Desculpas

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Quando chegamos, um homem dormia ao lado da cama e quando a mãe de Priscila entrou, chamou ele e saiu da sala, deixando a garrafa na mão do Deus do mar. Quando nós entramos meus olhos encheram d'agua. Minha pequena estava dormindo, seus lábios, outrora de uma cor pêssego, estavam pálidos e ressecados. Eu ansiava por olhar em seus olhos e fazê-la saber que eu estava ali por ela. Sentei -me ao seu lado e capturei sua mão entre as minhas, aproximando ela do meu rosto. Ela se remexeu durante um tempo, mas logo acordou quando sentiu suas mão direita, antes fria, agora muito quente destoando do resto de seu corpo.
–Meu bebê. Olha só pra você. O que você pensou que estava fazendo?
–Eu não queria machucar mais ninguém, Fred. — Ela disse entre soluços enquanto chorava baixinho.
–Calma meu amor, agora nós não vamos pensar nisso, Okay? Vamos primeiro te tirar desse hospital e pra isso você precisa disso aqui. — disse mostrando a garrafa de Néctar pra ela, que abriu um sorriso.
–Eu faço isso, com licença. —Poseidon se aproximou e eu saí de seu campo de visão.
–Oh minha filha, me desculpe. Me desculpe por não ter percebido quando você precisava de ajuda. Eu estava tão focado nos meus problemas que não pensei nos seus. A minha bênção deve ter confundido ou até mesmo aumentado seus poderes e você precisava de atenção e treinamento. Bom, beba isso agora. Eu vou dar um jeito em você.
Poseidon passou as mãos pela cabeça de Priscila e ela começou a brilhar, ele deu a bebida para ela, que tomou tudo sem reclamar. Eu percebi aos poucos a cor voltar a suas bochechas e seus lábios voltarem ao normal. Seus olhos olhavam para mim como se ela nunca tivesse deixado o acampamento. Eu sabia que ela me amava. Ela sabia disso também. Eu ia ajudá-la em seu treinamento, iria cuidar dela. ela iria voltar para o acampamento. Ela não seria a única obrigada a escolher entre o amor e a segurança.

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