39 ◈ a g a i n s t h e r

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Faltavam seis dias para o ano novo e eu estava me preparando para ir até Chicago. Na manhã seguinte em que soube que Luke estava vivo, Jack recebeu uma notificação judicial informando que haveria um processo no dia vinte e oito. Eu sabia que a minha notificação também havia chegado, mas eu ainda estava processando toda a informação da noite anterior.

Eu dormi na cama de Jack, mesmo que ele insistisse em dormir no chão. Mas eu estava tão apavorada que pedi que dormisse ao meu lado. Durante a noite eu tive pesadelos profundos, não consegui acordar tão rapidamente e quando Jack gritou pra me acordar... Luke já havia me aterrorizado inconscientemente.

Jack passou a madrugada me acalmando. Ele traçou círculos em minhas omoplatas até que eu parasse de tremer por completo e conseguisse falar. Eu ouvi, em algum momento, ele sussurrar: "eu sinto muito". Aquilo me partiu pois eu podia ouvir a culpa em sua voz, de como aquilo também o machucava.

Eram três e duas da manhã e estávamos conversando. Jack me contou brevemente sobre sua criação com Kane e Boggs. O quanto os dois eram melhores amigos, mas, por questão de poder... Kane se afastou de Boggs. Ele contou sobre suas longas histórias e armadilhas que ele e Tucker faziam. Do que aprontavam e de como Tucker reclamava pelas vezes que as garotas preferiam Jack ao invés dele. Isso me fez rir.

Afinal, Jack era lindo. Seu rosto quadrado emolduravam perfeitamente junto com seus olhos azuis intensos com uma leve barba por fazer em seu queixo, além de seu nariz reto e seus cabelos de fios negros. Haviam muitos homens bonitos no mundo, mas eu escolheria Jack todas as vezes se fosse preciso.

Ele me fez esquecer momentaneamente do pesadelo e eu o agradeci silenciosamente. Por mais que estivéssemos próximos, de dormir na cama juntos – literalmente dormir –, percebi que ele estava respeitando meu pedido de levarmos um tempo.

Houve um momento de fraqueza da minha parte. Eu quase o beijei, mas achei que seria confuso pra mim, confuso pra ele... confuso e carente. Era uma carência pelo fato de querer esquecer e eu estaria sendo errada em jogar com nossos sentimentos em um momento de fraqueza.

Tomamos café da manhã em silêncio enquanto ele teclava algo no celular e eu recebi mensagens de Tibby perguntando como eu estava. Pois, aparentemente, a notícia se tornou viral e já havia vários repórteres plantados no portão de Jack.

Jack informou que poderíamos sair à noite ou pela manhã para dar tempo de resolver as coisas pendentes nos trabalhos, com o casamento de Ruby – pois precisamos voltar antes da data – e estar cientes de que os próximos dias serão tensos. Precisávamos estar fortes. Eu precisava ser forte.

— Lembra do cara que está me vigiando? Do meu antigo site? — pergunto a ele.

Ele concorda.

— O que tem ele?

— Acho que ele pode estar envolvido ou... talvez não saiba da gravidade — comento, bebericando a terceira xícara de café daquela manhã.

— E o que pretende fazer? — ele franze a testa, repousando o celular na mesa e prestando total atenção em mim.

Eu respiro fundo.

— Confrontá-lo, eu não sei... pedir informações, dizer o que aconteceu. Ele deve saber de algo, Jack — digo, sentindo que devo começar de imediato.

— Holly, encontrar com ele pode ser perigoso. Você não o conhece — Jack alerta.

— Eu sei, mas eu preciso tentar. Seja quem for, pode estar ajudando alguém de Chicago.

Além do InevitávelWhere stories live. Discover now