Olhos Brilhantes

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Elena
Já tinham se passado dois dias desde que Percy, Annabeth e Fred foram na missão. Eu tinha ficado para trás para tomar conta de Priscila e ela começava a mostrar sinais de desidratação. Sua boca estava seca e cinza e eu não sabia o que fazer. Fui até a casa grande.
-Mãe... mamãe! Cadê você?
Minha mãe apareceu na escada e eu a chamei até a sala. Quando ela e meu pai desceram e sentaram eu levantei e praticamente a puxei da casa.
-O que foi, Elena?-Meu pai perguntou com o rosto preocupado.
-É a Priscila. Ela está com a boca seca, acho que está desidratando.
-Você tentou dar água a ela?-Meu pai soltou um sorrisinho irônico pra mim e eu senti na mesma hora meus olhos queimando. Quando eu pisquei, meu campo de visão estava lilás.
-Di, se controla! Ela é amiga da Elena e nós vamos ajudá-la. Querida, vem aqui.
Eu me aproximei dela e sentei em seu colo.
-Eu vou te ajudar, tudo bem? Agora eu preciso que você se acalme, não posso cuidar das duas ao mesmo tempo.
-Não gosto quando papai trata meus amigos assim.-disse encostando em seu peito. Tudo que aconteceu com Priscila tinha me deixado muito perturbada.
-Ele não vai mais fazer isso, não é, Dioniso? - Mamãe fuzilou papai com os olhos e ele se encolheu.
-Me desculpe, filha. Não quero ver você chorando, vem aqui. Me perdoa? - ele chamou e eu levantei do cola da mamãe e sentei no dele.
-Tudo bem, mas como vamos ajudá-la?
-Se ela parece desidratada, tenho uma ideia. Di, você pega uma bacia de água gelada. Você, Elena, vai no píer e traz um pouco de água do lago. Encontrem comigo na enfermaria. Acho que sei o que fazer.
Minha mãe desapareceu na hora e eu beijei o rosto de papai antes de sair da casa. Quando fui ao lago pegar a água, vi as náiades nadando no lago e elas pareciam tristes. Fui correndo em direção à enfermaria e esperei.
Quando os dois apareceram juntos, mamãe foi direto para o lado direito do leito de Priscila.
-Di, pegue três panos secos pra mim por favor. - meu pai chegou até uma estante e voltou com os panos nas mãos. Ela ficou com um, deu um na minha mão e deixou o último com meu pai.
-O que você vai fazer, Sofia? - Papai se aproximou enquanto observava as mãos de mamãe trabalhando.
-Bom, é só um palpite de como ajudar Priscila por enquanto. Quando é relacionado a curas meus palpites costumam ser certos. Venham aqui vocês dois. Precisamos fazer isso juntos.
Mamãe pediu para nós molharmos os panos e eu iria colocar o meu na testa de Priscila e papai colocaria o dele sobre a barriga dela. Mamãe trazia um pote pequeno com umas ervas e um líquido que parecia néctar. Ela molhou o pano e colocou sob o seu pescoço na mesma hora. Mamãe disse algumas palavras em grego antigo e papai repetiu com ela quando percebeu o que ela fazia. Dois minutos depois pude perceber a cor voltando ao seu rosto rapidamente e seus lábios não estavam mais rachados, eu olhei assustada e mamãe sorria.
-Obrigada, a vocês dois. Vocês sabem o quanto ela é importante pra mim. Papai, obrigada mesmo.
Mamãe deixou os potes em cima da bancada e beijou minha bochecha.
-Fazemos qualquer coisa por você e seus irmãos, Elena. Que bom que deu certo. Não é permanente, mas agora sabemos como ajudar. Qualquer coisa chame a gente.
Eles desapareceram dali e eu fiquei com Priscila mais um tempo.

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