Capítulo Oito

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— Agora você acrescenta a manteiga junto com o açúcar, a farinha e.... – sou interrompida por um punhado de farinha vindo em meu rosto. – Adrien! Que coisa, quantos anos você têm? – falei rindo.

— Desculpa senhorita perfeitinha, pensei que uma descontração seria melhor para mudar seu humor depressivo. – diz ele enchendo a mão novamente com farinha.

— Não ouse... – ameacei.

— Ou o que? – peguei uma xícara de oléo que tinha separado e joguei em sua cabeça. Ele ficou boquiaberto.

Adrien havia me pedido para lhe ensinar a fazer cookies. Ele tinha dormido aqui em casa esses dias pra me fazer companhia – mais mesmo para me vigiar, ver se não vou passar mau de novo. Foi bom ele estar aqui, não me senti sozinha como costuma ser, além dele me fazer rir com seus trocadilhos nada a ver e piadas horríveis.

— Vai permitir eu continuar minha aula , senhor, ou vai agir feito uma criança? – perguntei cruzando os braços fingindo estar zangada.

— Ah, vai me dizer que você não gosta do meu charme infantil? – se gabou.

— Adrien, você me tira do sério desse jeito. – falei recolhendo as coisas que estavam em cima do balcão. Faz meia hora que ele só fazia gracinhas e nada de aprender.

— Tá bom, tá bom. Parei, eu juro, me ensina por favor. – ele pegou meus braços e me virou para encara-lo. Por esse momento, por essa fração de segundos, pude perceber o quão bonito Adrien era. Seus olhos eram verdes esmeraldas muito brilhantes, pareciam inspirados, seu cabelo dourado lhe dava um certo ar angelical. Por que raios estou pensando desse jeito?

— Vai mesmo? – indaguei.

— Sim. – respondeu com um sorriso de orelha a orelha.

Gastamos cerca de quarenta minutos pra fazer os cookies. A cozinha estava uma bela bagunça.

— É certo falar que vai dar trabalho para limpar isso tudo? – Adrien fez uma careta.

— Na verdade não, se você não fizer mais nenhuma gracinha claro. – dei uma ênfase na última parte.

— Nossa, não precisava de uma tirada.

— Mas eu só disse a verdade. – me virei para a pia para lavar os pratos. Enquanto isso ele guardava os ingredientes não utilizados em seu devido lugar.

— Que tal comermos agora? A bagunça deve ter valido algo, não acha? – disse ele zombadeiro.

— Espero mesmo que estejam bons. – peguei a bandeja do forno e leite da geladeira. 

— Eu pego os copos. – ele foi até um dos armários e pegou dois copos de plástico pequenos. Eu servi o leite e pegamos os cookies. Estavam tão bons. – Tenho certeza que nossa baguna valeu a pena. – rimos, e eu evitei não cuspir os pedaços de biscoito que se desfizeram em minha boca.

— Ficou bom mesmo. – disse pegando mais um.

— Cuidado pra não ficar diabética. – comentou com a boca cheia.

— Relaxa, sempre dou uma maneirada nos doces, mesmo que eu seja louca por eles. – falei dando de ombros.

— Bem, que horas são agora? – perguntou.

— Deixe-me ver. – conferi o relógio. – Cinco para as seis.

— Já? Meu Deus, o tempo passou voando. Vou ter que voltar pra casa hoje. – falou meio triste.

— Ah, que pena. Até que gostei da sua insuportável presença aqui. – digo rindo, e ele também ri. – Será que... você não pode ficar mais?

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