Capítulo 03

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CHECK-IN – Capítulo 03

||Narração Rafael||

Como eu disse, Bruna é a única que me visita, sendo assim, me conta o que está acontecendo lá fora.
– O papai quer vender a SG. – A olho.
– Ele está louco? Ele não o dono da SG. EU QUE SOU.
– Eu sei. Não grita. A gente precisa provar sua inocência. Eu não posso vir todo dia. – Nós dois nos recostamos na cadeira. Ela me olha. – O Nato. Acha que ele poderia ajudar?
– Não. Ele é muito fiel ao trabalho dele. Mas eu acho que posso saber de alguém. – Bruna me olha.
– Quem?
– A nova enfermeira. Ela pode ajudar. Pelo que sei, ela é louca pra me conhecer. Quando você sair, chama ela pra conversar e fala que precisa da ajuda dela. Fala pra ela que as chaves do quarto branco ficam na bolsa do Nato, e se ela não conseguir, a janelinha da porta serve. Se caso ela tenha problemas, arruma um jeito do Nato sumir. Eles vão pôr ela pra ir me dar o remédio.
– Não acha que o Nato ajudaria?
– Não sei. Ele é todo certinho.
– Poderiamos tentar. Vai que ele muda de idéia.
– Podemos tentar. Mas mudando de assunto. Você poderia pedir ao meu psiquiatra pra tirar a camisa de força.
– Você sabe que ele não vai tirar, porque o papai paga uma fortuna pra ele te manter preso.
– O papai é um filho da puta. Quando eu sair daqui, vou derrubar ele. Você vai ver. – Nato entra na sala.
– Acabou o tempo. – Diz nos olhando. Me levanto e abraço Bruna.
– Obrigado de novo por vir, PI. Te amo.
– Eu também te amo. Até semana que vem.
– Bora. – Reviro os olhos. Ele prende a camisa de força e me leva de volta pro quarto branco.

||Narração Nallanda||

Estava quieta no meu canto, quando o olhar dalquele homem me entrou na mente. Me pergunto como pode ser tão lindo?
A distração que me causa só pensar nele é grande e bela.
– Ei. – Me assusto. Ergo o olhar. É a irmã do Santana.
– Ah, oi. Desculpa.
– Tudo bem. Quero sua ajuda. Pode me encontrar mais tarde?
– Minha ajuda? Pra que? – A olho sem entender.
– Me encontra hoje a noite, no Paris6 e eu te falo.
– Ok....
– Tchau, Linda. – Diz e sai andando.
– Tchau... – A vejo se afastar. O que será que ela quer?

O meu horário já acabou, mas ainda não acabei. Decidi falar com o tal Santana, e saber o que a irmã dele quer comigo.
Todos já foram, menos eu e Nato.
– Quer carona, Nallanda? – Pergunta ao me ver no corredor.
– Ah, não. Obrigada. Eu tenho que sair. Vou só me trocar e terminar de preencher essas fichas.
– Ok. Até amanhã!
– Até! – Vejo ele se afastar. Levanto do meu lugar e vou andando pelos corredores, até achar o corredor com um único quarto ao fundo. O quarto branco.
Me aproximo dele e meu coração acelera aos poucos, no mesmo ritimo dos meus passos. Quando estou de frente para a porta de metal, respiro fundo. Ergo a mão e abro a pequena janela da porta.
Olho ele deitado no chão. Como podem nem pôr uma cama procoitado?
– Ei. – Chamo, tentando em vão acordá-lo. – Ei. – Nada. – Santana! – Ele ergue o olhar e parece surpreso ao me ver. – Vem aqui. – Digo, e ele parece mais confuso ainda. Mesmo assim se levanta e vem até a janelinha.
Nossa, parece ainda mais lindo de perto!
– Então você é a enfermeira gostosa que o Nato tanto fala?
– Ele fala de mim? – Me suspreendo. Nato é tão distante comigo.
– E como fala. Mas o que você quer aqui, garota? – Reviro os olhos. – Achei que tinham te proibido de se "aproximar de mim"
– E proibiram!! Mas não cumpro muitas ordens.
– Olha ela. Afrontosa. – Diz e gargalha.
– Para de rir, imbecil! Quer chamar atenção? – Ele para e fecha a cara pra mim. – Sua irmã me chamou pra jantar com ela. Sabe o que ela quer?
– Como vou saber se ela chamou você, e não a mim? – Reviro os olhos de novo.
– Precisa ser idiota, né? Enfim, não faz nenhuma idéia do que possa ser?
– Não. Encontra ela. Amanhã, nesse mesmo horário, vem aqui e me conta.
– Ok. – Ouço um barulho. – Preciso ir. Tchau. – Sem nem esperar resposta, fecho a janelinha e volto pro meu posto.
O que será que aquela loira quer comigo?

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