Marés

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Já tinha se passado uma semana e com a melhora "repentina" de Priscila, ela finalmente tinha recebido alta, mas não levaria ela de volta para o acampamento daquele jeito, então, Percy se despediu com um ultimato: ou ela voltava antes do fim do mês, ou ele voltaria e a levaria pelas orelhas. Nunca vi o Percy dar uma de irmão mais velho, mas até que foi legal. Depois de tudo, voltamos  ao apartamento dela com seus pais e Poseidon, que não tinha saído de seu lado um minuto sequer, enquanto a ajudava a controlar seus poderes. Eles tinham treinado com fontes pequenas de água, mas assim que ela estivesse melhor, iríamos a um lugar maior. Priscila ainda estava fraca, mas assim que chegou em casa, mandou sua mãe e pai de volta para o Brasil e eles foram, a contragosto. Poseidon também foi obrigado a ir embora e no fim, só sobrou nós dois.
–Você deveria ter ido com Percy.
–Não vou te deixar sozinha.
–Eu sei me cuidar.
–Eu estou vendo, sabe sim. — disse irônico pra ela que fechou a cara— além do mais, eu sou o curandeiro chefe da enfermaria do acampamento, e você precisa descansar e tomar isso aqui. — tirei da minha mochila uma lata e entreguei a ela. Ela comeu a ambrosia e seus olhos brilharam. Eu estava com saudade, daquela vida em seu rosto, mas tão rápido quanto ela vinha, ela ia embora. Priscila estava fraca, não por conta do acidente, mas por conta de seus poderes. O acidente apenas não estava ajudando muito sua recuperação.
Poseidon tinha me explicado que os filhos de Poseidon funcionam como o mar. As vezes a maré estava baixa, e as vezes alta, e Percy concordou. Então pelo que Percy disse depois, acontecia o mesmo com ele, como se fosse uma febre muito alta e falta de vontade de fazer coisas simples. Mas ambos me confirmaram que melhorava dias depois. Então, só precisava esperar a maré baixar. Literalmente.
Assim que voltamos para o apartamento ela ficou deitada na cama. Ela dormia a maior parte do dia e eu cuidava dela de todos os jeitos possíveis. Ela reclamava de todos os jeitos possíveis também e dizia que não aguentava mais ficar deitada, mas era só ela levantar para ficar sem equilíbrio e respirando com dificuldade. Na primeira vez que aconteceu eu quase morri de susto e desde então ela tem ficado na cama, cansada e contrariada. Mesmo assim, não mudaria de idéia. Ela voltaria comigo para o acampamento. Tudo a seu tempo.

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