Capítulo Um

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Era sábado, e as sete da manhã eu já estava de pé. Por mais que fosse um dia de descanso, isso não cabia a mim, pelo o menos não até as quatro horas da tarde, pois esse é o horário de funcionamento da padaria aos sábados. Assim que me levantei, me troquei pondo uma roupa simples: uma calça moletom preta, uma blusa fina de mangas compridas na cor vermelha e um par de chinelos apenas. “Mas por que você se veste assim?” Não gosto que outras pessoas vejam meus braços cortados, as feridas que estão em minhas pernas até passam, mas as do braço não.

Depois de assar uma formada de pães, vou em direção ao balcão onde uma cliente me espera.

— Bom dia, em que posso ajudá-la? – perguntei sendo mais gentil possível.

Era isso que o que minha mãe sempre me ensinou. "Seja gentil com as pessoas, talvez você não saiba o que elas estão passando e que, o que elas precisem, é apenas de um sorriso". Ela tinha toda a razão. Não sei se já passaram por isso, mas , as vezes na vida, precisamos apenas de um sorriso sincero.

Muitas pessoas vem aqui em busca de sonhos, pães frescos – que, em minha humilde opinião, são os melhores da região – e croissant.

Após quinze minutos atendendo clientes, vou a cozinha preparar um café para mim. Pego uma xícara, coloco o conteúdo no mesmo com alguns pingos de adoçante, e um pedaço de pão com manteiga. Volto correndo para o caixa quando ouço o sino tocar.

— Me desculpe pela correria, em que posso ajudar? – falo colocando meu café da manhã para perto de mim.

— Hãm, um café com croissant cairia muito bem. – era Adrien.

— Er, oi? O que faz aqui tão cedo no sábado? – perguntei surpresa.

— Não é óbvio? Vim te ajudar, ou vai me dizer que se esqueceu que pediu ajuda para o dever de filosofia? – explicou

— Não, claro que não. Mas pensei que seria a tarde, não as oito da manhã. – justifiquei.

— Pois bem, aqui estou ao seu dispor. – fez uma reverência

— Só você mesmo Adrien. – rio.

— Então, em que posso ajudar? – perguntou novamente.

— Vai mesmo me ajudar? Pensei que ficaria aí sentado enquanto eu vendia a mercadoria. – falei sarcástica.

— Ah senhorita Dupain-cheng, quando é que vai levar algo que eu digo a sério?

— Talvez no dia em que você levar algo a sério? – respondi indo pegar meu café e meu pão com manteiga.

— Nossa Mari, magoou, vou pegar minha mochila de volta e ir pra minha casa, pelo menos minha mãe me ama.

— Espera, quando que você colocou sua mochila lá em cima? – perguntei indignada.

— Esqueceu que na sua casa tem outra entrada além dessa? – disse apontando para a entrada do estabelecimento.

— Mas acontece que a porta da minha casa está trancada. – falei semicerrando os olhos para ele.

— Não estava não, e só não falo que abri com a chave porque você não quis me dar a cópia. – falou cruzando os braços.

— Não estava trancada? – disse preocupada.

— Não, aberta.

Sem dizer nada fui para o outro lado da casa, em direção a “segunda” porta que da entrada direta a uma escada. Quando vi, ela estava aberta, pensei na hipótese de estar arrombada, mas não havia nenhum indício de tal ato.

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