Capítulo 23

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CHECK-IN — Capítulo 23

|| Narração Rafael ||

Chego ao restaurante e deixo no carro com o manobrista.
— Cuidado! — Falo antes de entregar a chave. Ele afirma e entra no carro. Entro no restaurante e a recepcionista abre um sorriso pra mim.
— Sr.Santana! Quanto tempo não o vejo.
— É! Eu tive uns problemas. Eu vim encontrar a... — Não acredito que preciso falar isso — Sra.Santana.
— Ah, sim. Ela já está esperando. Me acompenhe. — Ela sai de trás do balcão e passa na minha frente.
Bela bunda!
A loira me acompanha até a mesa, onde Giovanna está.
— Obrigado. — Digo.
— De nada. Fique à vontade. — Ela sorri e se retira.
— Demorou. — Diz Giovanna.
— Desculpe, estava transando com a minha namorada.
— Me poupe. — Ela revira os olhos.
— Bom, creo que estamos aqui pra falar do garoto. Qual o nome dele?
— Luan Rafael Júnior. — Nego com a cabeça.
— Luan Rafael Júnior! — Repito. — Quando ele nasceu?
— 13 de março. — É quase impossível acreditar.
— Por que não me procurou antes? Por que não procurou minha família? Por que estava naquele fórum?
— Calma, Luan. Uma pergunta por vez. Eu não te procurei, pois sabia que estava na clínica. Não procurei sua família porque ninguém iria acreditar em mim. E eu estava no fórum, porque precisava resolver um problema com a minha família. — Ela olha para baixo. — Eu estava indo passar a guarda do Júnior pra minha mãe.
— Por que?
— Eu estou doente, Luan. Eu tenho menos de um ano de vida. — Arqueio as sobrancelhas.
— É mesmo?
— É sério, Luan. Agora que você voltou, acho que me sinto melhor deixando ele com você, com o pai dele!
— Ok, escuta. Eu estou pra ser julgado por matar seu amante, sou esquizofrênico controlado, acabei de sair de um hospício! Acha mesmo que o juiz vai dar a guarda do garoto pra mim?
— Luan, eu....
— Cala a boca, Giovanna. Isso tudo só está acontecendo porque _você_ me traiu. Eu te amava, Giovanna. Eu dei meu melhor por você, Giovanna. Te amei até não poder mais. Tudo isso pra que? Pra você me trair com meu melhor amigo? Me desculpe, mas eu estou pouco me fodendo pra sua doença. — Ela ergue os olhos cheios de lágrimas, mas isso não faz efeito algum em mim.
— Você não era assim! O que aconteceu?
— O que aconteceu? — Gargalho alto. — Aconteceu que a mulher que me casei e fui fiel durante dez anos da minha vida me traiu com meu melhor amigo. Isso que aconteceu!
— Para de jogar isso na minha cara, por favor. Eu errei, eu sei. Mas me arrependo. Eu te amo, Rafael. — Solto outra gargalhada.
— Ah, Giovanna. Você é hilária. — Paro de rir. — _Você não sabe o que é amor!_ — Pisco algumas vezes. — É o seguinte, eu não posso ter a guarda do garoto por enquanto, mas minha irmã pode. Ela vai fazer 23 anos, trabalha, estuda e tem uma boa vida. Vai ser fácil pra ela.
— Entendi. Mas quero te fazer outro pedido.
— Fale.
— Posso morar com vocês.... Enquanto eu ainda tenho tempo? Só pra ficar perto do meu filho, do nosso filho.

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