Capítulo Dezoito

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— ... e aquela é a casa do meu tio Corvus – estávamos dentro do carro indo para a casa deles, enquanto Adrien me mostrava as respectivas casas dos seus tios que ali moravam.

— Vem cá, por só sua mãe não tem nome de algum herói ou vilão? – disse rindo, já que até agora todos os nomes que Adrien havia dito era dos quadrinhos da Marvel.

— Ah, essa é uma história muito longa querida – Emilie disse sorrindo também – Digamos que meus pais são fanáticos nesses quadrinhos, e quase todos os filhos tem nome inspirado nos personagens, mas como sou a mais nova minha mãe pensou: "não, essa vai ser diferente". Então escolheram Emilie para mim.

— Isso porque era o nome da minha bisa – complementou o filho.

— Ah, tem esse fato também, mas não vem muito ao caso, foi só depois de dez anos que eles se deram conta – ri de seu comentário.

— Pelo que dizem, parecem ser bem extrovertidos – arrisquei um comentário.

— Os meus tios são os melhores – Adrien disse antes que Emilie dissesse algo – Todos eles tem dois filhos cada, parece até que foi um combinado entre eles. Meus primos ao contrário dos pais são um pouco mais reservados, mas não deixam de serem boas pessoas. Quando éramos menores, toda vez que vinha pra cá, íamos nadar naquela cachoeira que te falei, depois fazíamos uma trilha que acabava num pico pequeno mas com uma vista espetacular, e dava até para fazer um piquenique.

— Você é cheio das histórias, não é Agreste? – digo sorrindo.

— Mas é claro que sou, o que seria de mim sem minhas aventuras de exploração estilo Dora Aventureira? – não aguentei e cai na risada, junto com seus pais.

— Mas e então, Marinette. Adrien já narrou várias aventuras que teve por aqui, por que não faz o mesmo? – perguntou o Gabriel. No começo fiquei relutante. Por mais que vivesse com eles a muito tempo, é fato que não saibam muito dos meus passeios que tive com meus pais antigamente. Então resolvi lembrar daqueles tempos felizes.

— Bem, talvez não seja tão emocionante igual desse loiro aventureiro aqui – apontei para o mesmo e todos riram –, mas vamos lá. Quando tinha uns oito anos, meus pais me levaram pela primeira vez que ficava perto da casa de meus avós paternos. Lá era encantador. Minha mãe dizia que parecia uma praia de Copacabana igual a do Brasil, só que mais reservado. Nesse dia eu estava tão espoleta que nem tinha percebido o quão longe fui de onde meus pais estavam, então entrei numa mata pequena que havia lá só por curiosidade. De repente me vi pisando em um ninho que parecia ter sido distruido ou derrubado, não me lembro ao certo a situação dele, aí vi um passarinho vermelho lá piando sem parar. Parecia estar com dor ou algo do tipo, então peguei ele com muito custo ja que ele não parava de bicar minha mão – ri com a lembrança – E quando cheguei nos meus pais, que já estavam preocupados com meu sumiço, vieram desesperados me abraçando e me interrogando – terminei a história ainda sorrindo – Foi um dia muito bom.

— É mãe, depois você fala que eu que me meto em encrencas – Adrien comentou.

— Ah Adrien, você é mestre em fazer arte, só não entendo como não se machuca tanto – disse a loira mais velha.

Não demorou muito tempo até chegarmos na famosa casa dos Agreste de "campo", passando das uma da manhã. Admito ainda estar com pouco sono, mas aguentaria até entrarmos e arrumarmos tudo que for necessário.

Assim que descemos do carro me deparei com um gramado muito bem cuidado, que estava envoltado por uma cerca branca ao redor da casa da mesma cor – muito linda por sinal. A varanda continha uma cadeira de balanço e dois vasos de plantas, um em cada lado. Depois de tirarmos as malas do carro, Adrien saiu na frente pegando sua mala e um molho de chaves, procurando a certa para abrir a porta.

New Opportunities {EM REVISÃO}Where stories live. Discover now