Talk Show com o deus da guerra

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Afrodite puxou o freio e minha cara foi lá na frente. Não sabia que a viagem seria tão rápida e desagradável. Afrodite não dirigia mal, ela simplesmente não sabia. Antes eu tivesse me oferecido para dirigir. Agora sim eu tinha entendido a cara de pavor que Fred fez para mim quando entramos no carro.
Quando saímos Clarisse se jogou no chão e agradeceu aos deuses por estar viva. Elena estava normal, como se para ela fosse comum uma viagem no carro assassino.
-Elena. Você está bem?
-Sim...por que? Ah, minha vó? Ela é péssima no volante, mas minha mãe também é. Esse negócio deles poderem se teletransportar tira a vontade deles de aprender, pelo que mamãe disse. Vamos?
-Calma, eu já vou...acho que deixei meu estômago no banco do carro.-Fred disse respirando com dificuldade.
Afrodite abaixou o vidro do motorista e falou conosco enquanto retocava a maquiagem no espelho.
-Na próxima entrada, um bar de motoqueiros. Ares está lá.
-E você não vem com a gente?
-Nós brigamos ontem, eu vou dar um tempinho à ele. Podem ir, vão!
Ela simplesmente deu meia volta e foi embora, nos deixando sozinhos no meio da estrada. Andamos uns vinte minutos e então ele apareceu. O bar mais mal encarado que eu já tinha visto. Talvez ele fosse um bar arrumado lá pelos anos 70, mas agora, parecia um monte de sucata e madeira. Uns motoqueiros fumavam e conversavam na parte de fora e Clarisse abriu um sorrisinho.
-Que maneiro.
-Claro que você gostou daqui, né.-Elena disse franzindo o rosto.
-Pare de gracinhas. Ares está ali. Vamos.
Nós aproximamos e Clarisse ficou nervosa de repente. Eu sabia que ela tinha medo do pai, todo ser humano teria, mas ele não faria nada contra ela...faria?
-Ares.
-E aí, garota. O que faz aqui?
-Precisamos conversar.
-Agora? Argh...tudo bem.
Ele largou a cerveja que tomava e se afastou do grupo de motoqueiros. Clarisse o trouxe até onde nós estávamos.
-O que é essa palhaçada, uma intervenção?
-Na verdade, viemos perguntar umas coisas para o senhor.-Fred disse se aproximando.
-Que saco hein. Quer dizer que vocês vieram do acampamento até aqui apenas para um talk show?
-Exatamente. Vai responder nossas perguntas?
-Não, mas foi legal ver você, garota. Diz pros seus irmãos que eu mandei um Qual é?-Ele deu um soquinho no ombro de Clarisse e se afastou.
-Você sabe onde estão Phobos e Deimos?-Perguntei em voz alta fazendo ele parar e dar meia volta. Fred tentou me segurar.
-Você os viu?
-Sim, inclusive tenho uma ótima história para contar. Mas você vai precisar falar comigo também.
-Você ousa barganhar comigo. O deus da guerra? Eu posso acabar com você neste momento. -Ele disse com seus olhos vermelhos brilhando rapidamente através do óculos de sol.
-Pode mas não vai. Onde vamos conversar?-disse com o queixo levantado fazendo o deus da guerra bufar. Logo em seguida nós estávamos em uma sala completamente desarrumada.
-Desembuchem. O que vocês querem?
-Há quanto tempo está procurando Phobos e Deimos?
-Desde o começo do ano. Eles simplesmente sumiram um dia desses. Onde eles estão?
-Você sabe alguma coisa sobre a chave da sala de troféus de Zeus que sumiu?
-Phobos comentou sobre isso uma vez. Porque, não acharam ainda essa droga de chave? O que eu tenho a ver com isso, sinceramente?
-Em uma missão nossa, encontramos os dois e eles queriam essa chave. Enfim, eles estão no acampamento. Viraram bebês.
-O que? Rá! Eu vou acabar com eles dois! Enfim, eu não peguei chave nenhuma. Como a viagem de vocês foi inútil e eu tenho que acabar com a raça daqueles moleques, vou levá-los até o acampamento. Negócio fechado?
-Pai, vai levar todos nós naquela biga?-Perguntou Clarisse apreensiva.
-Claro que não, até parece que eu vou arriscar minha maravilhosa biga com vocês! Vou pegar um carro.
Ares saiu batendo com sua bota de combate no chão e de repente ouvimos barulhos. Uma gritaria enorme e dez minutos depois Ares voltou com uma chave na mão. A chave abria uma van e nós entramos sem dizer nada.

E se? Où les histoires vivent. Découvrez maintenant