A psicóloga, o rapaz sem nome e a gargalhada fatal...

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Qual o peso da palavra "AMOR"? E da expressão "Eu te amo"? Quando devemos dizer isso? Quando temos certeza ou quando sentimos ser o momento ideal? E a banalização da expressão? É correto chamar alguém de amor o tempo todo? E quando for real? Qual impacto terá?

Certo dia eu estava caminhando pra facul e recebi um SMS de Tiago:

"I love you"

Como resposta, enviei:

"I like you so much"

Ai ele me devolveu:

"Eu escrevi 'eu te amo', não 'gosto de você'."

Ai eu respondi:

"Eu sei. Mas não vou te devolver por obrigação. Quando eu disser 'eu te amo', será pra valer, por que eu senti que devo."

Pra mim a palavra "AMOR" é mais forte que tudo. Posso dizer que nunca amei ninguém, embora tenha chegado muito perto com o Fabiano, que não posso considerar amor por ter durado tão poucos dias. Só amei mesmo aqueles que é natural amar (família, animais de estimação). Arrisco dizer que uma OBI é um amor não correspondido, mas está mais pra paixão. Pra mim OBI é uma pessoa inalcançável, onde só o desejo de tê-la faz com que a deseje mais, e passa a viver em um ciclo sem fim. Naquela época não existia a expressão "Crush".

Perguntei ao Tiago o quanto ele me amava em uma escala de zero a dez.

—Sete ponto cinco.

Foi a resposta que eu ouvi. O amor está na média. Quando me devolveu a pergunta, eu disse:

—Nunca amei alguém. Não posso dizer que te amo, pois não tenho com o que comparar, só sei que gosto muito de você.

O mais estranho em não saber o que é o amor é que passamos a vida toda vendo filmes, contos, livros, romances e épicos sobre o amor, descrições trágicas dessa máquina que move o mundo, que não deixa dormir, que nos faz sonhar. Nunca ter sentido o que todos sentem por natureza é mais um ponto que me faz ir sempre contra a maré da humanidade.

Por anos eu pensei que o amor não existiu em minha vida por causa de meus bloqueios gerados por minha insegurança. Tal insegurança me levou a tomar uma drástica atitude: Procurar um profissional.

Fui ao médico da minha cidade, mais precisamente o clínico geral e lá, pedi uma guia para o psicólogo.

—Por que você quer passar no psicólogo?

—Como assim?

—Pra você passar, preciso de um motivo pra colocar na sua guia." (disse o Clínico de forma muito estúpida [Por que não vai trabalhar no que gosta?])

—Hmmm... Stress...

Na época eu tinha saído do trabalho, stress foi o motivo que me veio em mente mas eu sabia que não era isso, óbvio. Em casa, ninguém podia saber que eu ia passar em um psicólogo, escondi de todos. Então, em um sábado de manhã, o telefone tocou enquanto eu dormia. Alguém atendeu e após um tempinho, a porta do quarto abriu. Minha mãe.

— Arthur, ligaram do médico. Disseram que seu psicólogo está marcado pra tal dia.

Óbvio que eu não soube onde enfiar minha cara. Só pra começar as consultas, já tinha acumulado meia dúzia de traumas novos.

Minhas sessões não foram muito produtivas. A psicóloga era uma mulher legal... até demais. Eu procurava uma psicóloga que me desse tapas na cara, que me dissesse verdades que eu não podia ver, que eu não queria ver. Eu sentava, falava várias inseguranças que eu tinha e o que eu ouvia era:

Diário de um ex-virgem gayWhere stories live. Discover now