Vida

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A minha estava horrível. Eu estava de volta a rotina de sempre. Saí na rua, foge de monstro, volta pra casa, estuda. A única diferença eram as minhas armas, o néctar no café e o vazio no peito. Sentia falta de todos, mas só de lembrar no Fred meu coração literalmente doía. Não sabia mais o que fazer para me distrair da falta que eu sinto dele. Fui passear no central Park um dia para tentar esfriar minha cabeça. Estava na ponte olhando para baixo, na direção da água, quando papai parou ao meu lado.
–Quando você vai parar com essa autoflagelação e voltar para o acampamento? Aqui fora é perigoso para você.
–E la dentro é perigoso para eles se eu estiver lá. Pai, olha essas coisas que eu sei fazer. Eu consigo tirar toda a água desse lago sozinha. Eu sei porque já fiz isso ontem à noite. E eu quase não consegui parar. Eu não sei controlar meus poderes.
–Mas não precisa fazer as pessoas sofrerem por conta disso. Fred está inconsolável e Apolo nem quer mais falar comigo. Pense nele, ele te ama, da pra ver estampado na cara dele.
–Eu não posso pai. Você sabia que eu quase matei um homem ontem, eu fui no lago do Central Park e eu quase matei um homem que passava ali. Na viagem foi a mesma coisa. Eu não consigo controlar meus poderes. Não quero que a próxima pessoa que eu machucar seja Fred.
–Você já fez isso. Ele está despedaçado. — Papai levantou
–Eu também pai. Eu também.
Poseidon veio e me abraçou.
–Só pense nisso filha. Eu te amo, me desculpe, tenho que ir.
Ele se afastou e seu corpo sumiu. Suspirei e fiz meu caminho para casa e no caminho parei na cafeteria para beber um expresso. Segurei meu copo com dose dupla de néctar e Fred voltou à minha cabeça. Não aguentava mais ficar longe do meu ruivo e cada dia parecia mais terrível sem ele. Saí da cafeteria e atravessei a rua e de repente, tudo ficou branco. Eu sabia na hora que não tinha desmaiado, mas estava no chão e não conseguia me mexer. Ouvi ao fundo uma pessoa xingando e na minha frente apareceu a senhora Jones, que morava de frente para meu apartamento.
–Fique tranquila, você vai ficar bem, eu já liguei para uma ambulância. Vou avisar ao seu pai. Vai dar tudo certo.
–Meu pai? Como você conhece ele?
E aí eu apaguei.

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