Capítulo Dezenove

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Não sabia a quanto tempo estávamos andando, mas não me importava, já que cada segundo estava valendo a pena. Passeamos em meio a “mata” por assim dizer, que fica ao derredor da casa de Adrien, fazíamos uma trilha segundo ele, que costumava andar por lá toda manhã nos dias que vinha aqui. A vista era simplesmente incrível, as flores com cheiros maravilhosos, as árvores com suas respectivas frutas ou folhas de formas magníficas. Era como se fosse tudo mágico.

— Está cansada? – ele se vira perguntando.

— Na verdade não, até perdi a noção do tempo. – respondi, o que não era mentira.

— Se quiser saber, ainda estamos alguns quilômetros longe do nosso destino, mas passaremos por alguns atalhos inusitados, senhorita. – informou como se fosse um piloto de avião.

— Ah, não me importo senhor Agreste, você me levando viva de volta pra casa é o que interessa. – falei irônica.

— Juro que não sei como nos tornamos amigos, você adora acabar com minhas brincadeiras, não é? – franziu o cenho de uma maneira que só ele conseguia, o que me fez rir além de sua voz com falsa indignação.

— Antes de mais nada eu me lembro muito bem de como nos conhecemos e nem me venha com essa de que sou estraga prazeres sua. – cruzo meus braços – Ninguém mandou ser piadista comigo.

— O que isso tem a ver com as patadas que você me dá? Parece até a Alya. – suspirou confuso.

— Ah claro, como se eu reclamasse da minha vida a cada cinco minutos. – me defendi.

— Não, não. Você está confundindo as coisas. Quem vive reclamando da vida é a Chloé, Alya reclama é da escola. – justificou.

— Passamos noventa por cento das nossas vidas na escola, isso não conta? – minha vez de franzir o cenho.

— Na verdade não, porque ela sempre reclama quando tá dentro da escola, não fora. Já Chloé reclama até do sorvete que ela não toma. – acabei por rir do que disse.

— Fato, mas vamos considerar que ela e Nathaniel tem essas certas peculiaridades porém o ruivo não reclama tanto.

— Isso porque você não dormiu com ele no mesmo quarto. Fala sério, enquanto ele dorme fica lamentando não ter ido na promoção de voltas aulas pra comprar as canetinhas hidrocor na promoção, eu aguento? – dessa vez ambos rimos e muito alto por sinal.

— Tá legal, você venceu. – limpei uma lágrima. – Mas enfim, o que mais pode me dizer desse lugar maravilhoso?

— Ah sim, senhorita. Bom, uma vez que eu me meti nessa mata densa, vi algumas coisas que me atiçaram uma curiosidade em mim. Então, fiz uma breve pesquisa de tudo o que achei e levei pra casa.

— Tudo o que, exatamente? – a curiosidade me atingiu. Adrien não era o tipo “colecionador” e ainda mais fazer pesquisas, a não ser se for alguma coisa da escola, isso já era outra história.

— Tá vendo aquela árvore ali? – apontou para uma árvore que me lembrava aquelas de natal estilo americano. Que por sinal, ela linda.

— Uau, como fez pra descobrir ela? – perguntei de fato interessada.

— Não sei se percebeu mas, quando pequenas igual aquela, – apontou para outra menor que estava ao lado da grande e verde, possuindo uma cor mais neutra perto do preto – parece até uma colméia. Quando me certifiquei de que não era uma, peguei umas folhas e juntei com outras coisas interessantes que achava.

— É, me surpreendeu Agreste. – sorri de canto ainda de costas pra ele observando a planta.

— Que bom, mas ainda não viu nada. – deu uma piscadela assim que me virei para vê-lo. – Se virar a sua direita, num ângulo de cento e oitenta graus, verá uma vegetação maravilhosa de bordo.

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