como nunca tinha feito. E parti, sorrindo timidamente sem que saísse nenhuma palavra.

Eu jamais conseguiria conversar novamente. Subitamente, voltei pelo estacionamento, fingindo ter esquecido algo, mas ele já não estava mais lá. Andei pela faculdade toda pensando em como teria aquela conversa, em como seria encontrá-lo. Mas não o encontrei. Será que ele saia naquela hora? Silva disse pra eu tomar cuidado, pois se continuasse correndo atrás, poderia acabar sendo acusado de assédio. Que exagero!

Passou o fim de semana. Segunda feira, decidi sair por lá. O cumprimentei de novo. Então ele puxou assunto:

—E ai, como vão as coisas?

—Tudo tranquilo... e por aqui? É tão de boa trampar aqui, né?

—É sim, mas você sabe... Chega uma hora que você diz já deu o que tinha que dar.

—Já passei por isso, heheh.

Peguei uma revista no balcão dele e folheei, minhas pernas estavam meio trêmulas.

—Naquele dia, no banheiro, você tava a fim, né?

Quase engasguei com sua fala repentina. Mas criei coragem e falei:

—Tava, mas você não curte...

—Eu já curti.

—Eu sabia, hahaha...

Contei que ele não tinha me enganado no banheiro, que percebi a forma como ele me olhava. Até que então ele sentiu-se confortável para falar a verdade:

—Eu estou namorando há dois meses... com um cara.

—Sério?

—Sim, e ele me fez mudar muito, eu já fui muito safado, já fiz cada coisa que até Deus duvida. Se não fosse ele eu tinha te agarrado naquele banheiro...

Bom, depois disso conversamos abertamente sobre muitas coisas. O fato dele morar só mas o irmão morar nos fundos e já tê-lo pego no colo com o namorado, de ele quase ter terminado por que o namorado só queria ser ativo com ele, e o que mais me chamou a atenção:

—Eu gosto da solidão. Por mais que eu namore, eu gosto de ficar só, ter meu momento com meus pensamentos.

Me identifiquei muito com isso... Seríamos perfeitos um pro outro. Claro que não falei isso pra ele, mas fui embora pensando muito nisso. E pensar que no semestre passado, quando eu passava por lá, ele me olhava com olhos de solteiro, com vontades de predador. Perdi, mesmo saindo vitorioso, pois meu radar gay é infalível em todos os sentidos!!

E quem sabe não tenha ganhado um bom amigo.

Diário de um ex-virgem gayWhere stories live. Discover now