Dormindo com um polvo em pele de sereia

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Depois de cinco dias ela finalmente acordou maravilhosamente bem. Ela levantou sem problemas e fez o café da manhã, e de tão feliz que eu estava, nem reclamei de comer os omeletes com cobertura de blueberry que ela tinha feito. Depois do almoço, fomos dar uma volta no central park e ficamos atirando pedras no lago até o sol se pôr. Foi perfeito. Mas não tão perfeito quando a noite que nós tivemos depois. Eu sentia tanta falta de Priscila que quanto mais eu ficava perto dela, mas eu queria colar nossos corpos. Naquela noite nós nos reencontramos e voltamos a ser um. Foi tão perfeito que eu tentei fazer um poema pra ela que explicasse o que eu tinha sentido, mas as palavras para explicar exatamente simplesmente ainda não tinham sido criadas.
Acordei no outro dia e ela estava deitada na cama ao meu lado. Bem, não ao meu lado, já que ela estava deitada completamente torta e eu estava quase fora da cama, mas quando levantei e olhei pra ela não consegui reprimir a risada alta que a fez se remexer e acordar.
–Bom dia. Confortável?
–Não muito. Tinha esquecido que eu me mexo dormindo. Eu te machuquei?
–Não que eu saiba, Amor.
Ela veio na minha direção e beijou meus lábios e encostou o rosto no meu peito.
–Nós vamos embora hoje?
–Sim. Tudo bem?
–Tudo, só queria saber mesmo.
–Você tá pronta pra chegar até lá? Está bem?
–Eu to ótima. Maravilhosamente bem. Ei, eu já volto, fica aqui!
Ela levantou e colocou uma bota, saindo do quarto de pijama e galocha. Por um momento me perguntei o que ela iria fazer vestida daquele jeito. Ouvi a porta da sala batendo e apenas esperei...e esperei.

E se? Where stories live. Discover now