Perfeita Malfoy - Livro 1

Capítulo 01 - A Volta de Beauxbatons

A Volta de Beauxbatons

Fazia tempo que eu não pisava em Londres e sentir o ar gelado bater contra o meu rosto, me faz sorrir como não fazia há meses. Tenho que pegar um trem para Wiltshire para poder chegar à majestosa e sinistra Malfoy Manor. A cada instante a ansiedade toma conta de mim, não conseguia imaginar como minha mãe reagirá, Narcisa não faz ideia da minha volta e muito menos da minha saída de Beauxbatons. Diretora Olímpia me ajudou a falar com Madame McGonagall, vice-diretora de Hogwarts e ao mesmo tempo com Albus Dumbledore o Diretor e assim minha volta se fez concreta.

Logo quando recebi a carta de Hogwarts minha mãe decidiu que era melhor frequentar Beauxbatons, dizia ser o melhor para uma garota. Fui para França como ela decretou, porém agora decidi voltar e pedir uma vaga em Hogwarts, o que não foi fácil, mas a Madame Olímpia deu um jeito e Dumbledore foi bem solicito em relação a isso. Tudo parecia se encaixar para que a minha mudança ocorresse sem problemas, até Madame Olímpia decidir enviar uma carta a minha mãe comunicando a minha transferência o que obviamente ocorreria de qualquer maneira, mas a interceptação de corujas era uma especialidade de Kaya, uma colega do 5º ano e ela me devia alguns favores, assim a carta que seria enviada a Narcisa nunca chegou até ela.

Narcisa não poderia nem sonhar com a minha volta, o seu desejo é me manter bem longe de Londres. Eu sabia, mesmo Narcisa não sabendo, que não era sua filha. Sabia que os Malfoy não eram meus pais, não era filha de Lucius e eu agradecia a Merlin por essa dádiva. Ouvi um dia minha mãe conversando com ele no escritório e o homem disse claramente "aquela que não tem sangue dos Malfoy não é minha filha e só tenho que suportá-la até o grande dia". Aquelas palavras ecoaram em minha mente dia a pós dia e tentava lembrar de todos os momentos com os Malfoy para ter alguma pista sobre os seus verdadeiros pais, mas estando na França nunca descobriria nada. 

Lucius Malfoy não é o pai que qualquer garota espera, não é o pai que nenhum filho espera. É mesquinho e egocêntrico, trata mal a todos que ele diz não se igualar a ele, aqueles que não tem sangue puro e um sobrenome de valor.  Seria muita hipocrisia de minha parte falar que não tenho nada e sou excluída da vida dos Malfoy, pois sempre recebia cartas de Narcisa e de Draco, também recebia cartas de Ninfa e de tia Andrômeda que foram as únicas que sempre me apoiaram em tudo. Tenho uma boa vida, sou uma herdeira dos Malfoy e recebi tudo o que minha mãe achava que eu merecia sendo sua filha, mas o peso de seu sobrenome só aumentava no decorrer dos anos, assim era a vida com os Malfoy.

¨¨¨¨¨¨

Olho para frente e vejo o grande corredor que leva até a porta da mansão, um corredor vasto e cansativo cercado por grandes arbustos. Era a forma como a minha família mostrava o seu poder aquisitivo e servia como uma proteção a mansão, tudo foi planejado nos mínimos detalhes. Ando o mais rápido que posso, pois o cansaço já estava se fazendo presente e queria chegar logo até a porta da casa. Avisto a entrada da Malfoy Manor e finalmente adentro a mansão, tentando passar despercebida e vou rapidamente para meu quarto implorando a Merlin para não encontrar com Lucius antes de minha mãe, posso encontrar com todos, menos com Lucius.

Subi os degraus que me levaram para o corredor luxuoso e escuro da mansão, passo pelas outras portas e alguns quadros da casa, algumas pinturas de outros Malfoy, algumas pinturas da família, fotos de Draco e algumas minhas quando pequenos. Toco na maçaneta de meu quarto pronta para entrar, porém meu nome ecoa pelo corredor. 

- Lyra, é você? - Draco estava parado no corredor e parecia extasiado. - Você voltou?

- Sim, eu mesma. - respondi sorrindo e indo abraçá-lo, deixando antes meu malão e Nynx na porta do quarto.

- O que aconteceu? Eu pensei que ia passar as férias na França como sempre. - disse se soltando do abraço. 

- Na verdade agora só volto para França de férias e olhe lá. - sorri para o menino que estava na minha frente com um olhar confuso.