Capítulo Três

934 92 3
                                    

Tento abrir meus olhos, mas falho. Pareciam estar grudados com uma supercola, posso ouvir um som apitando ao meu lado, porém não o identifico. Mais uma tentativa de poder “acordar” e consigo dessa vez. A claridade forte atrapalha inicialmente minha visão, forço meus olhos para conseguir ver alguma coisa. De primeira, noto que estou em uma cama, mais necessariamente num quarto. Olho ao redor, vendo um pequeno sofá, cujo uma pessoa está deitada, parecia exausta. Percebo, de repente, que se tratava de Adrien, após, me dou conta de que estou em um hospital. Não me lembro exatamente do que houve. Olho agora para mim mesma, meus braços estão enfaixados, estou com um tipo de camisola branca. O barulho fino que apitava ao meu lado era nada mais que um monitor dos meus batimentos cardíacos.

Não sei porque, mas minha vontade era de voltar a dormir, me sentia como se tivesse feito uma maratona de duzentos quilômetros, depois caído de um abismo. Era uma sensação de cansaço, deixava meus olhos entreabertos. Minha cabeça começa a doer intensamente, solto alguns grunhidos, levanto meus braços mas no mesmo instante eles latejam.

— Marinette? – alguém me chama, e vejo ser Adrien. – Não, não, não. Pare com isso, você não pode se mexer.

— Minha... Cabeça. – falo com dificuldade. – Tudo dói... – as lágrimas chegam, e não sou capaz de impedi-las.

— Calma, vai ficar tudo bem. Prometo. – diz tentando me acalmar. Em seguida ele abre a porta e coloca sua cabeça para o lado de fora. – Enfermeira! – ele chama, ou melhor, grita. Minha cabeça vai doendo cada vez mais, e a dor esta se tornando insuportável.

— Adrien! – o chamo, e ele volta sua atenção para mim, o mesmo se surpreende com meu estado e sua feição se torna preocupada.

— Calma Mari, calma. Cadê a droga da enfermeira.

Logo em seguida, uma mulher vestida com uma roupa azul adentra o quarto e se aproxima de nós.

— Vou pegar um remédio. – anuncia ela é se vira de costas para nós.

Ela vai a direção de um armário de vidro num canto do quarto. Pega dois comprimidos e os coloca num copo com água. Em seguida, volta sua atenção a mim.

— Beba isto, vai fazer com que melhore. – tentei pegar o copo, mas um dor aguda atingiu meus braços e soltei um pequeno grito agudo.

— Me dê isso. – diz Adrien tomando o copo das mãos dela e trazendo até minha boca. Bebo tudo num gole o mais rápido possível, pois sei que esses remédios costumam ter o gosto amargo. Eu termino e ele afasta o copo de minha boca, entregando-o de volta para a enfermeira. – O que diabos aconteceu com ela?

— É normal meu jovem. Ela perdeu bastante sangue, estava fraca, há muito tempo sem comer e apenas dormindo. Isso é o corpo dela querendo descanso e alimento. Ela esta desidratada, precisa de se alimentar. Vou trazer um almoço para ela. – ela pede licença e sai do quarto, e olho sem entender nada para ele.

— O que houve? – pergunto.

— Você não se lembra? – me pergunta franzindo o cenho.

— Lembro-me que estava em meu quarto e... – deixo minha frase no ar, lembrando que estou deixando escapar tudo o que eu não queria que ele soubesse.

Por cinco minutos, o silêncio se manteve. Adrien me encarava com uma mistura de preocupação é desespero tomados em seu rosto. Ele sabia o que aconteceu, mas por um motivo, queria não acreditar.

— Há quanto tempo você faz isso? – me pergunta, quebrando o silêncio. Eu hesito por um instante, mas respondo.

— Após três meses a morte deles. – digo, e ele pareceu admirado.

New Opportunities {EM REVISÃO}Where stories live. Discover now