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H O L L Y


          Luke para de se mover.

— O que foi, Luke? Com medo? — solto um riso nervoso.

— Nunca confie em uma mulher, é o que dizem — ele resmunga.

— É. É o que dizem, não é mesmo?

          Continuo apontando a arma para ele e caminho lentamente até Jack. Luke acompanha meus passos, mantendo-se no mesmo lugar. Já estava prestes a soltar a arma e ir para os braços de Jack quando eu me assusto com ele avançando novamente em Luke, jogando-o no chão.

— Seu filho da mãe! — Grita Jack, socando-o. — Fique longe dela!

— Jack!

          Perdi a quantidade de socos que Jack havia dado em Luke, que parece ficar inconsciente e Jack sessa, caindo para o lado. Quando ele olha pra mim, vejo-o com os olhos marejados. Neste exato momento eu percebo. Aquilo havia sido pessoal para ele. Ele estava com tanta raiva e adrenalina que parecia ter esquecido que... Luke foi uma das pessoas que cresceu com ele. Vê-lo trair daquele jeito, parecia ter afetado mais do que eu poderia imaginar.

          Jack levanta para caminhar até a mim, mas uma imagem aparece atrás dele e, instantaneamente eu aponto a arma novamente e atiro. Jack se assusta e olha para trás e ambos vemos Luke estirado no chão com o ombro direito sangrando por conta da bala.

          Largo a arma no chão ao notar que Luke gemia de dor e sinto braços me envolvendo e eu me agarro àquele contato. Completamente atônita. Percebo quando é Jack pois ele sussurra meu nome e diz que tudo vai ficar bem. Vejo homens vir até Luke, socorrendo-o.

          Jack me retira de lá e, no fundo, escuto sirenes. Não conseguia distinguir qual tipo era, meus sentidos pareciam aguçados a todo instante. Jack troca algumas palavras com um policial e eles me encaminham para a ambulância estacionada ali perto. Me colocam em uma maca, mas eu apenas me dou conta do que tinha acontecido naquele estante. Quando vejo o teto do carro da ambulância ser branco.

          Eu estou viva.

         Sinto as lágrimas quentes surgirem. Eu soluçava.

— Senhorita McAdams, eu sinto muito pelo o ocorrido. Mas precisamos começar a cuidar da senhorita, está desidratada.

          Concordo com a cabeça levemente e choro em silêncio.

          A enfermeira começa a me limpar e diz algo que não consigo compreender. Então a escuto dizer:

— O que ele fez com você? São marcas de choques...

          Eu arfo.

— Onde está Jack? — pergunto.

— Estou aqui — ele pega na minha mão e aperta levemente.

          Jack aparece em meu campo de visão e uso a outra mão para tocar em seu rosto. Ele acaricia minhas mãos e sorri para mim.

— Acabou, Holly — ele diz.

— Ótimo — eu sorrio brevemente. — Me leve para casa.


✕✕✕


          Acordei de mais um pesadelo em uma cama vazia. Mas reconheci o local pois já estive aqui antes.

Além do InevitávelWhere stories live. Discover now