Capítulo Cinco

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Havia acordado cedo hoje, era sexta feira. Não costumo conseguir dormir depois que acordo, então me arrumo para ir a escola. Coloco uma caixa de remédio caso haja algum imprevisto e comece a passar mau. A fome não veio, então fui sem tomar meu típico café da manhã que normalmente é constituído por cookies, leite morno e uma fatia de pai com manteiga. Saio de casa e ando calmamente já que moro do lado da escola – literalmente. Olho para meus braços, estavam com mangas cobrindo minhas marcas. Elas serão permanentes, terei de revelar a meus filhos – caso eu tenha – o motivo delas. Será que conseguirei ser feliz a ponto de ter uma família? Ignorei o pensamento e entrei na escola. Assim que pus os pés na entrada do colégio, dois braços passaram por volta do meu pescoço me fazendo aproximar do dono que sei muito bem quem é.

— Se você me enforcar, eu juro que venho com com minha alma penada e um facão pra te matar enquanto dorme. – digo sem me virar, enquanto ele apoia seu queixo na minha cabeça.

— Vou fingir que acredito. Até porque, se você morresse eu morria junto.

— Lá vem você bancando Romeu. Sabe que eu detesto poemas, sei lá qualquer coisa que você lê. – resmunguei.

— Ah é, esqueci que você é emo gótica das trevas. – falou sarcástico.

— Eu não sou gótica, sabe disso. Sou discreta, é diferente.

— Discreta? E o que isso tem a ver? – estreitou seu olhos verdes.

— Às vezes esqueço que você é lerdo. – dou um tapa em sua testa.

— Obrigado pela sua sinceridade, aumentou tanto minha auto estima. – disse fazendo cara de cachorro abandonado.

— Como se precisasse disso, você faz isso por si próprio Adrien. Convencido até.

— Ei, não é verdade. – o encarei com descrença. – Tá, mas é só às vezes. Por acaso você não tem auto estima?

— Preciso mesmo responder? – voltei minha atenção pro chão e suspirei.

— Me desculpa, fui um babaca não é?

— Não digo babaca, mas idiota brincalhão cai bem.

— Aí estão vocês. – uma voz nos interfere. – Achei que não viriam.

— Oi Nath. – dou um abraço nele. – Quando voltou?

— Ontem mesmo. – respondeu. – E aí cara. – ele cumprimentou Adrien.

— E aí tomate, vai ficar dessa vez? – se abraçaram. Demorei um pouco pra me lembrar do que ele falou. Todo ano no mês de agosto fazemos uma festa aqui no colégio, não que comemoramos algo, é apenas por divertimento. Nathaniel, antes de viajar, disse que estaria de volta até a próxima festa.

— Claro, a única coisa boa que tem aqui é essa festa. – respondeu ele.

— Ainda tô com trauma do ano retrasado. – comentei

— O que pra você foi trauma, pra nós foi hilário. – Adrien disse com um sorriso travesso em seus lábios.

— Ótimos amigos vocês. – fechei a cara cruzando os braços.

— Ownt, ela não fica fofa assim, Adrien? – disse Nathaniel apertando minhas bochechas.

— Espera, tenho que tirar uma foto dessa vez. – diz gargalhando.

Sempre quando estão juntos, Adrien e Nathaniel me fazem alvo de zoação, parece que está escrito “palhaça” na minha testa. O engraçado é que, quando se conheceram, eles não se deram muito bem, igual eu e Chloé, mas da mesma forma que nós duas, se tornaram ótimos amigos – claro que Nino não fica de fora, até porque ele morria de ciúmes do Adrien.

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