Capítulo 26

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CHECK-IN — Capítulo 26

Acordo de manhã e o garoto ainda tá em cima de mim. Respiro fundo. Coloco ele na cama e me levanto. Vou pro banheiro e escovo os dentes. Saio do quarto e desço as escadas. Bruna e Nallanda estão na sala. Ambas me olham.
— Vai se vestir! — Diz Bruna.
— Até parece. Você é minha irmã, e ela já me viu pelado. — Nallanda fica corada. Rio. — Alguém ligou do hospital?
— Não. — O telefone toca.
— Eu atendo. — Ando até a mesinha e pego o telefone. — Alô?
— Bom dia, poderia falar com o Sr.Santana?
— É ele.
— Ah, oi Sr.Santana. É a enfermeira de ontém.
— Ah, oi. Tudo bem?
— Sim. Os resultados da sua esposa sairam.
— Ex-esposa.
— Desculpe. Ex-esposa.
— E o que deu nos exames?
— O senhor pode vir aquí falar com o médico? Ele pediu que viesse.
— Claro, posso sim. Ela acordou?
— Sim, e perguntou pelo filho.
— Diz que ele está bem e que está comigo.
— Digo sim. Então, vamos esperar o senhor.
— Ok, logo chego. Obrigado.
— De nada. — Desligo.
— Era do hospital? — Pergunta Bruna.
— Sim. O médico quer falar comigo pessoalmente. Cuida do garoto pra mim?
— Claro. E o nome dele é Junior, Luan. Trata seu filho como gente.
— Eu sei! Mas eu não sou acostumado. Enfim, vou me arrumar. —Subo as escadas e vou pro eu quarto. Vou pro banheiro.

Depois de tomar banho e me arrumar, saio do closte me preparo pra sair. Abro a porta, mas...
— Vai a onde? — Me viro.
— Bom dia, dorminhoco! Eu vou dar uma saida rápida.
— Me leva? — Ele pergunta esperançoso.
— Não posso. Você vai ficar com a tia Bruna e a tia Nall. Elas estão lá em baixo.
— Mas eu quelo ficar com você. — Diz com voz chorosa. Suspiro e o pego no colo.
— Olha, eu juro que não demoro. Vai ser bem rapidinho. E a tia Bru vai te dar creme de abacate.
— Cleme de bacate?
— É! _Cleme de bacate_. Agora vamos, se não fica tarde. — Me levanto da cama com ele e saio do quarto. Júnior deita a cabeça no meu ombro e abraça meu pescoço. Parace que traz uma certa paz.
Desço as escadas e as duas me olham. Bruna abre um sorriso lindo.
— Vocês ficam lindo assim. — Diz.
— É? Essa Lindeza aqui vai ficar com vocês. — Coloco ele no chão e ele corre pra Bruna.
— Tia, o papai disse que você vai me dar cleme de bacate. — Bruna me olha e dou de ombros.
— Essa cueca é sua? — Pergunta Nall, olhando ele.
— É! Ele mesmo escolheu. Agora vou indo. — Pego a chave do carro e vou andando pro hall, mas sinto um pequeno ser agarrar minhas pernas. Olho pra baixo.
— Não vai nem me dar um beso? — Olho Bruna, ela sorri e faz que sim com a cabeça. Me abaixo, ficando da altura dele.
— Olha, vou te explicar uma coisa. Eu ainda não sou acostumado com isso de ser pai, então me perdoa se eu não for o que você espera.
— É fácil. Você só plecisa ser meu papai. — Suspiro.
— Vou fazer de tudo pra ser. — Bagunço o cabelo dele. — Agora preciso ir. — Me levanto.
— E meu beso? — Rio e me abaixo de novo. Beijo a cabeça dele.
— Pronto?
— Plonto. — Rio e me levanto.
— Junior, vai na tia Nall. Preciso falar com seu pai. — Ele sai correndo.
— Que foi? — Olho minha irmã.
— Tenta ser pai.
— Olha, Bruna. Não vem me ensinar a ser pai. Eu sei o que faço ou não. Eu só não estou preparado pra ter um moleque de três anos, me chamando de  papai e pedindo carinho o tempo todo. Mas fica tranquila, não vou deixar ele saber disso. — Saio batendo a porta. Entro no meu carro e LIGO o mesmo.
Dirijo pro hospital, mas o trânsito não ajuda.

Depois de um bom tempo, cheguei ao hospital. Desço do carro e entro no mesmo. A enfermeira de ontem vem até mim.
— Sr.Santana. o Doutor pediu para aguardar. Me acompanhe.
— Ok. — A sigo até uma sala de espera. Assim que ela sai, ligo para Evandro.
— Fala, Luan.
— Cara, eu esqueci da empresa. Vai lá pra mim e vê se meu pai saiu.
— Reparei que você esqueceu. Eu fui lá ontem às seis. Ele saiu, mas jurou botar você no IPSG de novo.
— Alguém precisa ensinar a ele a não jurar em vão.  — Evandro RI. — Vou precisar ficar afastado da empresa por uns dias. Problemas surgiram.
— Ok. Depois a gente se fala.
— Ok. Tchau. — Desligo. O médico aparece e me manda entrar. Me sento.
— Bom dia, Sr.Santana. Sou o Julio, médico da sua esposa. — Reviro os olhos.
— Bom dia, doutor. O que ela tem?
— Bom, eu conversei com ela, e ela me disse que tinha leucemia, e que tinha menos de um ano de vida. Ontém fizemos os exames e ela realmente tem, mas ela está no estágio 4.
— Isso significa que...
— Ela tem no máximo quatro meses. — Engulo em seco.
— Quatro?
— Sim! Sinto muito. — Respiro fundo. — Ela me disse que vocês estão separados no momento. Não sei o motivo e também não é da minha conta. Mas ela não pode ficar sozinha. Aquele desmaio de ontém foi só o começo do que ela vai começar a sentir. — Ela conseguiu!
— Não, tudo bem. Ela vai pra minha casa.
— Então ótimo. Vou assinar a alta dela. Pode ir vê-la. Quarto 202.
— Ok. Obrigado, doutor. — Me levanto e saio da sala. Vou pro quarto que ele me indicou. Bato ma porta.
— Entra. — Entro. — Luan? Achei que não viria.
— Vim te buscar. Você vai lá pra casa.
— Vou?
— Vai! Por causa do menino.
— Ah. — Sento em uma cadeira e fico olhando o nada.
Logo o médico entra.
— Giovanna, vim te libertar de mim. — Ela RI. — Seu marido vai cuidar de você. — Ela me olha.
— Eu sei! Ele é um bom marido! — E ela uma boa atriz.
— Bom, esses são os remédios que você tem que tomar.... — Ele explica tudo direitinho e presto atenção.
Depois de uma hora, podemos ir.

— Preciso pegar umas coisas lá em casa. — Faço que sim com a cabeça e dirijo pra casa dela.
Quando chegamos, entro com ela.
— Arruma as coisas do Júnior. O quarto dele é o segundo a direita. — Vou pro quarto do garoto. Entro e tenho uma surpresa de ver várias fotos minhas pelo quarto.
— Por isso o garoto não me estranhou! — Depois de olhar umas fotos, começo a arrumar as coisas dele.

Finalmente chegamos em casa. Desço do carro com Giovanna e pego as malas dela e as de Júnior. Abro a porta e deixo ela passar na frente.
Quando o garoto vê ela, levanta e corre.
— Mamãe! — Diz abraçando as pernas dela.
— Oi, meu amor. — Ela pega ele no colo. Coloco as malas no chão.
— Ela vai morar aqui? — Pergunta Nall.
— Vai! — Respondo.
— Mamãe, você tá dodói? — Giovanna me olha depois volta a olhar ele.
— Sim, meu amor. A mamãe está muito dodói. E...
— Você vai me abandonar? — Giovanna me olha de novo. Me aproximo e coloco a mão nas costas dela.
— A mamãe não vai te abandonar, garoto. Ela vai passear pra um lugar lindo. — Digo.
— E eu não podo ir?
— Não. Se você for, seu pai fica sozinho aqui. — Diz Giovanna.
— Vamos parar de falar disso? Vai brincar com a sua mãe lá em cima.
— Amostra seu desenho pra mamãe. — Diz Bruna.
— Tá lá fola, mamãe. — Ela coloca ele no chão. Ele segura a mão dela e puxa  — Vem. — Eles saem. Sento no sofá e respiro fundo.
— Por que ela vai morar aqui? — Pergunta Nallanda. A olho.

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