Além do Inevitável

48 ◈ f a m i l y

            Jack e eu estávamos pingando de suor quando ele dá uma última estocada e gozamos juntos, soltando nossas respirações arquejantes. Faltavam poucas horas para irmos embora e passamos os últimos dois dias comendo, trabalhando um pouco e fazendo amor quase toda hora.

Demoramos dois meses para ir pra Tailândia. E mesmo assim só tínhamos três dias para isso. Então prometemos ficarmos em um ressorte em Bangkok que ficava no meio do mar e com uma ponte que ligava a praia. Era um lugar calmo, límpido e pacífico.

Eu sou apaixonada pelo sexo, assim como Jack... mas eu não era tão apaixonada antes de conhece-lo. Parecia que cada vez que nos tocávamos, aquela carga elétrica nos puxava ainda mais. Centímetro por centímetro até que um beijo não fosse o suficiente. Ou um simples toque fosse o bastante. Era sempre mais, era sempre aquele desejo crescente e fazia meu coração dar pulos e mais pulos até quase sair da boca.

Como eu disse: amar Jack era intenso e maravilhoso.

Horas mais tarde, o pôr do sol daquele lugar se tornou o meu favorito. Eu usava sua camisa social enquanto estava sentada em seu colo, observando aquele pôr do sol e sonhando com um mundo de possibilidades.

Jack começou a falar sobre algo. Eu sei disso. Eu percebo seus lábios se movendo, como ele toca a língua levemente pra umedecer os lábios e como me observa com adoração. E eu percebo como amo quando ele acaricia minhas coxas até o joelho no toque mais simples e arrepiante. Ou quando ele dá aquele meu sorriso de canto.

Olhando para ele me traz lembranças de como nos conhecemos. De todas as vezes que ele cuidou de mim. De todas as vezes em que ele sorriu pra mim ou me fez sentir aquelas borboletas no estômago. E eu só me lembro do que minha mãe dizia.

— Tenha alguém que te faça arrepiar e que faça seu coração bater mais rápido, Holly. Esse é o sinal que você encontrou o amor. O amor mais doce e puro que você poderia presenciar.

Deus, eu o amo tanto.

— E se eu não encontrar?

Jack está falando ainda, mas meu coração bate tão forte que sinto que não consigo respirar.

— Você vai. E você saberá disso no momento certo.

— E então voltaríamos pela manhã, o jatinho estará pronto...

— Casa comigo — eu solto sem pensar.

Jack interrompe o que está dizendo e me olha com ambos os olhos arregalados.

— O que?

Eu sorrio dessa vez, sentindo algo quente espalhar pelo meu corpo.

— Casa comigo — sussurro, rodeando meus braços ao seu redor e me aconchegando nele.

— Holly...

— Eu estou pronta pra te dizer o meu 'sim' — digo pra ele. — Estou pronta pra ser sua pra sempre. Eu acho que não consigo mais pensar em outra coisa além disso...

Jack solta um suspiro. E eu tenho que controlar os compassos do meu coração pois eu quase sinto que ele vai me dizer 'talvez'. Mas ele me surpreende com um:

— Você é uma estraga prazeres — resmunga. — Vá até o meu paletó e pegue o que tem lá.

Meus olhos se arregalam brevemente, mas eu não penso. Eu o solto e caminho a passos pesados até o seu paletó e encontro uma caixa. Vazia.