E então, vamos?

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Estava conversando com Elena tentando prestar atenção em tudo que ela me contava sobre o que aconteceu enquanto eu estava inconsciente. Quando chegamos na porta do chalé de Dioníso, eu sentei na varanda, não queria entrar, tudo lá dentro era muito roxo, e a luz do sol estava razoável, deixando o acampamento quase que reluzindo. Elena parou de falar de repente.
—O que foi?
—A víbora está vindo pra cá, deixa que eu cuido dela.
—Você não vai fazer nada, vamos apenas ver o que vai acontecer.
A filha de Afrodite loira vinha com passos firmes na minha direção, e eu quase desejei que aquele salto dela prendesse em algum lugar do chão.
—Ola Elena, Priscila.
—Oi. —Respondemos juntas.
—E então, o que deseja? —Elena perguntou quase pulando ao meu lado. Eu a segurava pelo pulso pra que ela não se jogasse na loira.
—Eu vim falar pra você, Priscila, que você pode até acreditar que Fred não fez nada, mas saiba que ele ainda vai ser meu. Ele sempre gostou de mim e eu vou acabar com você se for preciso para ficar com ele. —Ela tinha a voz confiante e falou alto chamando atenção de todos no centro dos chalés. Eu me levantei devagar e a encarei.
—Eu adoraria ver você tentar. Se você acredita que ainda é alguma coisa aqui nesse acampamento, protótipo de Barbie, está muito enganada. Eu acabo com você com uma mão e corto esse seu cabelo sem graça antes que você sequer consiga falar "ambrosia". Pelo que eu sei você já tentou mais de uma vez se passar por mim. Isso não vai acontecer de novo. Eu estou de olho em você, e eu não vou a lugar algum. A minha espada está pedindo pra entrar nesse seu corpo patético. Como você vai se defender de mim? Acho melhor sair do meu caminho. —
Ela estava com os olhos arregalados e suas mãos tremiam, Elena levantou e a loira saiu correndo para o chalé de Afrodite. Elena me virou em sua direção e tomou um susto.
—O que foi?
—Seus olhos, estão completamente azuis. É meio perturbador.
—Agora você sabe como é. — disse irritada ainda com a filha de Afrodite.
—Pare com isso agora, as crianças estão vindo.
Alice e Josh se aproximavam rapidamente então eu fechei meus olhos e tentei me acalmar.
—Oi crianças. Tudo bem?
—Sim, a gente só queria agradecer pelas camas novas.
—Não tem de quê. Vocês são meus irmãos, merecem muito mais do que isso.
—Ah, então quer dizer que eu posso fazer uma lista? —Alice se animou esfregando as mãos.
—Tudo bem, mas cada um tem um limite de 200 dólares, eu não sou rica.
—Não foi isso que sua mãe disse pra gente ha pouco tempo. —Josh falou baixinho enquanto encostava na parede do chalé.
—Como assim minha mãe? O que vocês aprontaram?
—Nada, a gente só queria conhecer ela. Ligamos pelo chafariz do chalé para agradecer, idéia do Quiron. Então parece que ela gostou da gente, porque ela quer que todos nós visitemos ela nas férias de verão.
—O que?
—Foi por isso que nós viemos aqui também...Queremos agradecer pelas camas e pedir pra nós irmos... Então?
—Ah, eu não sei. Viajar com vocês sozinha? Eu não sei...
—Sua mãe disse que vai pagar para todos nós. Todos que voce quiser levar.
Eu fechei os olhos e pensei...Minha mãe e meu pai tinham bastante dinheiro, mas eu não sabia como me sentir sobre isso. Mas as carinhas deles me olhando daquele jeito...
—Okay, mas só se Percy aceitar.
—Ele já aceitou...E disse que tá animado pra conhecer o mar do Rio.
—E Annabeth quer visitar os museus.
—E sua mãe disse que é pra você chamar o Fred. E Elena também vai, né?
—Elena, você quer ir? — perguntei olhando para a menina ao meu lado.
—Não vou poder, tenho uma apresentação da mamãe no verão, vou acompanhar espetáculo.
—Então só falta o Fred. Di Immortalis, não acredito que vocês fizeram isso tudo pelas minhas costas... Quando eu tiver tempo, vou acabar com vocês dois, seus pestinhas.
—Você adora a gente, Priscila. Somos irresistíveis.—Josh disse vindo em minha direção e abraçando minha cintura.
—Isso aí, eu duvido você fazer alguma coisa.—Alice disse mandando um beijinho pra mim de longe.
—Tá, vocês, já está na hora da aula. Sumam daqui vocês dois. Eu vou procurar o Fred.
Me despedi e fui até o chalé de Apolo. Bati a porta do chalé e uma garotinha atendeu a porta.
—Oi, O Fred tá aqui?
—Não, tá na arena dando aula de arco.
—Okay, obrigada. Bom dia.
Saí e fui em direção à arena de arco e esgrima. Quando cheguei na porta vi na frente de várias crianças e adolescentes. Ele parecia tão mais velho e maduro. O cabelo dele estava lindo e ele ainda não tinha me visto. Não sei quanto tempo eu fiquei de longe admirando os movimentos de seu corpo. Ele era demais. Quando ele me viu, abriu um sorriso, o meu sorriso, que me tirou o fôlego. Eu acenei e sentei para esperar o final da aula. Enquanto Fred estava dando aula, Nico me chamou para ajudá-lo na aula de espada. Eu me levantei e transformei meu cordão na Harpe...Minha espada era agora uma extensão do meu braço. Minhas técnicas de luta eram maravilhosas e lutar com Nico foi divertido. Consegui fazê-lo suar. Quando eu o desarmei fazendo o movimento que ele estava ensinando na aula, todos bateram palma, inclusive os alunos de Fred. Quando eu percebi e olhei em volta, fiquei com um pouco de vergonha. Fred tinha um olhar de admiração que me derreteu por dentro, eu agradeci e voltei a sentar até o fim da aula de arco. Quando os alunos foram embora, Nico foi guardar as espadas e Fred veio sentar ao meu lado. Ele segurou minha mão e a beijou.
—Vai gastar seu beijo, Fredoca?
—Verdade, eu esqueci. Você foi ótima agora na luta.
—Eu arrasei, né?
—Verdade...Foi tão sexy...Eu queria te pegar no colo e correr pro nosso quarto.
—Se segura, loiro. Tenho uma coisa importante pra conversar com você.
—O que foi?
—Bom, primeiro você vai tomar um banho e encontrar comigo no lago. Tanto tempo que eu não vejo o pôr do sol lá.
—Tudo bem...Eu já vou. —Fred levantou e ia beijar minha bochecha e então parou no caminho.
—Que foi?
—Já usei meu beijo de hoje...—Ele se afastou e eu levantei beijando seus lábios muito rápido. Ele foi correndo para o chalé e eu fui andando em direção ao lago.
Fiquei dez minutos esperando Fred na praia, até que eu me virei e vi ele correndo, ele sempre corria quando estava feliz. Ele sentou ao meu lado no pano que eu coloquei na beirada do deck. Eu estava balançando os pés na água.
—Fred, você já pensou em viajar?
—Já sim, porque?
—E...Minha mãe chamou a gente para ir até o Brasil. Visitar ela é tudo mais. Todos nós. O que você acha? Você iria comigo?
—Você realmente está me perguntando isso? —Ele virou na minha direção e eu virei para ficar de frente para ele.
—Sim, porque?
—porque eu não sei o que mais eu poderia responder que não seja sim. É claro que eu vou, meu amor.
—Tem mais uma coisa. — Eu levantei e me ajoelhei na sua frente. Ele arregalou os olhos.
—Você sabe que eu me apaixonei por você no momento em que eu te vi, mas eu comecei a te amar um pouco depois disso. E não pretendo parar nem tão cedo...Eu só consigo imaginar você comigo. Eu sei que nós passamos por bastante coisa nesse ano...Mas nisso tudo eu só consigo perceber que não quero mais ficar longe de você. Você aceita ser meu namorado, meu noivo, meu Fred?—Mostrei as alianças que Silena e Charles tinham me ajudado a fazer. Elas eram de bronze celestial com detalhes de ferro estígio.
—Sim, mil vezes sim. —Eu ri e ele veio na minha direção, pegando na minha cintura e me girando. Quando ele me colocou no chão, eu coloquei o anel em sua mão e ele fez o mesmo comigo. Beijei seus lábios devagar e ele segurava meu rosto. Eu estava tão feliz que não estava aguentando, todo aquele amor que ele despejava em mim.
—Eu quero você. —disse puxando ele para meu chalé.
—Sou seu pra sempre. —Ele ria enquanto se deixava ser puxado.

E se? Where stories live. Discover now