Capítulo 30 - Livros, rosas brancas e...

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Livros, rosas brancas e...

Draco olhou novamente para o céu estrelado que o deixava sempre mais leve, sentindo-se mais perto daquelas constelações que davam nome para alguns membros de sua família. Poderia dizer para si mesmo que o que estava sentindo não passava de algo irreal, um sentimento falso talvez. Não, não era um sentimento falso, mas sim um sentimento amordaçado por ele mesmo. Queria acreditar que aquilo que seu coração teimava tentar dizer a ele fosse mentira e algo inconsistente, contudo seu inconsciente estava mais do que consciente daquilo tudo que se passava em seus pensamentos.

Saiu da Torre de Astronomia e caminhou decidido até uma das salas das masmorras, aquela sala pertencia a Severus Snape que ficou um pouco confuso com a visita do afilhado. Era mesmo uma visita repentina e com toda certeza deixou o homem surpreso. Severus deu passagem para um nervoso Draco passar. O menino na verdade não sabia bem como pedir aquilo ao padrinho que desconfiaria daquele pedido incomum.

- Podemos fazer uma poção juntos? - Draco encarava o homem que estava com os olhos carregados de surpresa. - É claro que se o senhor não quiser...

- Esse pedido é sim estranho, Draco. Normalmente eu fazia isso com Lyra quase sempre, mas podemos preparar uma poção juntos. - Severus usou a varinha para manusear o seu caldeirão até a bancada e andou até o seu armário de ingredientes. - Qual a porção deseja fazer?

- Amortentia. - Draco disse seguro.

- Draco... - o homem para o que estava fazendo para encarar o menino.

- Não, não preciso dela para dar a alguém.... sabe que eu não preciso disso. - Draco disse presunçoso. - Quero sentir o cheiro dela.

- Para que você quer sentir o cheiro que emana da poção? Acha que está apaixonado e precisa de certeza? - Snape viu o olhar de Draco mudar de direção rapidamente e o rubor aparecer em seu rosto. - Então eu acertei não é?

- Podemos fazer ou não a poção?

- Vamos começar logo então.

Depois de uma hora preparando aquela poção com a ajuda do padrinho, Draco se viu parado frente ao caldeirão fechado não sabendo se conseguiria abrir e nem se conseguiria chegar perto. Mas não precisou fazer nenhum e nem outro, pois Snape abriu a tampa e ainda empurrou o menino para mais perto. Foi nesse momento que Draco se permitiu sentir o cheiro que saia daquele caldeirão, era bom, era muito bom.

- Eu sinto cheiro de Livros, rosas brancas e... - Os seus olhos se fecharam quando sentiu o último cheiro e sorriu convencido que sua dúvida não era mais uma dúvida. - Já vou indo! Obrigado pela ajuda, Snape.

- Não, calma ai. Quem é? -Snape disse se aproximando do menino.

- E-eu...

- Tudo bem, não precisa dizer agora. - O homem caminhou até a porta e a abriu. - Boa sorte!

- Obrigado!

•••

Depois daquele dia, Draco teve total certeza de que os seus sentimentos eram verdadeiros. Não só pela poção, mas sim pelo que se permitiu sentir depois daquele dia, era uma sensação de certeza total. Sabia que teria que ter coragem para falar com ela sobre aquilo, para falar sobre os seus sentimentos. Com Filch atrapalhando a sua coragem de aparecer, decidiu que aquele não seria o momento, então qual seria?

Perfeita Malfoy - Livro 1Where stories live. Discover now