Contatos de 1° grau na praia.

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Quando acordei no outro dia Fred estava na minha cama, eu tomei um susto quando pensei que ele tinha acordado no meio da noite e vindo até aqui, sob a grande chance de morrer nas mãos das Harpias. Mas quando ele abriu os olhos eu não consegui pensar em mais nada. Eu não sabia como ele tinha chegado ali e não importava, eu literalmente me perdi nos olhos azuis do meu ensolarado. Esse meu desligamento durou apenas alguns segundos graças aos deuses.

 
-Bom dia, linda.

-Bom dia, ensolarado. Será que eu poderia saber o que você está fazendo na minha cama essa hora da madrugada?

-Mas já são 07:30.

-Ainda? Eu vou dormir de novo. - Disse deitando na cama de novo. Mas Fred veio em cima de mim e me beijou, abraçou minha cintura e deitou em cima de mim.

 
-Não dorme mais não, vamos eu quero te mostrar o sol.

-Mal posso esperar pra ver aquela bola de fogo no céu. - disse bocejando e rindo.

-Vamos passear na praia depois do café? A gente nunca consegue ficar juntos sozinhos.

-Você quer ficar sozinho junto comigo? - Disse rindo e fazendo carinho em seus cabelos louros.

-Sim, e você entendeu o que eu quis dizer. Então, isso foi um sim?

-Um sim, de fato.

Depois de Fred sair do meu quarto pela janela, que foi, descobri depois de um tempo, por onde ele entrou de manhã, fui no banheiro, tomei banho e escovei os dentes. Coloquei um maiô branco. Como eu sempre morei perto da praia, sempre tive mania de colocar maiô por baixo da roupa. Saí do banheiro e fui direto para o refeitório. Sentei na mesa de Poseidon, onde Percy comia um pedaço enorme de bolo azul e Silena contava das maquiagens que sua mãe tinha deixado pra ela ontem. Sentei do lado dele e na minha frente apareceu uma pizza de calabresa com cobertura de blueberry. Eu comi um pedaço ouvindo a história e olhei pra frente, onde Charles, namorado de Silena, fazia uma bela cara de nojo.

-É errado fazer cara de nojo pra comida sabia, ferreiro?

-Comida, Priscila. Não essa gororoba que você come sempre.

-Ah fica quietinho aí, ô do ferro. - Fred chegou e se sentou do meu lado.

-Eu não sei nem do que falar primeiro, vc comendo pizza no café ou a pizza, como sempre, ter essa geleia por cima.

-Você podia só me dar um beijinho e esquecer esse famigerado esporrinho.

-Você fez uma rima só pra se safar?

-Exatamente, querido ensolarado.

-Te amo - ele disse me beijando na bochecha.

-Eu também, mas essa pizza maravilhosa tá esfriando.

Terminei de comer a pizza e conversamos com todos da mesa. Elena disse que tinha conhecido um filho de Hermes na captura da bandeira e o sorrisinho no rosto dela me fez ficar mais feliz ainda. Engraçado como nem mesmo Annabeth conhece todos os filhos de Hermes. Que deus mais ocupado na tarefa procriação.

Depois de um tempo as pessoas foram saindo do refeitório e Fred e eu fomos direto pra praia. Eu sentei na areia e levantei a mão pra puxar ele. Ele sentou do meu lado e eu encostei a cabeça no ombro dele.

-Você ta chateada.

-Eu tô bem, não se preocupa.

-Eu tenho poderes sabia? Eu sei quando uma pessoa não tá bem. E como você não está machucada por fora, significa que está por dentro. Me diz o que foi.

-Eu só não consigo entender porque meu pai demorou tanto pra aparecer pra mim. Será que ele não gosta de mim? Mas aí eu vejo que os pais não aparecem mesmo pros filhos toda hora.

 
-Não fica assim, eles sempre foram assim. Todos eles.

-Tudo bem - disse pegando seu braço e beijando a mão dele.

-Sabe, eu tenho estado muito ocupado lá em baixo - Disse uma voz atrás de mim, Fred e eu nos viramos e vi um homem com olhos azuis, camiseta havaiana e, pasmem, o meu nariz.

 
-Que susto pai. Nossa.

-Pensei em fazer uma surpresa, peixinha.

-O que você está fazendo aqui? Eu cheguei no acampamento há 2 meses e é a segunda vez que você fala comigo, qual o seu problema? - Disse batendo em seu peito.

-Nossa, você é igual a sua mãe. Bom, deixa eu me explicar. Quando Percy nasceu, depois de um ano, mais ou menos, veio você, a minha peixinha, e eu sabia como os filhos dos três grandes eram caçados pelos monstros, então eu fiz um trato com a deusa da magia, para que ela colocasse um feitiço em vocês dois para proteger vocês de qualquer um do mundo mitológico, e ela fez o feitiço, só que me incluiu nele. Eu sabia onde vocês estavam, eu seguia vocês, via vocês, mas não conseguia chegar perto. Durante a guerra de Gaia no ano passado, a deusa que fez o feitiço, cancelou ele. E só então eu consegui avisar Quiron sobre você, eu estava ansioso pra te conhecer, mas eu sabia o que você pensaria, e isso me deixou muito nervoso pra vir antes. Me desculpe, peixinha. Naquele dia que vim da primeira vez queria ter te falado isso, mas fiquei com medo. Queria ter te reclamado antes, mas não consegui, sinto muito por tudo que você teve que passar. Não passo um dia sequer sem pensar em vocês três, Percy, Tyson e você.

 
-Não entendo, eu sempre fui perseguida por monstros. Porque você não conseguia chegar perto?

-Mas algum deles já tentou te matar?

-Bom, nenhum conseguiu, eu fugia.

-O feitiço afastava os monstros que chegavam muito perto. Foi o máximo que eu consegui fazer pra te proteger dos monstros, e de Zeus.

-Mas você sabe que isso é bem estranho né. Do nada você apareceu, e vc é meu pai, e eu nunca te vi na minha vida.

-Eu sei, e você vai se acostumar, como seu irmão. -Frederick também se acostumou não é mesmo?

-O que, ah, sim. Sim senhor - Disse Fred gaguejando e ficando vermelho.

-Então pai, já que você está aqui, Ele é meu namorado. O Fred.

-Bom, você certamente poderia ter feito uma escolha pior. - disse Poseidon batendo no ombro de Fred. - Lembra aquele pintor no Rio? Eu queria bater a cabeça dele na parede sempre que ele marcava com você e não ia. Ah, e teve aquele dentista também, nunca vi uma pessoa tão estúpida em toda minha vida...

-Ta bom, pai, já chega, eu já entendi.

-Mas Frederick é um bom garoto, pelo que sei foi o braço direito de William Solace na guerra, não? - Fred estava em transe. Segurei a mão dele com força pra fazê-lo voltar ao normal.

-Sim, fiquei na linha de frente dos arqueiros e primeiros socorros.

-Muito bem, Priscila, eu finalmente vim te ver mais uma vez e quero que saiba que você não é esquecida. Quando disse que vinha, Afrodite me disse que eu deveria trazer um presente. Eu não sabia o que te dar, então...

Poseidon tirou do bolso de sua camisa um cordão, ele era de metal e o pingente tinha uma imagem dentro, quando eu olhei, era da praia. As ondas se mexiam e era perfeito.

-É lindo, pai. Obrigada. - Abraçei ele e ele beijou minha bochecha.

-Eu tenho que ir, peixinha, adeus. E se comporte, senhor Sunstone. - Poseidon disse isso e logo depois desapareceu, me deixando com um sorriso enorme. Quando eu olhei para o cordão de novo, na imagem aparecia eu e ele nos abraçando, com a praia ao fundo.

E se? Where stories live. Discover now