Capítulo Vinte e Seis

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Depois da floricultura pegamos um táxi, mas antes de entrarmos Adrien fez questão de chamar o motorista e dizer qual o nosso destino de forma sigilosa, e aquilo me dava agonia. Sou uma pessoa curiosa por natureza, se ninguém me conta o que está acontecendo chego a ficar neurótica, porém tive que relevar, e admitia que adorava surpresas. Por fim, entramos no carro e conversamos durante o trajeto, a caixa estava do lado do loiro e o mesmo entre eu e a caixa, apontava para ele algumas vezes umas coisas interessantes que víamos no caminho.

— Você sabe se a Alya e o Nino já estão namorando? – perguntou ele de repente.

— Na verdade, eu meio que descobri sozinha, e também já não é novidade. Os dois já vivem grudados mesmo, até o Nath suspeitava. Ah, e não pense que estou te contando a toa, Alya vai querer arrancar a minha cabeça. – sorri imaginado a cena. Ele fez um carinho em meu braço, enquanto ria também.

— Bom, isso é verdade, mas agora não precisamos segurar vela, apenas Chloe tá nessa. – dessa vez se virou para mim e me deu um beijo, sorri mais uma vez.

— Ah, que isso, ela só tá pagando por todas as vezes que me fez ficar sozinha enquanto saia com algum cara, tá colhendo o que plantou. – deu uma gargalhada, me juntei a ele. Afinal, não tinha sido exagerada, Chloe realmente fazia isso comigo.

— Muito bem senhorita, espero que goste do nosso destino de hoje, senão já posso desistir da minha carreira de arrumador.

— E isso lá existe? – franzi o cenho.

— Acho que sim, pelo menos é o que eu li numa revista uma vez. Minha mãe disse que….– o interrompi.

— E desde quando Adrien Agreste lê revistas sobre decoração? – olhei para ele sugestiva.

— Nunca afirmei ser de decoração, mas sim, eu li e não me arrependo. Fiz algo espetacular e que merece sua atenção. – deu um toque no meu nariz e balancei a cabeça em negação, rindo.

O táxi parou, fiz questão de pagá-lo, mesmo a contragosto do Adrien.

— Muito bem, Marin, vou ter que colocar essa faixa. – fiquei com o pé atrás já que nem deu tempo pra eu avaliar o local.

— Ok, senhor mistério. – bufei, ele riu e cobriu meu olhos com uma faixa vermelha.

— Não solte minha mãe em hipótese alguma, tudo bem? – confirmei com a cabeça.

Ele pegou em minha mão e começou a me guiar. Confesso que naquele momento a ansiedade tomou conta de mim. No começo, o lugar era plano, sentia minhas sapatilhas afundarem em algo macio. Seria grama? Parecia, pois não acabava mais, até que um certo momento ele abriu uma porta e quase tropecei no degrau, e aí a sensação macia passou. O cheiro de madeira tomou contar, mas um cheiro bom, e pelo visto poderia ser um lugar rústico, só não descobri um motivo ainda. Continuamos andando até subirmos num lance de escadas, no qual Adrien cuidadosamente me guiou de forma que eu não fizesse igual na porta e acabasse caindo. O cheiro continuou amadeirado, mas senti uma pequena mudança. Não que eu fosse expert em cheiros, porém era notório algum tipo de perfume ali e que inclusive era muito bom.

— Tudo bem, agora vou pedir que se assente com cuidado. – acho que ele me virou de frente para si, já que minhas pernas esbarraram em algo que parecia um sofá ou algo assim. Com cuidado, me assentei – Muito bem, vou dar uns toques finais aqui e direi quando poderá tirar a faixa, tudo bem?

— Okay. – confirmei. A cada segundo que passava eu estava mais ansiosa, e comecei a balançar a perna. Isso talvez não fosse um bom sinal. Ansiedade e depressão não acabam muito bem, e acabei de sair de ambos os problemas. Tive que dizer isso a ele – Adrien, desculpa, mas será que dá pra ser rápido? 

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