Bônus 2 - A primeira ascenção

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A primeira ascenção

O amor é reconfortante. Ele deixa que você aceite a aproximação do outro em momentos que tudo que você precisa é conhecer a si mesmo. O amor deveria ser bom, mas pode ser mau quando quer. A perda é dolorosa, é amarga e as vezes você pode não se recuperar. Aquela pessoa sempre vai estar ali de alguma forma e isso era o que Alana esperava. Esperava ter a presença paternal de Gravis para sempre, para que pudesse ter uma luz iluminando o seu caminho.

Tom estava sendo seu reconforto naquele momento tão doloroso. Se tivesse percebido o quanto aquele menino tinha uma energia pesada envolta dele, talvez não tivesse deixado ele se aproximar tanto. Estava começando a sentir algo a mais por Tom e queria muito sentir aquilo. Era reconfortante ter Riddle ali ao seu lado e ouvir os seus planos fazia parte de sua rotina, sua antiga fora totalmente quebrada por Tom assim que ele se aproximou mais.

Acreditar no amor não era algo banal naquele momento e foi assim que ela se entregou, entregou algo seu a Tom. Naquela Torre deserta de Hogwarts Alana se entregou a Tom e deixou em suas mãos o seu coração. Leonora sentiu um aperto no peito e acordou desesperada naquele mesmo momento.

- Não! - deixou o grito preso em sua garganta sair. - Não... Não, ela irá sofrer tanto.

- Nora! - Carlota estava agora ao seu lado.

- Ela ira cair lá de cima sem nada e sem ela, sem si mesma. - Olhava para frente.

- Quem? De quem você está falando, querida? - Carlota tirava alguns fios de cabelo que caiam na face de sua irmã.

- Lana irá sofrer tanto, Carlota. - Eleonora olhava fixamente para o nada. - Não deixe que ela sofra tanto quando acontecer, por favor. Cuide dela como papai cuidaria.

- Nós iremos cuidar uma da outra, Nora. - Carlota abraçou a irmã que logo se soltou.

- Carregue o meu colar com você até achar alguém que você e Alana amem e deixe que ele cuide dela.

- Do que você está falando, Eleonora? - A mais velha segurou no ombro da menina. - Olha pra mim, Nora! Me explique o que está acontecendo ou que está para acontecer...

- Eu preciso sonhar! Preciso dormir para sonhar com Alana. - Falou deitando em sua cama. - Deveria fazer o mesmo e se deixar sonhar.

Eleonora faleceu naquela mesma noite depois de fazer a sua última profecia. Só Carlota sabia do conteúdo daquela profecia tão dolorosa. Sua menininha estava morta e morrera com o coração apertado de tanta dor pela sua irmã que sofreria com as suas escolhas.

- Ele terá poder e o poder à destruirá. Aquele que terá ela em mãos fará com que o passado e o futuro se apaguem da mente dela tirando aquilo de mais precioso das mãos daquela que se deixou amar um homem que não poderia amar. - Eleonora estava com a voz diferente e Carlota anotava o que a irmã dizia como sempre fazia, mas se soubesse que aquele era o momento teria se permitido gravar o sorriso que Eleonora soltou assim que a olhou. - Cuide dela e se cuide, minha irmã.

Eleonora fechou os olhos deitando em sua cama logo em seguida. Tirou o seu colar o colocando nas mãos de sua irmã que observava tudo com atenção e sem entender nada. Carlota a chamou diversas vezes depois disso, não obtendo nenhum tipo de resposta.

- Nora! Eleonora! - Carlota se aproximou para verificar se a irmã respirava. - Meu Merlim! De novo não... Nora não...

Uma lágrima solitária escorreu no rosto de Carlota que a secou antes de gritar por sua mãe. A mulher apareceu no mesmo segundo e chorou junto com Carlota pela morte da filha mais nova.

Perfeita Malfoy - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora