E se?

Explicações e meu outro irmão.

-Percy, eu posso explicar, naquela hora que eu desmaiei, o Fred me trouxe pra praia e ele me cortou no braço pra mostrar como a água me curava, igual acontece com você, aí ele disse que gostava de mim, e você sabe que eu gosto dele né, ai a gente se beijou e foi incrível.

 
-Ele cortou você? Eu vou matar ele. - Percy disse já se encaminhando pra porta.

 
-Perseu Jackson, você não vai pra lugar nenhum.

 
-Mas pri, ele cortou você.

 
-Pra me mostrar a cura, você não vai fazer nada com ele, para de bobagem, ele é seu amigo e agora é meu namorado. Estamos entendidos, marujo?

 
-Quer dizer então que você é a estrela do mar? e eu fico com "cabeça de alga"? Isso não é justo.

 
-A vida não é justa, maninho. Agora eu tive um dia cansativo e uma noite maravilhosa e agora pretendo ir dormir, tudo bem?

 
-Tudo bem, estrelinha.

 
-Argh, para com isso. - falei jogando um travesseiro nele.

Naquele momento um brilho apareceu no canto do meu quarto e nós dois olhamos naquela direção. Ouvi Percy sussurrar um "finalmente" antes de ver o homem que agora estava me pegando no colo. Ok, aquilo era estranho.

- Caramba, como você está grande, minha filha! 

- Pai? É você? Poseidon? - Disse enquanto ficava travada e era girada pelo quarto nos braços do homem louco.

- Eu mesmo. Sinto muito por ter demorado a vir te ver, peixinha. Queria ter vindo antes, mas tive uns problemas para resolver e não queria vir antes de ter terminado isso. - Ele disse enquanto sentava na cama e tirava uma coisa do bolso. 

- Demorou hein, velhote. - Percy chegou perto e deu um tapinha nos ombros do pai, sentando na minha cama logo depois.

- Vem peixinha, vem ver. Isso é pra você. Um presente. 

Eu me aproximei e ele colocou um chaveiro em minhas mãos. era uma concha e uma pérola grande e linda. Na concha tinha um H em uma escrita floreada.

- O que é isso, pai?

- Essa é Harpe. E ela é sua, assim como Percy tem Contracorrente. você deve apertar na parte interna da concha. Vamos, pode apertar.

Girei o chaveiro no meu dedo e apertei a parte interna da concha, fazendo com que uma espada aparecesse. Ela era perolada no meio com o H na parte do pomo. Toda sua lâmina era revestida com bronze celestial. Ela era linda.

- Pai, é linda. Obrigada. - Abracei o homem que estava na minha frente. 

- Mais uma vez, pessoal, desculpa não ter vindo antes, sei que o Percy estava praticamente indo me buscar no meio do mar. Eu demorei mas vim. Tenho muito orgulho de vocês. Vocês três.

- Falando em nós três, como está Tyson? - Percy perguntou levantando da cama.

-Está bem, ele disse que quer vir também, conhecer Priscila. Disse para ele pelo menos esperar  eu vir. Ele deve aparecer aqui essa semana, talvez.

- Que legal! Tô doida pra conhecer ele. 

- Pessoal, agora tenho que ir embora, e vocês, devem dormir - Ele disse antes de começar a rir. - Boa noite, meus filhos. Fiquem bem.

Posseidon sorriu pra gente e desapareceu em mais uma nuvem de fumaça, assim como apareceu.

Conversei um pouco mais com Percy e logo depois ele também me deu boa noite e saiu do quarto. Deitei em minha cama e dormi profundamente feliz por, pela primeira vez me senti parte de um grupo, ele podia não ser muito normal, mas eu nunca me senti tão em casa. Tinha visto meu pai e tinha ganhado um presente incrível.

Depois do episódio do meu maravilhoso irmão ouvindo coisas que não devia, perdi completamente a vantagem de infernizar a cabeça dele. Sempre que o chamava de cabeça de alga e irmãozinho, ele rebatia me chamando de estrela do mar me fazendo virar a pessoa mais vermelha da face da Terra.

Os dias foram passando, e finalmente Tyson veio me conhecer. Percy tinha mandado uma mensagem de Íris com um ultimato de que se ele não viesse em 5 dias, Percy me daria de jantar para as Harpias. Então, dois dias se passaram e lá estava ele, no dorso de um cavalo marinho chegando na praia. Tyson se despediu do arco íris que era o nome do tal cavalo e correu para nos encontrar, como uma criança voltando pra casa. Quando ele veio se aproximando percebi os óculos escuros.

-Percy, que saudade. Priscila, finalmente, né? Papai não para de trabalhar, então, eu não paro de trabalhar junto com ele. Mas é bom.

 
-Oi Tyson. Tudo bem? A viagem foi boa?

-Priscila, irmãzinha. Você tem o nariz do papai. Sim, foi ótima. Arco íris nunca me deixa na mão - Ele disse me dando um abraço de urso.

-Ah então quer dizer "isso" é culpa dele - brinquei apontando pro meu nariz.

-Pelo menos você tem os dois olhos.

 
Nessa hora ele tirou os óculos de sol revelando um enorme olho azul da cor do mar. Bem no meio do rosto.

Cheguei perto dele é sussurrei.
-Eu e o Percy, principalmente ele, precisamos de alguma coisa pra nos comparar no quesito beleza. Você ficou com 90% dela e aí ficou injusto. Aí papai deixou um olho só com você e nos deixou com dois. Eu nunca vi mas tenho certeza que você sabe como fica lindo com os dois olhos. É beleza demais. Papai sempre querendo brincar com a gente.

 
-Verdade, você é linda, mas o nariz do papai não tinha que estar aí. - ele disse rindo.

-Eu não te disse. O Percy tem o problema da testa né, que é enorme, mas não vamos ferir os sentimentos dele.

-E ai, grandão. Não sabia que você já tinha chegado. Tudo tranquilo debaixo d'agua? Fred perguntou chegando e pegando na minha cintura.

-Papai trabalha pra sempre. Estava com saudade de vocês. Vim apertar minha irmã e a Annie, onde ela tá, irmão?

-Dando aula de grego antigo. Vamos primeiro pro chalé e depois eu levo você lá.

-Tudo bem.

Fred chegou perto de mim e beijou meu pescoço. - Ele tirou os óculos na sua frente? Ele nunca fez isso antes de alguém que acabou de conhecer.

-Eu sou uma pessoa tão confiável que ele me conheceu e já me ama.

-Você causa esse efeito nas pessoas.

-Vem, vamos lá no chalé.

Quando chegamos no chalé, a cama de Tyson já tinha sido arrumada, e como ele era enorme, quando deitava seus pés ficavam pra fora da cama, o que me fez rir.

 
Tyson era uma pessoa tão feliz que puxava todos pra perto dele. Ficamos conversando horas sobre o trabalho dele no mar, mas não posso mentir, sentia uma pontinha de inveja por ele passar tanto tempo com nosso pai, sendo que ele só tinha aparecido pra mim uma vez. Tentei não pensar nisso naquele momento e aproveitar a presença do meu outro irmãozinho.