Capítulo Quinze

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— Bom, senhorita Cheng, Chloé me disse qual seu planejamento e quero muito ajudá-la nesse quesito – disse Fontain – Serei breve na minha explanação e caso se sinta a vontade no final, poderemos fechar negócio, tudo bem?

— Claro – "Deus, livra de mim essa desconfiança", pensei.

— Ótimo. Antes de você sequer pensar em colocar um imóvel em aluguel, você tem que ser realista e ver se de fato vale a pena colocá-lo a essa situação, ou seja, fazer uma vistoria. – Nem tive tempo de fazer, já não estava confortável, agora menos ainda. – Outro passo importante, é fazer com que ele pareça novo, impecável. Hoje em dia as pessoas são bem difíceis de agradar, então quando melhor a organização, mais pessoas interessadas irão aparecer. – ok, isso não é tão difícil, eu mesma dou conta desse detalhe. – A senhorita Bourguies me disse que você possui uma padaria, certo? – afirmei com a cabeça – É uma das coisas pela qual tem que velar, é muito importante que locais assim estejam em tão bom estado quanto a própria moradia. Mais um fato importante é o preço. Se o local onde senhorita mora e trabalha é em uma área de grande comércio, tem que avaliar bem o preço pelo qual vai ser cobrado o aluguel.

— E no caso das documentações, eu mesma tenho que providencia-los?

— Não mesmo, senhorita. Nós que cuidamos dos mínimos detalhes. Até mesmo quando se trata dos interessados, então não terá nenhum esforço com nada. – concluiu.

— E se eu quisesse vender o imóvel por completo? – admito, estava ficando curiosa com o assunto, acho que de fato seria o melhor a se fazer.

— É praticamente a mesma coisa. Renovaríamos ainda mais o imóvel o tornando mais valorizado.

— Entendo.

— Bem, é isso o que temos para hoje, se quiser voltar para casa e retornar algum outro dia para fecharmos negócio, ficarei feliz em atendê-la. – me cumprimentou com um sorriso.

— Muito obrigada pela explicação, estarei pensando com cuidado sobre o assunto. – disse por fim.

— Obrigada por nos atender, Fontaine – Chloé agradeceu também.

— Não há de quê, senhorita Bourguies. É sempre uma honra recebê-la. – nos despedimos dele e saímos indo em direção ao elevador.

— O que achou? – Chloé me perguntou depois de muito tempo calada.

— Vou ser sincera com você, de começo não confiei muito nele, mas até que o que ele disse tem coerência – falei a verdade.

— Foi o que eu disse, poderia até parecer aqueles que enganam e são interesseiros, mas ele é confiável, pode acreditar – ela pousou sua mão em meu ombro e sorriu. Suspirei e sorri também por fim.

A verdade é que, nesses três anos me apeguei demais aos bens materiais que pertenciam aos meu pais pensando que se os perdesse, quebraria o único contato que teria com eles de alguma forma. É certo que vender ou alugar onde moro seria a melhor, mesmo que tivesse esse sentimento dentro de mim. Podem até dizer "Ah, você deve ter uma foto com seus pais, isso é melhor que qualquer outra coisa", a não ser que você sinta a presença onde viveu toda sua vida. Mas se eu quiser mudar, terei que fazer isso. Talvez Alya fique um pouco decepcionada por eu não ir morar com ela, porém vai ser uma escolha melhor ir com a Chloé já que a mesma mora sozinha e quase não para em casa, ao contra de Alya que possui uma família grande e que necessita de espaço, não posso atrapalha-los. Espero que ela me compreenda.

Chloé me deixou em casa dizendo que se eu precisasse de algo era só ligar pra ela. Assim que passei pela porta suspirei e me deu uma baita vontade de chorar. Queria muito ser mais forte, porém até mesmo uma das várias psicólogas por que já passei disse que a dor precisa ser sentida, mesmo sendo de tanto tempo, é necessário. O choro é livre, até faz bem. Sai de meus pensamentos com meu celular tocando. Era Adrien.

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