44 ◈ a f r a i d

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            O retorno para Nova York foi caótico.

Haviam emissoras de rádio e programas de televisões querendo entrevistas sobre o julgamento. Os paparazzi apareciam do nada e precisei de um cuidado maior ao andar nas ruas. Jack e eu combinamos de não nos encontrarmos por uns dias por causa desses motivos e faltava pouco para nos vermos, já que tinha o casamento de Ruby bem próximo.

Os três primeiros dias foram agitados e não tive o tempo de sentir saudades. Meus irmãos fizeram uma reunião familiar para conversar sobre o julgamento e recebi carinho e apoio de todos. Esse foi o ponto mais alto que tive ao retornar. Saber que minha família estava ali pra mim a qualquer momento e para qualquer coisa.

Mas após uns quatro dias, a saudade de Jack e as conversas foram maiores. Pensei em liga-lo umas cem vezes por dia, mas eu me controlei em todas elas. Uma vez caiu caixa postal e eu percebi que precisávamos ficar longe um do outro. Às vezes a saudade pode ser saudável e decisivo pra gente.

Aparentemente toda a repercussão nacional deu efeitos positivos para a MMG pois tivemos a evolução de quase vinte porcento nas ações e novas empresas fecharam negócio conosco. Owen estava animado para fechar o contrato internacional com os ingleses e já estávamos imigrando para França, Canadá e até mesmo Chile.

Meu telefone da mesa toca pela décima vez.

— Sim?

— O senhor Brown disse que ligaria daqui trinta minutos para confirmar o fechamento do contrato — informa Greg do outro lado.

— Tudo bem. Você viu a proposta? — pergunto, pegando algumas anotações feitas por Greg para me manter na íntegra.

— Eu li cada parágrafo. Está na sua mesa, é o único grifado em marca texto verde. Achei que era a cor certa para esse contrato. Você sabe. Verde, dinheiro. Teve um complemento perfeito de cores — brinca, fazendo-me rir.

Pego o contrato de quase dez folhas com muitas partes grifadas em verde e só de passar os olhos no valor final, meus olhos arregalaram.

— Wow — eu suspiro.

Singin' dollar dollar bill y'all — Greg cantarola.

— Não sabia que gostava de Wyclef Jean.

— Rick adora essa música. Sempre canta essa parte quando o dinheiro cai na conta — ele parece resmungar.

Sorrio.

— Eu vou dar uma lida. Obrigada pelas anotações — digo antes de desligar.

A proposta inicial havia sido de unir as duas empresas para uma campanha. Eu faria o editorial da empresa de Elias Brown da Brown Company. A campanha gastaria um bom recurso por ser uma empresa bastante reconhecida no mundo dos negócios, talvez se eu pedisse ajuda a Jack para a criação seria perfeito para ter uma noção de como começar.

Pelo o que o contrato diz, eu poderia apresentar uma proposta e mesmo se fosse recusada, eu ganharia um milhão por ela. Era muito dinheiro para apenas uma tentativa, imagine a efetivação do trabalho?

Seja como for...

Uma batida na porta me desperta, então a pessoa que adentra faz meu coração acelerar.

— Hey, o que faz aqui? — pergunto ao me levantar e ver Jack respirando fundo e colocando uma mão na calça escura, parando alguns passos de distância da minha mesa. Ele usava um terno preto hoje, a blusa branca dava o contraste perfeito da combinação de cores. Controlo a vontade de franzir a testa. — Aconteceu alguma coisa?

Além do InevitávelWhere stories live. Discover now