31 ◈ just g o

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            Nunca vi tanta neve como antes, e era cruel acordar todo dia e enfrentar aqueles blocos de gelo por toda cidade. Mas, aqui estou eu, caminhando com um copo quente cheio de café até o escritório com botas confortáveis e quentinhas, junto com meu suéter e um sobretudo pra ajudar a me esquentar.

Seria um longo dia de trabalho e eu precisaria de toda paciência para finalizar tudo antes do recesso da empresa. Oh, sim. Teríamos um recesso e Greg estava muito animado.

Owen informou que o recesso é feito pela maioria das empresas pois há os feriados e festas de fim de ano, por isso não compensava vir, em plena chuva de neve. Eu não iria discordar, eu precisava de uma folga depois desses longos seis meses.

Jack e eu nos falamos durantes esses dias por mensagens e breves telefonemas, já que não nos vimos desde o seu aniversário. Aparentemente ele precisou viajar para correr a tempo, pois sua empresa também teria recesso. Ele parecia exausto, porém, Jack nunca deixava o trabalho pra depois. Ele poderia morrer de cansaço, mas ele continuaria trabalhando. Era apenas como ele funcionava.

Chegando no escritório, encontro Greg mexendo no controle do aquecedor.

— Bom dia!

— Bom dia, chefe — responde, distraído. — Que diabos, esse aquecedor está com defeito!

Sorrio de leve e aproximo, vendo que ele estava apertando pra aumentar a temperatura.

— É o botão debaixo, querido. Ou você está querendo fazer um cover de pinguins da Antártida?

Greg solta um risada debochada e começa a apertar o botão correto.

— Tudo bem, sabe-tudo — brinca, revirando o olho.

Caminho em direção à minha sala e coloco minha bolsa na poltrona do canto e jogo fora o copo de café vazio. Greg vem até minha sala com a agenda profissional e começa a falar:

— Você tem uma conferência com o pessoal de Londres agora nove horas. Owen pediu pra avisar que chegará uns quinze minutos atrasado pois ele estará indo em uma reunião logo cedo e... que letra é essa? — ele estreita os olhos para as anotações da agenda. — Ah, é a minha! Escrevi correndo... mas aqui diz alguma coisa de fotos, contrato e mídia.

Sorrio.

— Quer dizer que eu preciso avaliar as fotos de algum cliente que resta, fazer o contrato e solucionar os problemas de mídia. Falei ontem pra você — lembro-o, colocando o sobretudo no encosto da minha cadeira e ligando o aquecedor da minha sala.

— Certo — diz ele, fingindo lembrar. — Você precisa da pessoal?

— Por favor!

Greg anda a passos largos até sua mesa, retornando com uma agenda diferente. Ou como denominamos: a pessoal.

— Hoje não tem nada, mas semana que vem você tem a prova de vestido de madrinha e daqui duas semanas... nasce o bebê da Tibby, está escrito bem grande — disse Greg, mostrando a página toda rabiscada.

— Eu estou muito animada — bato palmas, sorrindo de orelha a orelha.

— Já tem ideia do sexo? — pergunta Greg, também ansioso.

— Não — suspiro. — Ela e Dan combinaram de saber na hora.

— Eu acho que é uma menina — ele diz, sentando-se na cadeira de frente pra minha.

— Urgh, ela será uma mini Tibby. Imagina como vai ser difícil aguentar uma cópia nova?

Greg ri.

Além do InevitávelWhere stories live. Discover now